Produção de Jornal Didático como metodologia para o ensino de Química Verde

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Amorim, C. (IFRJ) ; Gomes, T. (IFRJ) ; Gomes, S. (IFRJ) ; Silva, G. (IFRJ) ; Silva, B. (IFRJ) ; Almeida, Q. (IFRJ) ; Aversa, T. (IFRJ)

Resumo

A necessidade de se inserir os conceitos de química verde interdisciplinarmente aos conteúdos químicos já ministrados no Ensino Médio é cada vez mais necessária e de extrema importância a fim de construir juntamente com os alunos os doze princípios estabelecidos por ela e o cuidado com o meio ambiente. A cade dia surgem diversas iniciativas de desenvolvimento dos materiais didáticos adaptáveis por professores. A fim de se ter uma alternativa metodológica para o ensino de Química Verde no ambiente escolar, este trabalho tem como objetivo a construção de um jornal didático com este enfoque. Nas duas aplicações do material didático foi evidenciado o entusiasmo dos alunos com a metodologia escolhida através dos relatos ouvidos em sala de aula e em laboratório.

Palavras chaves

Jornal Didático; Química Verde; Ensino de Química

Introdução

A química verde é definida pela IUPAC como "A invenção, desenvolvimento e aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias perigosas" (USP, 2012). Desta forma, criou-se a necessidade de inserir os conceitos de química verde interdisciplinarmente aos conteúdos químicos já ministrados no Ensino Médio a fim de construir juntamente com os alunos os doze princípios estabelecidos pela química verde entremeados aos temas comuns de química; criando principalmente uma educação ambiental (MORADILLO e OKI, 2004). Desde 1950, as mídias como filmes, vídeos e matérias de jornais passaram a ser utilizadas em sala de aula como uma alternativa de ensino adequada às novas tecnologias vigentes em um país ou mundo, o que também contribuía para despertamento do interesse por parte dos alunos às aulas das disciplinas mais tradicionais (GRÜBLER, 2012). Essas ferramentas metodológicas permitem aos alunos uma visão de mundo verdadeira e ampla, onde o professor é capaz de alfabetizá-los cientificamente gerando pensamentos críticos e formadores da sociedade (CHASSOT, 2003). Diante desse cenário, surgiram as constantes iniciativas de desenvolvimento dos materiais didáticos adaptáveis pelo próprio professor, processo ao qual é visto como qualificador ao docente (CREBRIÁN DE LA SERNA, 2004). Essas peculiaridades dos objetos de aprendizagem produzidos atenta à ideia de que para que ocorra uma mudança significativa do processo de aprendizagem dos alunos é de extrema relevância que o docente inove na sua prática docente estabelecendo novas bases de conhecimento (DOS SANTOS, 2007). O objetivo deste trabalho foi a construção de um jornal didático químico como alternativa metodológica para o ensino de Química Verde no ambiente escolar.

Material e métodos

O Jornal didático criado foi intitulado “O Verdão” e possui 2 edições. Foi confeccionado pelo software Microsoft Publisher®, onde permitiu-se diagramar e organizar as informações necessárias de maneira atraente e lúdica aos alunos. O material foi desenvolvido para 2 momentos diferentes e com 3 temáticas principais: esclarecer aos alunos os 12 tópicos da química verde; demonstrar a presença desses conceitos em notícias do dia a dia e evidenciar também tais tópicos em atividades experimentais desenvolvidas por estudantes da Licenciatura em Química do IFRJ – campus Duque de Caxias num projeto em Química Verde. A 1ª edição do jornal foi criada como metodologia de uma aula para alunos da disciplina de Química em Sala de Aula IV. A aula intitulada “Propriedades Físico-Química dos compostos orgânicos” onde foi ministrada aos conteúdos de forças intermoleculares, polaridade, ponto de ebulição e fusão, solubilidade e densidade. O jornal foi utilizado no início da aula explicitando os 12 tópicos da QV, num segundo momento foi relacionado com a energia gasta nas indústrias a partir do ponto de fusão e ebulição evidenciando o acordo de Paris descrito como reportagem da edição 1. Por fim da primeira aplicação, a última parte do periódico foi evidenciada a partir dos conteúdos de densidade e solubilidade. Todos os conteúdos foram correlacionados com um ou mais tópicos da química verde. A 2ª edição do Verdão foi criada para o evento de QV “Dia Verde: Repensando práticas do laboratório no Ensino de Química de maneira sustentável” ocorrido no IFRJ – campus D. de Caxias como uma feira de experimentos aberta a todos os alunos do campus. O jornal era entregue ao final para que os alunos pudessem levar para casa e terem como relato escrito todos os experimentos evidenciados na feira.

Resultado e discussão

O jornal didático desenvolvido foi planejado para atuar como um material interdisciplinar às aulas de química do ensino médio, correlacionado com o conteúdo de química verde. Mas pode ser utilizado a todo e qualquer momento pelo professor que queira trabalhar uma atividade com enfoque de química verde no ensino de química, seja na formação de professores (licenciatura em química), ensino médio comum ou ensino médio técnico em química. Tem uma linguagem de fácil entendimento o que permitem amplas vertentes aos mais diversos leitores. A Figura 1 demonstra em miniatura as duas edições do jornal e suas respectivas matérias. Ambas as edições abrem a temática enaltecendo os doze tópicos da química verde. Na primeira edição há duas notícias: o acordo de paris e a economia de energia em processos industriais e a correlação da poluição por combustíveis fósseis como diesel e gasolina a produção de combustíveis a partir de fontes renováveis como o biodiesel. Na segunda edição o diferencial se dá pelo caráter experimental do periódico, onde vem descrito claramente quatro experimentos desenvolvidos com ênfase na química verde, são eles: síntese do bioplástico a partir de tapioca e limão; cromatografia em coluna de açúcar utilizando flor de hibisco; síntese da dibenzalacetona e o uso do aparelho de ultrassom nas reações químicas. Nas duas aplicações do material didático foi evidenciado o entusiasmo dos alunos com a metodologia escolhida através dos relatos ouvidos em sala de aula e em laboratório.

Conclusões

Foi possível desenvolver um material didático amplo e lúdico e constatar um maior interesse dos alunos envolvidos nas aplicações do material em relação a química verde e ao meio ambiente.

Agradecimentos

IFRJ

Referências

MORADILLO, E. F.; OKI, M. C. M. Educação Ambiental na Universidade: Construindo Possibilidades. Revista Química Nova, Vol. 27, No. 2, p. 332-336, 2004

USP, Escola de química verde: a química para o meio ambiente. 2012 Disponível em http://www.usp.br/quimicaverde/ Acesso em: 19/07/2017
CEBRIÁN DE LA SERNA, M. Diseño y producción de materiales didácticos por professores y estudiantes para la innovación educativa, 2004.
DOS SANTOS, F. Unidades Temáticas - Produção De Material Didático Por Professores Em Formação Inicial. Experiências em Ensino de Ciências. v.2, p. 01-11, 2007.

CHASSOT, A. Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, n. 22, p. 89-100,. 2003.

GRÜBLER, L. C. A utilização do jornal como um importante recurso pedagógico nas escolas. Porto Alegre, UFRGS, 2012.