Saneamento básico em debate na sala de aula de Química e Sociologia
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Lima, Y.P.P. (IFRJ - CAMPUS NILÓPOLIS) ; Velloso, V.P. (IFRJ - CAMPUS NILÓPOLIS)
Resumo
O estudo trata de atividade pedagógica, baseada na interface entre os pressupostos da divulgação e alfabetização científicas, abordando a temática do saneamento básico nas disciplinas de química e sociologia com turmas do terceiro ano do Ensino Médio em uma escola pública do município de Belford Roxo (RJ). Com base na realidade local de falta de serviços compreendidos por abastecimento e esgotamento sanitários, enfatizou-se o tratamento químico da água para consumo, a relação entre a prestação eficiente desses serviços com a saúde pública, mostrando a dimensão histórica e política da temática. No final, a partir de carta redigida ao prefeito, os alunos demonstraram maior interesse sobre o tema e conscientização a respeito de seus direitos como cidadãos relacionados a tais serviços.
Palavras chaves
saneamento básico; tratamento de água; divulgação científica
Introdução
De acordo com a Lei do Saneamento Básico emitida pela Presidência da República (BRASIL, 2007), o saneamento passou a compreender um conjunto de serviços relacionados com o manejo da água e de resíduos: drenagem urbana, abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos. A partir desta lei, ficou estabelecido que todas as cidades devem ter um plano municipal de saneamento desenvolvido em conjunto com a população. Muito tem se discutido sobre a importância da água para a nossa sobrevivência, mas pouco tem sido feito na educação básica para que a população encontre meios e alternativas de buscar melhorias de acesso a este bem tão precioso em sua melhor forma qualitativa e quantitativa. O acesso a água potável ainda não está ao alcance de todos, sendo que muitas vezes a população é obrigada a lançar mão sobre águas desconhecidas, em seu caráter de potabilidade, para utilização diária estando, assim, vulneráveis a toda sorte de doenças e contaminações diante da poluição ambiental crescente. Nada mais justo que dispor, através do ensino básico, conhecimentos necessários sobre saneamento para uma atuação social mais eficiente na busca pelos seus direitos. Nesta pesquisa, buscamos fornecer informações sobre as etapas de tratamento de água, focando no uso de produtos químicos para tal, e debater sobre a importância do abastecimento e esgotamento sanitário para a população, temas de relevância social que nos remetem a questões de saúde, meio ambiente e à qualidade de vida (RIBEIRO, ROOKE, 2010; SOARES, BERNARDES, NETTO, 2002). A abordagem histórica e política desses serviços, utilizada nesse trabalho, no município de Belford Roxo (RJ), local da atividade pedagógica situado na Baixada Fluminense - Região Metropolitana do Rio de Janeiro aproxima a temática da realidade dos alunos e fornece elementos para a percepção das mudanças e permanências que se deram na distribuição desses serviços à população em geral, em espaços e tempos diversos (ALMEIDA, 2011; MARQUES, 1995; MURTHA, CASTRO, HELLER, 2015). Há a intenção assim, de promoção de ações de Divulgação Científica (DC), vista como possibilidade de relacionar o conhecimento científico ao exercício da cidadania. A DC é desenvolvida pela necessidade de a população adquirir educação científica. Neste sentido, ela está intrinsecamente relacionada com o objetivo de alcance de uma Alfabetização Científica (AC), entendida como um conjunto de conteúdos formativos, científicos e tecnológicos, que ajudariam o sujeito a “argumentar e contra-argumentar, pesquisar, planejar, executar, discutir exercer cidadania” (MAGALHÃES, SILVA, GONÇALVES, 2012, p.18). Isto significa dizer que a DC com objetivos de alfabetização científica não se restringe à simples reprodução de conteúdos científicos, mas refletir sobre e fazer uso deles na tomada de decisões na sociedade democrática, na qual estamos inseridos. Infelizmente, muitas das decisões políticas são tomadas à mercê da opinião pública. Mas a ciência é feita por e para os homens e, diante do desenvolvimento vertiginoso da ciência e da tecnologia na sociedade, é necessário que estes conhecimentos sejam divulgados a toda população a fim de que tomem partido nas decisões atuais que invariavelmente estão sujeitas a apresentar caráter técnico e científico (AULER, DELIZOICOV, 2001). Entendemos que esse estudo poderá contribuir para a compreensão dos estudantes quanto à relação estreita entre saneamento, saúde pública e meio ambiente, além de tratar de algumas questões sociais, a saber: 1) importância da preservação dos mananciais e fontes de água; 2) conhecimento de onde vem e como é feito o tratamento químico da água para se tornar potável; e 3) possibilidade de reivindicar dos representantes políticos a implementação de medidas urgentes para a melhoria do saneamento básico prestado à população de maneira geral e não pontual (exercício da cidadania buscando a ampliação de acesso).
