A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO ALIMENTAR NO ENSINO DE QUÍMICA PARA ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS-MA.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Mendes, M.N.C. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Ribeiro, M.H.S. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Souza, J.P.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Justino, M.N. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO) ; Scrivener, C. (UNIDADE ESCOLA SAGARANA II) ; Pedrosa, E.M.P. (INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO)
Resumo
A conscientização para uma educação alimentar saudável surge como assunto de grande relevância para melhoria da qualidade de vida das pessoas. Sendo assim, trabalhou-se com alunos de duas turmas do Ensino Fundamental II (9ºano) de uma escola estadual do munícipio de São Luís/MA. Objetivou-se mostrar a importância de uma alimentação saudável. Para isso, foi elaborado uma aula com a temática dos alimentos, seguido da aplicação de um jogo de tabuleiro, discussão do assunto e questionamentos exploratórios. Concluiu-se que 59% dos alunos se alimentam de forma inadequada, necessitando de um trabalho interventivo. O projeto permitiu nosso desenvolvimento, enquanto futuros docentes de química, para que continuemos desenvolvendo atividades que melhorem o processo de ensino-aprendizagem.
Palavras chaves
conscientização alimentar; formação de professores; ensino de química
Introdução
As discussões sobre educação alimentar no mundo contemporâneo estão relacionadas às questões de saúde e bem-estar social, fazendo parte das preocupações dos mais variados setores da sociedade. Entre os hábitos alimentares da maioria da população na atualidade, destaca-se o expressivo consumo de alimentos industrializados, refrigerantes, doces e salgados, que por fim, acabam gerando uma série de malefícios a saúde como obesidade e doenças crônicas degenerativas, principal causa de morte em muitos países do mundo. Nesse sentido, a conscientização para uma educação alimentar saudável surge como assunto de grande relevância para melhoria da qualidade de vida das pessoas e a escola como ambiente propicio para conscientização, visando a formação de consumidores críticos e conscientes de sua realidade. Segundo Santos (2005) o papel da educação alimentar e nutricional está vinculado à produção de informações que sirvam como subsídios para auxiliar a tomada de decisões dos indivíduos que outrora foram culpabilizados pela sua ignorância, sendo posteriormente vítimas da organização social capitalista, e se tornam agora providos de direitos e são convocados a ampliar o seu poder de escolha e decisão. Refletindo esse pensamento, a química pode ser um instrumento utilizado para ampliar os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania (Quadros e Santos, 2007). Por isso, a importância de ser ensinada de forma interdisciplinar e contextualizada. Este trabalho tem por finalidade discutir sobre a conscientização alimentar no âmbito escolar, através do ensino de química, tendo como tema gerador os alimentos. Sendo assim, instrumento essencial para promoção da saúde e da tomada de decisão para exercício da cidadania.
Material e métodos
Este trabalho foi desenvolvido na Unidade Escolar Sagarana II, escola da rede pública de ensino localizada na região metropolitana do munícipio de São Luís/MA, durante a disciplina obrigatória de estágio I do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Maranhão - campus São Luís/Monte Castelo no 2º semestre de 2016. Participaram da atividade alunos de duas turmas do Ensino Fundamental II (9ºano) com um total de 57 alunos entre a faixa etária de 14 a 16 anos. A atividade foi desenvolvida mediante a necessidade de conscientização dos alunos acerca de uma educação alimentar saudável. Com isso, explorou-se os grupos presentes na pirâmide alimentar, mostrando aos alunos os alimentos que são ricos em carboidratos, proteínas, lipídios e vitaminas, e suas respectivas estruturas, além da importância do consumo de peixes, laticínios, frutas e verduras, associando a presença de vitaminas e das funções que estes desempenham em nosso organismo. Destacou- se a posição dos elementos químicos, enfatizando o papel que possuem, períodos e a família de cada um na tabela periódica. No segundo momento, os alunos foram divididos em duas equipes para aplicação do jogo de tabuleiro, formado por uma trilha de 22 casas, um dado e 25 cartas-perguntas. Para isso os alunos participantes do jogo tiveram que andar o número de casas indicadas pelo dado, porém só fizeram isso ao responderem corretamente as questões relacionados ao conteúdo trabalhado sobre alimentação proposta pelo mediador do jogo. Após a aplicação da atividade, levantou-se discussão sobre alimentos industrializados e prejudiciais à saúde. Por fim, questionamentos exploratórios, afim de coletar informações dos hábitos alimentares que os alunos possuíam através de suas opiniões orais.
Resultado e discussão
A aplicação da atividade mostrou-se motivadora e participativa, à medida em
que os alunos participantes do projeto demostraram com êxito envolvimento no
mesmo. Os estudantes demonstraram interesse e se tornaram sujeitos no
processo ensino aprendizagem, expondo suas opiniões e conhecimentos prévios
acerca do que acreditam ser saudável e quais práticas devem ser adotadas
para uma boa qualidade de vida, entre eles o consumo diário de frutas,
verduras e a ingestão de água, além da prática de exercícios físicos. Quando
questionados sobre o consumo de salgados e refrigerantes, uma média de 54%
respondeu consumir diariamente. Enquanto, 48% dos entrevistados demostraram
não consumir frutas e verduras de forma diária. Para alimentos como carne,
ovos, feijão e arroz 39% afirmaram consumir em poucas porções. Os resultados
demonstram, uma necessidade contínua da conscientização alimentar na escola
e na família dos alunos, os quais devem evitar ao máximo o consumo de
alimentos industrializados. O método de avaliação proposto, baseado no jogo
de tabuleiro, despertou o interesse dos alunos, demonstrando que os métodos
avaliativos vão além da aplicação de provas que possuem caráter punitivo,
uma vez que, o objetivo educativo do jogo foi complementar e servir como
reforço de forma efetiva dos conteúdos ministrados teoricamente. A
competição entre os grupos permitiu maior empenho dos mesmos em querer
responder as questões, além de ter favorecido um espaço de discussão entre
os integrantes de cada grupo, de modo que pôde contribuir significativamente
para compreensão do conteúdo referente a temática alimentar. O projeto
permitiu e fortaleceu nosso desenvolvimento, enquanto futuros docentes de
química, para que continuemos desenvolvendo atividades que melhorem o
ensino-aprendizagem.
Ministração da aula sobre os alimentos no pátio da escola
Aplicação do jogo de tabuleiro e discussão do assunto entre os alunos
Conclusões
Os dados revelam que 59% dos alunos estão se alimentando de forma inadequada, reforçando a necessidade de um trabalho interventivo, que possa esclarecer a importância da adoção de uma prática alimentar saudável através de uma aula de química contextualizada. A aplicação do jogo de tabuleiro, despertou o interesse dos alunos, oportunizando uma aprendizagem descontraída e motivadora. O projeto permitiu nosso desenvolvimento, enquanto futuros docentes de química, para que continuemos criando atividades que melhorem o processo de ensino-aprendizagem.
Agradecimentos
Agradeço a Deus, ao IFMA (Campus Monte Castelo) e a Unidade Escolar Sagarana II, na pessoa da professora Celina Scrivener.
Referências
QUADROS, A. L.; SANTOS, S. B. Alimentos Como Tema Gerador do Conhecimento Químico: Relato de uma Experiência. Revista Brasileira do Ensino de Química, v. 2, n. 1, 2007.
SANTOS, Ligia Amparo da Silva. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticas alimentares saudáveis. Rev. Nutr., Campinas, 18:681-92., 2005.