A ESCOLA FAZ CIÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO DE PROGRAMAS INSTITUCIONAIS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Ribeiro, A.F. (UFPA) ; Lima, C.R. (UNIFESSPA) ; Oliveira, G.R. (UNIFESSPA) ; Pinto, G.P. (UNIFESSPA) ; Freitas, K.H. (UFPA)

Resumo

O presente trabalho visa mostrar os resultados da contribuição de projetos com temas de Química apoiados por programas institucionais, no então Campus da UFPA, além de contribuir para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos de graduação e de escolas públicas de Marabá, através do interesse pela pesquisa e valorizando a universidade como espaço de transformação. Foram executados cinco mini-projetos a partir de uma dinâmica de sequência didática baseada na linha construtivista de Piaget. Através dos resultados alcançados foi possível observar que os projetos contribuíram para melhorar aprendizagem aos alunos que participaram dos projetos de intervenção, os quais apresentaram grande motivação em iniciação científica e melhor desempenho nas atividades escolares, conforme relatos.

Palavras chaves

CTS; pesquisa infanto-juvenil; projetos institucionais

Introdução

Uma orientação contida nos PCN refere-se à contextualização do ensino com a realidade. É importante que o profissional não se limite apenas a exemplos e conteúdos especificos e complexos, mas trazendo a disciplina para o seu dia, para a sua rotina, a partir daí, a criança criar capacidade de raciocínio e senso crítico se desenvolvendo em um menor período e apresentando uma melhor qualidade (VALADARES,1999; BRASIL,1999). No caso do ensino da química, essa prática é de extrema importância pois seus conceitos estão facilmente encontrados no dia-a-dia (SCHNETZLER,2004). As tendências CTS traz uma ideia de promover a educação científica e tecnológica dos cidadãos, auxiliando o aluno a construir conhecimentos, habilidades e valores necessários para tomar decisões responsáveis sobre questões de ciência e tecnologia na sociedade e atuar na solução de tais questões (CARVALHO,2004). Desta forma, os trabalhos de IC aplicados nas escolas devem estar voltados a incentivar os alunos das escolas públicas a pesquisar, facilitando o acesso a informações científicas e a aparatos tecnológicos. Uma das soluções para essa problemática seria introduzir no cotidiano dos formandos novas propostas didáticas para que esses futuros profissionais possam exercer suas funções, com uma mudança de atitudes e ações, de forma a interessar aos alunos do ensino médio à pesquisas e leituras mais aprofundadas de literaturas, que sirvam de ferramentas para o cotidiano (MASSI, SANTOS e QUEIROZ,2008). Programas como PAPIM e PIBID têm a visão de incentivar essas atividades de experimento que visam criar novos métodos para uma melhor qualificação do processo ensino-aprendizagem na educação básica, profissional e superior, com a participação de docentes e discentes vinculados à educação básica.

Material e métodos

Os bolsistas do projeto selecionaram escolas conforme suas conveniências, sendo que esta seleção foi condicionada à escolha de escola pública do ensino básico do Município de Marabá. Nas escolas foram selecionados alunos que tivessem interesse em participar dos projetos. Após a seleção dos estudantes, foi ressaltada a importância desses alunos, juntamente com apoio da escola, para realização do respectivo “mini-projeto”. Após reuniões com professores e alunos das escolas, foi definido o desenvolvimento dos cinco projetos de acordo com a linha Construtivista, de Piaget. Cada “mini- projeto” foi coordenado por um professor da UFPA e um aluno-bolsista do curso de Química de graduação do Campus de Marabá. Foram engajados 12 alunos do ensino básico no total. Os temas trabalhados foram: i) análise da acidez no leite; ii) obtenção de óleo essencial; iii) oxidação enzimática em frutas; iv) corantes naturais como indicadores ácido-base e v) etanol na gasolina. A Tabela 1 relaciona os “mini-projetos” e os respectivos participantes. Para exemplificar, segue a metodologia para obtenção dos óleos essenciais: Foi explanada aos alunos a metodologia de coleta do material botânico e extração dos óleos essenciais e posteriormente, partindo para as etapas de coleta e obtenção dos óleos essenciais. Para a coleta botânica foram demonstradas as técnicas consagradas em botânica no que concerne em registro, preparação de exsicata, armazenamento e secagem. Após a secagem das folhas efetuou-se a obtenção dos óleos voláteis. Foram pesadas 30 gramas de folhas secas. Após o tempo de extração foi realizada a leitura da quantidade de óleo obtido e cálculo de rendimento em óleo. As metodologias foram seguidas nesse perspectiva pelos demais projetos.

