O uso de Oficina Temática como forma de Contextualização no Ensino Médio
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Ratis do Val, B.S. (IFRJ - DUQUE DE CAXIAS) ; Pinheiro Lima, M.C. (IFRJ - DUQUE DE CAXIAS) ; Salomão Alves Pinho, G. (IFRJ - DUQUE DE CAXIAS)
Resumo
A experimentação investigativa permite que os alunos passem a ser ativos na construção do próprio conhecimento científico. O trabalho tem como objetivo propor um projeto de uma oficina Temática como forma de contextualização no Ensino Médio, a fim de fazer com que os alunos passem a ver a experimentação como uma forma de construção do conhecimento químico. Os alunos foram divididos em diferentes grupos para fazer experimentos nos temas Ácidos e Bases e NOx. Correlacionaram esses experimentos com reportagens e os apresentaram em um trabalho expositivo e responderam a um roteiro investigativo. De acordo com todas as etapas vivenciadas pode-se perceber que os alunos compreenderam como os temas vistos dentro de sala de aula tem uma ligação com o cotidiano vivenciado por eles.
Palavras chaves
oficina temática; experimentação ; ensino de química
Introdução
A base de uma oficina temática é a contextualização e a experimentação, que partem de uma temática específica sem deixar de lado os conceitos a serem tratados e que em conjunto da experimentação investigativa permite que os alunos passem assim, a serem ativos na construção do próprio conhecimento científico, se tornando então cidadãos mais pensantes e interagindo mais com ambiente em que vivem (PAZINATO; BRAIBANTE, 2014). O projeto “Oficina Temática como forma de Contextualização no Ensino Médio” foi elaborado no Colégio CIEP 386 Guilherme da Silveira Filho, com o objetivo de fazer com que os alunos passassem a ver a experimentação e contextualização como uma forma de construção do conhecimento químico, e também promover uma maior integração dos alunos com o ambiente laboratorial. O colégio possuia um laboratório equipado e não era muito utilizado pelos alunos. O professor deve utilizar de diferentes metodologias adaptando-as com as diferentes turmas e escolas para que sempre consiga o que esperava (MINAS GERAIS, 2007 apud LOYOLA e SILVA, 2017). A temática escolhida para essa oficina foi realizada juntamente com o professor supervisor. Como os alunos haviam acabado de ver o assunto de Ácidos e Bases e Numero de Oxidação, mostrando dificuldades nesses componentes curriculares, esses temas foram escolhidos com a finalidade de uma melhor construção do conhecimento, de uma contextualização com o cotidiano dos alunos, para que atuando ativamente do processo eles compreendessem melhor os assuntos propostos.
Material e métodos
O projeto se deu em algumas etapas, onde logo após a escolha da temática Ácidos e Bases e Nox, foi exposto para os alunos alguns experimentos: Repolho Roxo, Sopro Mágico, Violeta que Desaparece e Camaleão Químico, e os alunos se separaram em grupos e escolheram um experimento que eles mesmo realizariam em outra etapa. Logo após as escolhas dos experimentos foi entregue a eles um roteiro e em seguida foram levados ao laboratório. Primeiro receberam algumas instruções de como se comportar dentro desse ambiente, depois cada um foi separando os materiais e reagentes necessários para a prática. Foram necessárias diferentes idas ao laboratório para que os alunos tirassem suas dúvidas sobre o experimento e sobre todo assunto por de trás dele. Em outro momento, foi então inserido nessa oficina temática, a utilização de reportagens que relacionassem os temas propostos com toda explicação do experimento e claro com a temática Ácidos e Bases e NOx. Os alunos se dividiram em sala nos mesmos grupos do experimento, fizeram a leitura dos textos e apresentaram para a turma, onde a autora do trabalho atuou como mediadora, intervindo quando necessário, para dar explicações mais completas, sem deixar de lado a importância da observação dos alunos, pois qualquer conhecimento é válido, visto que a vivência deles é muito significativa para construção do conhecimento. Por fim, os alunos apresentaram seus experimentos no laboratório e como a experimentação era de caráter investigativo, cada grupo recebeu um roteiro investigativo a fim de responder e completar o que se pedia, de acordo com a apresentação de seus colegas. A todo o momento os alunos foram indagados com perguntas pela mediadora, a fim de que conseguissem relacionar o experimento com as reportagens da etapa posterior.
Resultado e discussão
Os alunos foram divididos em grupo proporcionando uma relação tanto com os
conhecimentos como entre os próprios alunos, porque essa relação entre
alunos é muito importante para todo o processo em busca da construção do
conhecimento, já que segundo Osório (2000) apud Cirineu (2016) o ser humano
já está mais do que acostumado a viver relações interpessoais, seja dentro
de sua casa com seus familiares, dentro de um trabalho, no lazer e na
escola. Então é com amigos que o aluno tem abertura para opinar e defender
sua opinião, assim o trabalho em grupo ajuda no respeito ao próximo, na
solidariedade e na consideração entre os mesmos, proporcionando assim um
avanço durante a elaboração dos conteúdos (TEIXEIRA, 1999).
Ao receberem as reportagens os alunos apresentaram para a turma o que eles
entenderam dos textos e como assuntos que nem ácidos e bases e Nox têm uma
ligação com o dia a dia deles e que anteriormente eles não tinham noção
disso. As reportagens ajudam os professores a estarem atualizados com o
cotidiano dos alunos, podendo gerar questionamentos construtivos, já seus
alunos estão a todo o momento vivenciado um turbilhão de inovações
tecnológicas devido a facilidade de contato com as noticias (NASCIMENTO;
ALVETTI, 2006).
Como última etapa do processo, os alunos conseguiram apresentar e explicar
seus experimentos à sua turma e ainda correlacionar com os textos quando
foram questionados, e enquanto apresentavam cada grupo respondia o roteiro
investigativo correspondente à apresentação. A experimentação deve ser
aplicada de modo que instigue os alunos a criarem hipóteses a partir da
percepção durante a investigação, ajudando na concepção de novas ideias
(MACHADO e MÓL, 2008; FERREIRA, HARTWIG e OLIVEIRA, 2010).
Alguns resultados podem ser vistos nas figuras 1 e 2.
Aí estão os roteiros que cada aluno teve que responder sobre a apresentação dos colegas de turma.
Trechos de respostas dos alunos quando foram questionados sobre o que acharam de todo processo da Oficina Temática
Conclusões
De acordo com as participações dos alunos durante todas as etapas pode-se perceber que eles compreenderam como os temas vistos dentro de sala de aula tem uma ligação com o cotidiano vivenciado por eles, e que muitas vezes eles já sabem explicar alguns conceitos só pelas suas vivências. Com isso pode-se notar como uma oficina temática é capaz de propiciar os alunos uma construção de conhecimentos, visto que os alunos passam por várias etapas sempre as interligando.
Agradecimentos
Ao IFR, Colégio CIEP 386 Guilherme da Silveira Filho, e ao xCelio Maia de Araújo Junior.
Referências
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NASCIMENTO, T.G.; ALVETTI, M.A.S. TEMAS CIENTÍFICOS CONTEMPORÂNEOS NO ENSINO DE BIOLOGIA E FÍSICA. Revista Ciência e Ensino. Vol.1. Nº 1, p. 29-39, DEZEMBRO, 2006.
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TEIXEIRA, C.F. Compreensão, criação e resolução de problemas de estrutura multiplicativa: uma sequência didática com problemas “abertos”. Monografia. Recife: UFPE/ Curso de especialização em ensino pré a 4ª série, 1999.