“CHEMY”: UM JOGO DE CARTAS COMO AUXILIAR NO ENSINO SOBRE TABELA PERIÓDICA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Linhares, G.T. (IF SUDESTE MG) ; Chinelate, B.M. (IF SUDESTE MG) ; Vieira, B.L.M. (IF SUDESTE MG) ; Barbosa, D.B.A. (IF SUDESTE MG) ; Toledo, T.A. (IF SUDESTE MG)
Resumo
Novas metodologias de ensino são propostas com o intuito de estimular o interesse dos alunos e promover uma aprendizagem significativa. Assim, os jogos didáticos propiciam convívio aluno-professor, incentivam o trabalho em equipe, o raciocínio, auxiliam o desenvolvimento e facilitam a fixação de conceitos. Nesse sentido, este trabalho visou a uma proposta de atividade lúdica, baseada em um jogo de cartas sobre a Tabela Periódica. Além disso, objetivou evidenciar as diferenças entre duas instituições públicas de ensino. Conclui-se que a aplicação de jogos lúdicos em aulas sobre tabela periódica é uma boa ferramenta para a assimilação dos nomes e símbolos dos elementos, caracterizando uma estratégia efetiva de auxílio para o ensino de química, em qualquer instituição de ensino.
Palavras chaves
Ensino Química; Tabela periódica; Jogos lúdicos
Introdução
A introdução do ensino de Ciências, na década de 50, teve como objetivo a formação de pesquisadores, o que impulsionou o avanço da ciência e de suas tecnologias para progressão do país naquele momento. Entretanto, os objetivos do ensino de Ciências foram sendo diferenciados e, a partir de 1980, foi lançado um novo desafio aos educadores: ensinar de maneira estruturada com as necessidades e interesses dos estudantes (KRASILCHIK, 2000). Observa-se uma maior importância a transmissão de conteúdos, memorização de fórmulas, símbolos e nomes, menosprezando a construção do conhecimento científico e influenciando de forma negativa a aprendizagem, uma vez que não se consegue desenvolver a relação entre a teoria, a natureza e a sua vida (MIRANDA; COSTA, 2007). Em contrapartida, novas metodologias de ensino estão sendo propostas, com o intuito de estimular o interesse dos alunos e simplificar a aprendizagem (SANTOS, JESUS; 2010). Assim, os jogos didáticos, com concepções modernas e, principalmente, de baixo custo, propiciam convívio aluno-professor, incentivam o trabalho em equipe, o raciocínio, auxiliam o desenvolvimento e facilitam a fixação de conceitos (BRAGA; PAZ; LIMA, 2014). Nesse sentido, este trabalho visou a uma proposta de atividade lúdica, baseada em um jogo de cartas sobre a Tabela Periódica. Além disso, objetivou evidenciar as diferenças entre duas instituições públicas de ensino.
Material e métodos
Foi confeccionado um jogo de cartas “Chemy”, baseado no jogo criado pelo Laboratório de Educação Química e Atividades Lúdicas da Universidade Federal de Goiás (2012), como uma das propostas do projeto de extensão “Troca de Saberes em Ciência: Oportunizando Aprendizagens” do Laboratório de Pesquisas e Experimentos em Nanociência do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - Juiz de Fora. Essa atividade foi aplicada em 2 turmas de primeiro ano do ensino médio, sendo uma escola federal e outra estadual. No total, 57 alunos participaram durante duas semanas em 4 horas/aula. O baralho do jogo “Chemy” é composto por cartas com os elementos da tabela periódica, contendo símbolo, família, período, número atômico e orbital e cartas especiais, as quais deixam o jogo mais dinâmico. A dinâmica dos encontros foi igual para as duas escolas: no primeiro momento foram apresentados o projeto e seus participantes e, em seguida, aplicado o teste preliminar, para delineamento dos conhecimentos dos alunos sobre a tabela periódica. Um questionário socioeconômico foi entregue para ser respondido em casa com a ajuda dos pais, para informações de aspecto escolar, condição social, econômica e cultural das famílias. Após essa etapa inicial, os discentes conheceram o baralho, as regras do jogo e cada turma foi dividida em três equipes. No segundo encontro, formaram-se novamente as equipes para o jogo e, por fim, os alunos responderam o questionário conclusivo, para levantar a opinião dos estudantes perante a atividade.
