AS DIFICULDADES NA TRANSIÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA O ENSINO MÉDIO NA DISCIPLINA DE QUÍMICA

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, A.M. (UFC) ; Batista, E.E. (UFC)

Resumo

O trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica e de campo que visou analisar as causas das dificuldades de aprendizagem dos alunos na disciplina de química no ensino médio. Conhecer e identificar as possíveis variáveis que influenciam na aceitação e adaptação dos alunos do ensino fundamental na transição destes para o ensino médio. Foi abordado as expectativas dos alunos quanto a essa transição, analisando as dificuldades e variáveis que contribuem para um melhor desenvolvimento na aprendizagem em química. Trazer à tona a importância e o significado para a vida profissional e vida social dos alunos.

Palavras chaves

Ensino de Química; Transição do Ensino; Aprendizagem

Introdução

A sociedade sofre transformações todos os dias e com ela surge a necessidade da formação crítica do cidadão para o acompanhamento destas mudanças contínuas e irreversíveis. A criticidade é construída na criança a partir do seu nascimento e prossegue durante toda a sua vida. É a escola a maior responsável pela sua formação cidadão na sociedade. Elevado é o índice de reprovação e cada vez mais notória tem se tornado a evasão escolar que reforça o grande problema dos alunos: a dificuldade de aprendizagem. A escola tem se tornado responsável por atender a essa demanda dos educandos. Nesse sentido, grande parte desta tarefa cabe ao professor, que no desenvolvimento do conhecimento técnico-cientifico, tem de desenvolver cada vez mais habilidades em seus alunos, o que requer, em muitos casos, um trabalho amplo e contextualizado (NUNES e ADORNI, 2010). Um estudo realizado por Silva (2003) demonstrou que os alunos de ensino médio têm dificuldades de compreensão dos fenômenos de que trata a ciência química. Suas dificuldades concernem nas limitações do ensino-aprendizagem em estimular a curiosidade do educando para compreender a disciplina na prática e vivência de sua realidade no cotidiano. No que tange a escola básica, os educadores utilizam poucas metodologias aplicadas na prática que dimensionam experiências. No entanto, nem sempre o professor está preparado para atuar de forma interdisciplinar, relacionando o conteúdo com a realidade dos alunos. Os livros didáticos podem ser, e são, na maioria das vezes, utilizados como instrumentos educacionais que auxiliam os educadores a organizarem suas ideias, assimilar os conteúdos e proceder à exposição aos alunos, porém, o professor deve evitar utilizar apenas deste recurso didático em suas aulas (LOBATO, 2007).

Material e métodos

A pesquisa foi feita na Escola de Ensino Médio Custódio da Silva Lemos, localizada na cidade de Cascavel, no distrito de Guanacés, Ceará. Foram focalizados os três anos do Ensino Médio contando com uma quantidade média de 90 (noventa) alunos, do(s) professor (s) de química e das demais disciplinas da escola e dos membros da gestão escolar. Os questionários foram analisados e tabulados. Houve a elaboração de três tipos de questionários: um para os alunos, um para os gestores da escola e outro para os professores. Os três seguiram o mesmo tipo de modelo: perguntas de múltipla escolha e discursivas, variando na abordagem e quantidade de ambas. O questionário dos alunos foi aplicado nas 3 (três) turmas de 1º ano A, B e C do Ensino Médio, nas 4 (quatro) turmas de 2° ano A, B, C e D e nas duas turmas de 3º ano A e B, totalizando 90 alunos. O questionário foi aplicado aos quinze professores da escola onde dois destes ministram a disciplina de química, onde está o foco da pesquisa. Os dois coordenadores pedagógicos e o diretor da escola também foram consultados quanto à realização dos questionários destinados a eles.

Resultado e discussão

Questionado aos alunos sobre o nível de escolaridade de seus pais, 51% deles têm como nível de escolaridade o ensino fundamental incompleto. 4% têm nível máximo de escolaridade representado pelo nível superior completo. 12% dos pais têm o ensino médio completo e a mesma porcentagem não concluiu o ensino médio e apenas 15% dos pais concluiu pelo menos o ensino médio. Os resultados mostram que a maioria dos pais não tem um nível de escolaridade básica, e que este fator pode influenciar na aprendizagem dos alunos. Questionado aos alunos sobre sua adaptação ao ensino médio, 56% consideram boa sua transição do ensino fundamental para médio, o que significa que mais da metade gostaram desse período de transição e apresentaram menos dificuldade ou levaram menos tempo para adaptar a nova modalidade de ensino. Uma parcela de 28% dos alunos classificaram como excelente sua adaptação e outros 16% classificaram como regular e nenhum aluno classificou como péssima sua adaptação (fig. 1). Questionado aos professores sobre: “que fator você considera ser mais importante no que tange aprendizagem dos alunos”, 43% afirmaram que o tempo de estudo em sala de aula é o fator mais importante para aprendizagem dos alunos e 29% acreditam que o tempo de estudo extraclasse. O material didático é outro fator importante na aprendizagem dos alunos, em que 14% dos professores acreditam ser relevante na aprendizagem dos alunos. 5% acreditam que a melhor qualificação dos professores favorecerá para resultados positivos quanto a este fator e 9% marcaram mais de uma opção (fig. 2). Para o grupo gestor se as dificuldades dos alunos foram superadas no decorrer do ano letivo, 67% consideram que as dificuldades dos alunos foram parcialmente superadas, e 33% acreditam que foram totalmente superadas (fig. 3).

Conclusões

Os resultados mostraram que as principais dificuldades dos alunos no ensino de química são: administração do tempo, falta de atenção, interação professor-aluno e motivação. A motivação para estudar e aprender química pode ser alcançada com a elaboração de um material didático que seja potencialmente significativo. Para a interação professor-aluno foram sugeridos pelos alunos que as aulas de laboratório irá facilitar essa interação e dessa forma melhorará a qualidade do ensino de química. Faz-se necessário focar na relação entre o conteúdo abordado em sala de aula a importância do cotidiano.

Agradecimentos

A Coordenação do Curso de Licenciatura Semipresencial em Química da UFC Virtual; a Direção do Polo de S.Gonçalo do Amarante; a Direção da EEM Custódio da Silva Lemos

Referências

LOBATO, A. C. A abordagem do efeito estufa nos livros de química: uma análise crítica. Monografia de especialização. Belo Horizonte, CECIERJ, 2007.

NUNES, A. S. ; ADORNI, D. S. O ensino de química nas escolas da rede pública de ensino fundamental e médio do município de Itapetinga-BA: O olhar dos alunos.. In: Encontro Dialógico Transdisciplinar - Enditrans, 2010, Vitória da Conquista, BA. - Educação e conhecimento científico, 2010.

SILVA, J. DEL PINO C. Análise do capítulo ligação química nos manuais didáticos de Química Geral. In: XVI Salão de Iniciação Científica da UFRGS. Resumos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.