Resultado e discussão

1.Oxidação enzimática: A ação da enzima que provocou a oxidação dos compostos fenólicos naturais presentes nos alimentos, polifenol oxidase, causa a formação de pigmentos escuros, frequentemente acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência do produto, resultando na diminuição da vida útil e do valor de mercado (ARAÚJO, 1995; RIBEIRO e SERAVALLI, 2007). Assim, em uma das fatias de cada fruta, não se adicionou nenhuma solução, ficando esta como parâmetro de comparação para o escurecimento enzimático. 2.Óleo Essencial: o rendimento em óleo essencial de Eugenia egensis foi calculada através de regra de três simples considerando as massas utilizadas e a massa de óleo obtido e percentual de umidade. Verificou-se que a amostra que obteve o maior rendimento foi às de 9:00 hs, horário em que a planta apresentou o maior rendimento em óleo (1,4 %), Tabela 2. 3.Corantes naturais: para cada legume foi feito a extração em água é o liquido obtido foi divido em dois copos plásticos, no primeiro foi colocado uma pequena quantidade de ácido muriático e no segundo uma pequena quantidade de soda cáustica. A beterraba apresentou diferente comportamento em meio ácido e em meio básico. 4.Água na gasolina: os alunos calcularam a porcentagem de etanol presente nas amostras de gasolina, montando um quadro comparativo para tal análise. Com os resultados obtidos verificou-se que as amostras de gasolina estavam dentro do padrão. A Figura 5 apresenta dos resultados aos colegas de classe. 5. Acidez do leite: Foi montado aparelhagem no Lab. de Química da UFPA para efetuar o cálculo de acidez. A média ficou em 15,35 (graus Dornic), sendo esta uma acidez aceita na legislação vigente (BRASIL, 2002).

Tabela 1

Projetos e participantes.

Figura 2

Alunos trabalhando em seus respectivos projetos.

Conclusões

Através dos resultados alcançados foi possível observar que os “mini-projetos” contribuíram para melhorar aprendizagem aos alunos que participaram do projeto de intervenção, os quais apresentaram grande motivação em iniciação científica e desempenho nas atividades escolares. Os programas institucionais colaboram sobremaneira à formação dos alunos de graduação visto que levam aproximá-los da iniciação científica e ao mercado de trabalho, conforme defende Silva (2001) onde diz que as práticas vivenciadas nos futuros locais de trabalho contribuem para a formação do profissional.

Agradecimentos

Às escolas e aos alunos participantes do Projeto. À CAPES e UFPA pelas bolsas concedidas aos discentes: Paula Morais, Osório Hinvaitt, Amanda Ribeiro, Priscila Dorighe

Referências

ARAÚJO, J.M.A. Química de alimentos. 2 ed.Viçosa: UFV,1995.

BRASIL, Ministério de agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Defesa
Agropecuária. Instruções Normativas nº 51 de 18 de Setembro de 2002. Diário Oficial da União, 20 set.2002.

BRASIL. Secretaria da Educ. Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 1999.

CARVALHO, A.M.P. (org.). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. São Paulo, T. Learning, 2004.

MASSI, L. SANTOS, G. R. QUEIROZ, S. L. Artigos Científicos no Ensino Superior de Ciências: ênfase em Química. Revista Eletrónica de Enseñanza de las Ciências, vol. 7 nº1. 2008.

RIBEIRO, E.P; SERAVALLI, E.A.G. Química de alimentos. 2 ed. SP: Edgard Bllucher, 2007.

SCHNETZLER, R. P. A pesquisa no Ensino de Química e a Importância da Química na Nova Escola. Química Nova Escola. Nº 20. 11/2004.

SILVA, J.A. EDUQUIM, Núcleo de Educação em Química. Disponível em <http://www.nuvital.com.br>. Acesso em: 11 maio 2012.

VALADARES, E.C. Ciência e diversão das Crianças. Ciência Hoje, n. 97, p. 23, nov. 1999.

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