Aprendendo o conteúdo de tabela periódica de forma lúdica a partir do jogo “Química dos pontinhos”.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Pereira da Silva, L. (IFPI) ; Costa Santiago, T. (IFPI) ; das Chagas Silva Nascimento, F. (IFPI) ; Lisandro Pereira Rocha, R. (IFPI)
Resumo
As atividades lúdicas constituem um meio de ensino/aprendizagem bastante significativo. Baseado nisso, o seguinte projeto foi aplicado no IFPI com os alunos de duas turmas do 2º ano, e refere-se a um jogo de cartas relacionado ao conteúdo de tabela periódica, na qual cada carta possuía três dicas e à medida que os alunos associavam as mesmas, encontravam a resposta correta. Aplicou-se um questionário após o jogo visando uma boa qualificação dos resultados, estes possuíam perguntas quanto à avaliação dos discentes em relação ao jogo. Após a análise dos dados, verificou-se que de um total de 59 alunos, 55 deles consideraram relevante a abordagem do conteúdo a partir do jogo aplicado, além disso, foi verificado que houve 93% de aceitação da metodologia por parte dos discentes.
Palavras chaves
TABELA-PERIÓDICA; JOGO DIDÁTICO; ENSINO/APRENDIZAGEM
Introdução
O contexto escolar tem apresentado notoriamente um grande desestímulo dos alunos em relação à disciplina de Química. Por vezes, apenas explanar os conteúdos de forma tradicional, ou seja, fazendo uso apenas de recursos didáticos como livro, pincel e quadro, já não é satisfatório para que haja uma aprendizagem plausível. O professor no papel de mediador deve está sempre apresentando novas metodologias aos alunos, com o objetivo de contemplar as diferentes formas de aprendizagens dos discentes (CUNHA, 2012). As atividades lúdicas constituem uma boa ferramenta a ser utilizada em sala de aula. Para Roloff (2014) o lúdico pode trazer à aula um momento de felicidade além de acrescentar a leveza à rotina escolar, fazendo com que os alunos registrem de forma mais significativa, independente da etapa da vida na qual se encontra. O jogo considerado uma atividade lúdica é uma prática educativa interessante para ser usada em sala de aula. Silva (2004, p 25) afirma que a utilização de jogos é uma forma imprescindível quando se deseja criar um ambiente estimulador, sociável e também favorável ao surgimento de confiança, segurança e respeito mútuo, na qual o papel do educador é levar o aluno a estruturar sua personalidade, raciocinar logicamente, ser independente e um ser crítico. Cunha (2004) pontua que os jogos são recursos importantes para as aulas de química, e podem ser utilizados como reabilitadores da aprendizagem mediante a experiência e atividade dos alunos. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho consistiu em instigar os alunos a ampliarem suas informações sobre o conteúdo de tabela periódica, reforçando a aprendizagem e revisando conceitos já vistos pelos alunos.
Material e métodos
O jogo de cartas foi aplicado em turmas do 2º ano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, Campus Teresina Central, este possui 18 fichas, na qual cada uma possui três dicas que levam o aluno acertar a palavra correta, além dessas, o mesmo possui também cartas numeradas de 1 a 6, que foram utilizadas para o sorteio de quais grupos começariam a atividade. Todo o material criado foi impresso em papel A4 de uma gramatura mais espessa a fim de obter um material mais resistente. A turma inicialmente foi dividida em quatro grupos, em seguida fez-se o sorteio para definir quais equipes se enfrentariam durante o jogo, de maneira que ficasse de dois em dois grupos. A equipe que acertasse a resposta somente com a primeira informação, ganharia dez pontos, caso não acertassem, a oportunidade passaria para a próxima equipe, que receberia mais uma dica, porém, valendo apenas cinco pontos. Ainda sim se o grupo não acertasse, a chance de resposta retornaria ao primeiro grupo, agora com o direito a uma terceira dica, e com pontuação de três pontos. Seguindo essas regras venceu a equipe com maior pontuação no final do jogo. Para uma avaliação significativa da metodologia, foi aplicado um questionário aos alunos sobre alguns aspectos da atividade desenvolvida.
Resultado e discussão
Na turma “A” participaram 31 alunos, enquanto que na turma “B” foram somente
28, totalizando uma amostra de 59 alunos. A partir da aplicação do jogo,
notou-se que o mesmo contribuiu para que os alunos se comunicassem uns com
os outros, confirmando que há um potencial de cooperação ocasionado pela
metodologia de jogos, conforme aponta Cunha (2012). Este aspecto além de
observado foi também reafirmado pelos próprios alunos a partir do
questionário aplicado nas turmas. Quando questionados sobre a abordagem do
conteúdo de tabela periódica a partir deste jogo, ao todo 35 alunos
classificaram como interessante, em segundo lugar relacionaram como uma boa
metodologia, e observou-se que nenhum deles avaliou como ruim, como pode ser
visto na figura 1. Outro dado relevante que está apresentado na figura 2, é
que 93% dos discentes afirmaram que recomendariam o jogo didático a outras
turmas. Através da análise da aplicação do jogo didático, observou-se que o
objetivo da metodologia foi atendido por parte dos alunos, os mesmos
conseguiram associar as dicas e chegar a uma resposta sem grandes problemas.
Um dado constatado tanto nas respostas dos alunos quanto na aplicação do
jogo, foi em relação à competição e cooperação, embora tenha ocorrido
bastante competição entre os grupos, os discentes cooperaram uns com outros,
reafirmando assim a importância dos jogos no desenvolvimento dos valores
humanos. Na figura 3, observa-se que os alunos apontaram que o jogo os
conduziu a utilizarem algumas de suas habilidades, como o raciocínio lógico,
a criatividade e a interpretação, mostrando assim que o jogo contribuiu até
mesmo para o desenvolvimento intelectual e moral dos alunos. A partir da
figura 4, notou-se que 49 alunos classificaram o jogo com uma metodologia
relevante.
Conclusões
Mediante a análise dos dados coletados, observou-se que o objetivo do jogo foi atendido por parte dos alunos, na qual os mesmos conseguiram associar as dicas e chegar a uma resposta sem grandes dificuldades. Notou-se que embora tenha ocorrido bastante competição entre os grupos, os discentes cooperaram-se uns com outros, reafirmando assim a importância dos jogos no desenvolvimento dos valores humanos. Conclui-se assim que a metodologia aplicada foi satisfatória, pois os alunos além de assimilar ao conteúdo já abordado, também avaliaram a aprendizagem por meio do jogo como relevante.
Agradecimentos
PIBID/ CAPES/ IFPI pelo incentivo na docência.
Referências
CUNHA, M. B. Jogos no ensino de Química: considerações teóricas para utilização em sala de aula. Revista Química Nova na Escola: vol. 34, nº 2, p.92-98, 2012.
CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA, 12, Goiânia (Universidade Federal de Goiás; Goiás), 2004. Anais, 028, 2004.
SILVA, Mônica Soltauda. Clube da matemática: Jogos educativos- Campinas, SP: Papirus, 2004. - (Série Atividades)
ROLOFF, Eleane Margarete. A importância do lúdico em sala de aula X Semana de Letras, 2014.