Material e métodos
Esta pesquisa é de natureza qualitativa por dar maior ênfase à interpretação dos dados coletados ao invés de mensurá-los (SANTAELLA, 2001). Os sujeitos da pesquisa são alunos de 4 turmas do 3º ano do Ensino Médio com idades entre 16 e 18 anos de um colégio público de Belford Roxo, no Rio de Janeiro. Cada turma contava em média com 30 alunos. O colégio e, praticamente, todo o seu entorno, não apresentam serviço de abastecimento de água, estando em atividade devido a um poço artesiano construído nas imediações da escola. A atividade pedagógica foi realizada nas duas semanas finais de julho de 2017 e contou com a apresentação de uma palestra (1h e 40min) com relação ao tema, contando um pouco da história sobre o desenvolvimento do saneamento básico na Cidade do Rio de Janeiro desde o século XIX, na época do Império. Como a palestra foi oferecida na disciplina de química separou-se maior tempo para apresentação e discussão sobre o tratamento químico da água, discriminando produtos químicos utilizados (sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), cloreto férrico (FeCl3), cloro (CL2), cal virgem (Óxido de Cálcio, CaO) e flúor (Ácido Fluorsilícico, H2SiF6), suas características e o porquê da adição de cada um deles no processo de tratamento. Utilizou-se uma apresentação em Power Point, transmitida por uma TV para os alunos, e o quadro branco. Ao final da palestra, pediu-se que os alunos fizessem uma pesquisa com relação a prestação ou não dos serviços de saneamento nos seus bairros para ser entregue na aula de Sociologia na semana posterior. Na aula de sociologia apresentou-se o Plano Municipal de Saneamento Básico de Belford Roxo, elaborado em 2013 pela Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo. No plano apresentam-se pesquisas realizadas em todos os bairros do município quanto a prestação dos serviços de saneamento básico. Focou-se no debate quanto à necessidade de participação dos cidadãos nas discussões e tomadas de ações políticas, além da fiscalização de investimentos na área. Foi informado aos alunos sobre o site Portal da Transparência onde são informadas liberações de verbas pelo governo federal e as datas das liberações para aplicação em cada localidade. Observou-se que desde 2013, após muitas liberações de verba para o Município, ainda não se observam melhoras na área do saneamento. Os assuntos tratados na atividade estavam em consonância com a disciplina de Sociologia que na época de aplicação da atividade estava tratando de temas relacionados à política e suas ações, com os alunos. Após estas discussões, os alunos foram separados em grupos e incentivados a redigirem uma carta ao prefeito de Belford Roxo, pedindo esforços na implementação urgente do Plano. A aula durou 1h e 40 minutos, sendo os 30 minutos finais para elaboração da carta em grupo. As cartas foram analisadas através da metodologia de análise de conteúdo (BARDIN, 1977), intencionando “a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção” (CAMPOS, 2004, p.612) do documento.
Resultado e discussão
Os alunos mostraram-se atentos e interessados durante a maior parte da palestra
desenvolvida na disciplina de química. Ficaram abismados com a quantidade de
produtos químicos utilizados durante as etapas de tratamento da água e com o
fato da água de poço não poder ser considerada potável, pois não é desinfetada
para utilização, podendo conter microrganismos patogênicos devido à
possibilidade de contaminação dos lençóis freáticos e, consequentemente, do
poço. Foi citada a existência da Portaria n° 2.914, de 12 de dezembro de 2011,
do Ministério da Saúde, que dispõe os padrões de potabilidade, ou seja, que
define os níveis aceitáveis de variadas substâncias presentes na água para que
não ofereçam riscos à saúde da população, até por conta do susto que os alunos
levaram com relação à adição dos produtos químicos durante o tratamento. Os
alunos se mostraram muito curiosos e participativos quando se contou a história
do desenvolvimento do saneamento básico no Rio de Janeiro, que antigamente
contava com chafarizes e escravos para os serviços de abastecimento de água e
descarte de esgoto sanitário.
Durante a aula de sociologia os alunos ficaram surpresos ao saber que o
município deles apresentava um plano de saneamento básico desde o ano de 2013 e
que até hoje não foram observadas as melhorias presentes como objetivo no
relatório do Plano de Saneamento Básico do Município de Belford Roxo. A
indignação dos alunos com relação aos investimentos, observados no Portal da
Transparência, em total desacordo com as péssimas condições de saneamento de sua
cidade, ajudou na elaboração da carta ao prefeito pedindo melhorias urgentes
para a população do município.
