“ESTEQUIOMETRILHA” UMA ATIVIDADE LÚDICA COMO AUXÍLIO NO ENSINO DE CÁLCULOS ESTEQUIOMÉTRICOS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Souza, M.M.S. (UFC) ; Mendes, A.M.S. (UNILAB) ; Silva, A.M. (UFC/UECE)

Resumo

Este trabalho foi realizado para verificar o uso da atividade lúdica, “Estequiometrilha” ou “Trilha Estequiométrica”, como ferramenta de aprendizagem no ensino de cálculos estequiométricos, na disciplina de Química, com alunos do 2º ano do ensino médio, município de Aratuba-Ce. A fim de desenvolver o conhecimento colaborativo, proporcionar aulas mais atrativas, proximidade docente-discente e raciocínio lógico de questões. Os desafios são desenvolvidos em função do tempo e a avaliação conforme o acerto das respostas sobre os conteúdos e posteriormente a resolução de simulados sobre a temática verificando o rendimento dos alunos. Conclui-se, que o uso planejado dessas atividades lúdicas promove maior rendimento e interesse dos discentes sobre este conteúdo de Química.

Palavras chaves

Trilha estequiométrica; Ensino de Química; Estequiometria

Introdução

Na área educacional surge um novo repensar para as práticas pedagógicas incorporando em aulas mais interativas. As OCNEM (BRASIL, 2008) propõem que a grande importância da área de Ciências Naturais, Matemática e suas tecnologias no desenvolvimento intelectual do estudante do Ensino Médio, está na qualidade de conceitos aos quais se busca dar significado. Dentre esses componentes curriculares encontra-se a Química. Nesse sentido, como campo disciplinar, a Química tem sua razão de ser, sua especificidade, seu modo de interpretar a natureza, buscar respostas por meio de instrumentos técnicos e de linguagem peculiares, identificando as pessoas que os dominam como químicos ou educadores químicos (BRASIL, 2008). A explicação de um fenômeno utilizando-se de uma teoria é o que denominamos de relação teoria- experimento, ou seja, é a relação entre o fazer e o pensar. Quando fazemos uso de uma teoria para explicar um fenômeno não significa que estamos provando a veracidade desta, mas sim testando sua capacidade de generalização (SILVA, MACHADO e TUNES, 2011, p. 236). Dessa maneira, entende-se que a proposta sugerida por esse trabalho visa oferecer uma possibilidade, por meio de um jogo, a fim de contribuir para a melhoria do Ensino de Química. Assim foi utilizada uma trilha “Estequiometria” que promoveu diversos debates, desafios e resoluções de questões sobre assuntos de Química para turmas do 2º ano do ensino médio da escola estadual, em Aratuba-Ce. Esses recursos potencializam os processos educacionais e abrem novas possibilidades como complemento de aula no ensino.

Material e métodos

A atividade foi realizada com três turmas de 2º ano, sendo no total de 115 alunos, nos turnos manhã e tarde. Para a atividade faz-se necessário um tabuleiro (Figura 1) que foi montado de maneira artesanal, com folhas de papel duplex, de “casas” numeradas de 1 a 50, com cores diferentes, colocados no chão da sala de aula. As “casas” vermelhas indicam desafios com questões de ENEM e/ou vestibulares, as amarelas são questões sobre teorias envolvidas do conteúdo, as brancas uma rodada sem jogar e as azuis um desafio feito entre os grupos sobre perguntas referentes à estequiometria (Figura 2). O acerto das perguntas dentro do tempo estabelecido possibilita o avanço, e o erro indica o retorno do número de casas naquela jogada. Estas são sorteadas jogando-se o dado. Vence a atividade quem chegar à última casa com o número sorteado no dado e acertar a questão final. Se o número apresentado ultrapassar o necessário, volta-se contando as casas. Os questionamentos são relacionados ao assunto estequiometria e selecionados pelo professor. As perguntas são separadas em caixas ou potes coloridos, de acordo com as cores da trilha e em níveis de dificuldade (nível fácil, médio ou difícil). Os grupos devem revezar os participantes quanto a quem irá responder. Após a atividade foi aplicado um questionário quanto à opinião dos alunos em relação à atividade.

Resultado e discussão

Por meio de simulados de questões sobre o conteúdo aplicado pode-se ter como resultado o grau de aprendizagem dos alunos por atividade didática. Através das questões específicas do conteúdo de Cálculos Estequiométricos foi avaliada a aprendizagem dos alunos. Enquanto, antes da aplicação do jogo apenas 23,94% dos alunos acertaram as questões sobre o conteúdo, após a aplicação da atividade houve um crescimento para 76,06% nos acertos das questões específicas. Desde modo pode-se dizer que atividade lúdica “Estequiometrilha” contribuiu para um melhor aprendizado referente ao conteúdo de Cálculos Estequiométricos. Por meio da aplicação do jogo “Trilha Estequiométrica”, observou-se do aluno a interação com a turma além da socialização de saberes e habilidades contribuindo na aplicação do jogo. Quanto às opiniões dos alunos sobre a atividade estão expressas em porcentagem sendo 72,05% responderam que a atividade foi uma forma eficaz para aprender um assunto apontado por eles difícil de aprender. Dos alunos questionados 94,02% responderam que cálculos estequiométricos são complicados. E, 83,06% indicaram maior motivação para aprender com a metodologia aplicada. Dessa forma, o aluno se sentiu mais motivado a pesquisar, a calcular e a escrever equações químicas para responder as questões sugeridas, relacionadas à estequiometria.

Figura 1

Tabuleiro para a atividade lúdica: Estequiometrilha

Figura 2

Exemplo de questão proposta para os alunos responderem sobre Estequiometria

Conclusões

Em geral, a disputa incentivou os alunos a interagir, procurando meios eficientes para resolver as questões sugeridas, dinamizando a aula e contribuindo de forma significativa à aprendizagem. Demonstrando ao processo de motivação da aprendizagem um maior interesse em aprender a partir de atividades lúdicas o assunto estudado. Conclui-se que atividades lúdicas como, Estequiometrilha são relevantes no processo ensino-aprendizagem pois proporcionam momento interativo e funcional para o ensino da disciplina de Química, servindo como apoio pedagógico educacional, fortalecendo e respeitando as diversidades de opiniões, a autonomia dos alunos, sociabilidade, trabalho em equipe, proporciona a qualidade na aprendizagem, facilita a compreensão de conteúdos e melhores rendimentos (notas) na disciplina de química tornando as aulas mais atrativas e participativas.

Agradecimentos

Alunos e escola envolvidos e a Universidade Federal do Ceará (UFC).

Referências

BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Básica (SEB), Orientações Curriculares para o ensino médio, ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília: 2008.
SILVA, R.R; MACHADO, P.F.L; TUNES, E. Experimentar sem medo de errar, p. 231-261. In: SANTOS, W. L.P.; MALDANER, O.A. Ensino de Química em foco, Ijuí/RS Editora: UNIJUÍ, 2011.

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