Resultado e discussão
Pode-se perceber que os alunos da escola federal foram mais receptivos com a
atividade proposta e demonstraram maior seriedade no preenchimento dos
questionários. Contudo, os dois grupos expressaram interesse e entusiasmo
com o decorrer do jogo, mostrando que essa ferramenta didática contribui
para o fortalecimento da aprendizagem (FERREIRA, et al; 2012).
A ponderação do questionário socioeconômico permitiu observar que os
estudantes das duas escolas são moradores de área urbana, circundados por
áreas com saneamento básico. As mães são mais instruídas que os pais,
contudo, as famílias da escola federal seguem o modelo patriarcal, com os
pais como os provedores da renda. Para as famílias da escola estadual,
observou-se uma grande diversificação, com diversos integrantes contribuindo
para a renda mensal, incluindo o estudante. A idade dos alunos da escola
federal variam de 15 a 16 anos e da escola estadual de 14 a 17 anos, onde
relatam reprovação durante o ensino fundamental.
Em análise ao questionário preliminar, foi possível observar algumas
divergências: na escola estadual alguns alunos erraram todas as questões
propostas, e, na federal, alguns alunos responderam todas as questões
corretamente, evidenciando maior domínio do conteúdo. Além disso, pode-se
perceber uma certa dificuldade dos alunos em alguns tópicos como nome dos
elementos, distribuição eletrônica e localização na tabela periódica, como
mostra a figura 1.
Em relação ao questionário conclusivo, os alunos mencionaram o jogo como
atrativo, dinâmico, pedagógico, de fácil compreensão e sinalizaram que é uma
atividade que auxilia a fixação do conteúdo, além de melhorar o
relacionamento entre os colegas, fato também corroborado por Braga, Paz e
Lima (2014).
Conclusões
Conclui-se que a aplicação de jogos lúdicos em aulas sobre tabela periódica é uma boa ferramenta para a assimilação dos nomes e símbolos dos elementos, caracterizando uma estratégia efetiva de auxílio para o ensino de química, em qualquer instituição de ensino. Ademais, atividades lúdicas são ferramentas valiosas no processo de ensino- aprendizagem, atraentes e divertidas, que estimulam o interesse dos alunos perante ao conteúdo e melhoram a compreensão.
Agradecimentos
Instituto Federal do Sudeste Minas Gerais - Juiz de Fora, à professora Marlene Bergamini da Escola Estadual Estevão Pinto e ao CNPq.
Referências
BRAGA, D.O.; PAZ, W.H.P.; LIMA, F.C.A. Baralho periódico: um jogo para o ensino da tabela periódica. In: Congresso Brasileiro de Química, 54º CBQ, 2014, Natal/RN, anais. Disponível em: http://www.abq.org.br/cbq/2014/trabalhos/6/4861-18840.html.
FERREIRA, E.A.; GODOI, T.R.A.; SILVA, L.G.M.; SILVA, T.P.; ALBUQUERQUE, A.V. Aplicação de jogos lúdicos para o ensino de química: auxílio nas aulas sobre tabela periódica. Encontro Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia/UEPB. 2012. Disponível em: http://editorarealize.com.br/revistas/enect/trabalhos/Comunicacao_177.pdf.
KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das Ciências. São Paulo em perspectiva, jan./mar. 2000, vol.14, no.1, p.85-93.
MIRANDA, D. G. P; COSTA, N. S. Professor de Química: Formação, competências/ habilidades e posturas. 2007
SANTOS, E. A. C,; JESUS, B.C. O lúdico no processo ensino-aprendizagem. 01/2010. Dissertação - Universidad Tecnológica Intercontinental (UTIC) Assunción – PY. Assunção 2010. Disponível em: http://need.unemat.br/4_forum/artigos/elia.pdf.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADES LÚDICAS. Putz químico. Goiânia, 2012. Disponível em: http://www.lequal.quimica.ufg.br/up/405/o/putz_quimico.doc.