No total, 12 cartas foram elaboradas pelos alunos. Na maioria das cartas foram
observadas cobranças de serviços diferentes dos compreendidos no saneamento
básico. Alguns alunos citavam iluminação pública, asfaltamento e necessidade de
postos de saúde como se fossem serviços de saneamento básico, mostrando ainda
desconhecimento da definição do assunto. Outros sabiam que não eram serviços
compreendidos na temática, mas aproveitaram a oportunidade da carta para
reclamar desses outros serviços que apresentam deficiência no município. A
atividade dos alunos da redação da carta foi acompanhada de retirada de várias
de suas dúvidas sobre o tema.
Durante a palestra na aula de química na semana anterior, foi comentado com os
alunos o fato de cortar árvores, mesmo que esteja dentro do terreno particular,
significa contrariar a lei (Resolução SMAC nº 587 de 16 de abril de 2015) e que
devíamos nos informar mais, não só sobre nossos direitos, mas também sobre
nossos deveres como cidadãos. Cobrar das autoridades é algo importante, mas
devemos também fazer a nossa parte. Observou-se em uma carta produzida na aula
de sociologia, uma semana depois da citação, que em algumas ruas do município
muitas árvores foram cortadas sem necessidade mostrando que estavam atentos à
palestra da semana anterior e que se preocupam com sua cidade. São alunos
atentos ao que acontece no Município que, infelizmente, é criticado por quase
toda a população da Baixada Fluminense como sendo um dos que apresentam pouco
investimento e, consequentemente, pior qualidade de vida.
Em duas cartas ficaram explícitas a ligação entre problemas de saúde e falta de
saneamento básico, principalmente com relação a esgotos à céu aberto e águas de
poço desconhecidas quanto ao seu caráter de potabilidade.
Durante a realização da atividade na aula de sociologia, foi entregue aos grupos
uma folha do relatório do plano de saneamento do município de Belford Roxo, que
apresentavam termos bem específicos relacionados ao tema saneamento básico, tais
como: rede de esgoto, sistema de captação, áreas de alagamento e etc. Os alunos,
ao tratarem sobre os problemas observados no seu município, apropriam-se
conscientemente desses termos em algumas cartas, como forma de dar legitimidade
e embasamento aos argumentos utilizados em suas solicitações. É elucidativo
também, o fato de alguns dos alunos tirarem dúvidas quanto a esses termos, antes
de utilizá-los nas cartas reivindicatórias, o que permite dizer que as
discussões feitas durante a atividade pedagógica, contribuíram para o
conhecimento e compreensão de novos termos técnicos e científicos, vinculando-os
a uma ação voltada para o exercício da cidadania.
Algumas cartas expressaram a indignação diante da falta de rede de esgoto
sanitário e de sistemas de captação e áreas de alagamento; da ineficiência em
serviços de coleta de lixo domiciliar; ausência de reciclagem dos lixos; da
ausência de agentes de saúde, importantes na prevenção de doenças como dengue e
zica.
A presença de erros de concordância, ortografia, pontuação e acentuação
irregulares nas carta, indicam a possibilidade de um trabalho conjunto com o(a)
professor(a) de português das turmas, ampliando o diálogo com outras
disciplinas, além da sociologia.
Conclusões
A aplicação da atividade ajudou a verificar que a divulgação deste assunto pode ajudar na alfabetização cientifica dos alunos, formando uma base conceitual para a busca dos direitos relacionados a prestações desses serviços. Durante a palestra foram retiradas várias dúvidas com relação às etapas de tratamento químico da água. A maioria dos alunos entendeu bem a relação existente entre este tema e a saúde pública, na necessidade de investimento em saneamento para minimizar os problemas de saúde pública. A discussão deste assunto hoje é de suma importância, diante da situação de crise que vivemos na área da saúde. O conhecimento ajudará a população a buscar seus direitos, além de cumprir os seus deveres em favor de uma saúde pública, que seja para todos de fato. A atividade desenvolvida necessitou de muito planejamento e boa relação entre os professores envolvidos. Trabalhos em conjunto com disciplinas diferentes demandam tempo na elaboração, aplicação e avaliação. Os alunos se mostraram interessados e participativos e ficaram contentes quando informados sobre a possibilidade de entrega de suas cartas ao prefeito, pois isso representava que estariam participando de alguma forma na busca dos seus direitos e contribuindo para melhorias no seu município.
Agradecimentos
Aos professores de química (Davi Dubrull) e sociologia (Ronaldo Gomes) por aceitarem a ideia da atividade em conjunto e proporcionarem esse debate com os alunos de fo
Referências
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