Intervenção didática como mediação no ensino do Reino Fungi: estratégia para a formação inicial
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Godinho, A.S. (IFMA) ; Holste, A.O. (IFMA) ; Cavalcante, K.S.B. (IFMA) ; Ramos, E.C.S.S. (IFMA) ; Fonseca, K.L.B. (IFMA) ; Mendes, A.P.S. (IFMA) ; Monteiro, J.P. (IFMA)
Resumo
O presente trabalho aborda uma experiência acadêmica, no qual alunos do curso de Licenciatura em Química foram motivados a vincular teoria e prática em um movimento dialético de ação-reflexão-ação. Uma proposta metodológica desenvolvida durante a disciplina de Elementos de Ciências I. Os acadêmicos foram conduzidos a planejar e desenvolver uma aula-simulada alternativa sobre o Reino Fungi, ainda na instituição formadora. Após observações crítico-reflexiva, eles foram orientados a uma aula-real com uma turma do 7ºano do ensino fundamental do Centro Educacional Professor Inácio Rangel. A busca pela conexão entre os conhecimentos teóricos e a ação-prática, durante todo o processo de ensino, são capazes de proporcionar aos futuros professores, novos saberes pedagógicos.
Palavras chaves
Ensino de ciências; Jogo lúdico; Fungos
Introdução
A formação de professores tem sido alvo de grandes debates perpassando por todas as áreas do ensino. Porém, destaca-se especificamente a Química. Entra em foco nesta discussão vincular o ensino de conteúdos nas áreas relativas aos conhecimentos específicos e a parte pedagógica da formação do docente. Segundo Felden e Kronhardt (2011) é de responsabilidade da instituição formadora formar professores críticos e reflexivos, ou seja, um professor que seja muito mais que um transmissor de conteúdos específicos, e o desenvolvimento desta competência de ensinar podem ser definidas no processo de formação. Faz-se necessário na etapa da formação inicial colocar em prática, o conhecimento teórico adquirido, tanto na área da formação como o conhecimento didático, para que o conhecimento não seja limitado e ambíguo (VILLANI & PACCA, 1992). Além disso, entra nesta assertiva também o desafio do licenciando em superar suas concepções didático-metodológicas adquiridas, a fim de desenvolver novas metodologias de aprendizagem, não ficando somente preso nas metodologias apreendidas durante a graduação, entrando outra característica da formação inicial (KRUGER, 2009). Com base nestas considerações, o presente trabalho, originado a partir da disciplina de Elementos de Ciências I do curso de Licenciatura em Química do IFMA, campus São Luís / Monte Castelo, teve a finalidade de desenvolver uma nova proposta metodológica como estratégia para a formação inicial.
Material e métodos
A metodologia de caráter intervencionista e aplicada foi realizada no Centro Educacional Prof. Inácio Rangel, localizada no município de São Luís - MA, tendo como público alvo 20 alunos do 7 º ano do ensino fundamental. A aula foi planejada em 5 etapas:(i) planejamento da ação pedagógica sobre o Reino Fungi, explorando suas características, importância, divisão do reino e exemplificações; (ii) desenvolvimento de uma metodologia ativa, utilizando amostras reais de fungos, e de um jogo lúdico do tipo Quiz, empregado como método de interação dinâmica aluno/professor; (iii) aula simulada, criando um ambiente semelhante a prática profissional; (iv) intervenção em uma sala de aula real (v) reflexão das ações (aula simulada e aula real). Para a metodologia do jogo lúdico, confeccionou-se um dado de papelão e utilizou-se 3 garrafas pet cortadas ao meio. O jogo consistia em um Quiz composto de 15 perguntas, onde foram desenvolvidas com base nas seguintes questões: o que é, para que serve e dê exemplos, em seguida, colocadas dentro das garrafas devidamente identificadas. A turma foi dividida em dois grupos onde cada participante da equipe jogava o dado e conforme a face do dado pegaria a pergunta na respectiva garrafa contendo a pergunta. Após a intervenção, foi aplicado um questionário avaliativo composto por 10 questões, sendo 5 perguntas discursivas sobre o conteúdo estudado e 5 questões referentes à metodologia proposta.
Resultado e discussão
Compreende-se que o uso de metodologias ativas para o ensino-aprendizagem no
ensino fundamental proporciona maior interação em sala de aula trazendo
benefícios para a formação inicial de futuros docentes, uma vez que
proporciona um maior contato entre os licenciandos e os alunos através de
uma atividade interativa. Diante das observações e análises pelo processo de
ação-reflexão-ação pode-se inferir que a intervenção pedagógica utilizando o
jogo lúdico como material didático, proporcionou uma verificação da
efetivação dessas metodologias na prática, podendo perceber pelo entusiasmo
dos alunos durante a intervenção.
De acordo com o resultado do questionário pós-aula, avaliou-se um grande
aprendizado dos alunos e que os mesmos gostaram da aula ministrada. Segundo
dados do questionário 86% dos alunos acharam a aula muito interessante, 7%
interessante e 0% nada interessante. A maioria confirmou a partir dos seus
relatos que gostariam de mais aulas dessa natureza, destacando a fala de um
aluno: “Sim, foi muito legal pela parte do jogo e pela explicação da
estrutura do fungo”.
Na perspectiva da formação inicial, os graduandos relataram sua primeira
experiência como docentes: “Ministrar em uma sala de aula não é nada fácil,
ainda mais sendo iniciante no curso de licenciatura em Química, porém tal
experiência serviu como motivação para desenvolver novas metodologias
diferenciadas, capazes de proporcionar uma melhor compreensão como esta
atividade proporcionou aos alunos, facilitando seu aprendizado” (licenciando
1); “O benefício deste trabalho intermediado pela disciplina de Elementos de
Ciências I foi de grande valia para mim como futuro docente, pois coloca em
prática o que tinha visto em sala de aula, dando qualificação para minha
formação docente”(licenciando 2).
Conclusões
A formação inicial constitui-se como um processo formativo docente essencial que conduz grandes desafios aos alunos licenciados, uma vez que os desafia a colocar em prática conhecimentos adquiridos dentro de sala de aula. Feito esse trabalho, a formação inicial será apenas uma etapa inicial do magistério, vindo posteriormente o desafio da formação continuada.
Agradecimentos
Agradecemos ao Instituto Federal do Maranhão- IFMA pelo apoio e incentivo aos estudantes e a Profª Kiany Sirley Brandão.
Referências
FELDEN, E.L; KRONHARDT, C. A. C. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI. A Universidade e a Formação de Professores. Revista Eletrônica de Extensão da URI. Disponível em: http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_012/artigos/artigos_vivencias_12/n12_03.pdf. Acesso em: 10 ago.2017
VILLANI, A; PACCA, J. L. A. Construtivismo, Conhecimento Científico e Habilidade Didática no Ensino de Ciências. Revista da Faculdade de Educação. vol. 23 n. 1-2 São Paulo Jan./Dec. 1997. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551997000100011. Acesso em: 10 ago.2017
KRUGER, Verno. Aprendendo a ser Professor: a prática de ensino, ensina?. IV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Disponível em: http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/ivenpec/Arquivos/Orais/ORAL035.pdf. Acesso em: 10 ago. 2017