MINICURSO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO E DOS MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS: PERCEPÇÃO DOS PARTICIPANTES
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Leão, M.F. (IFMT) ; Alves, A.C.T. (IFMT) ; Both, L. (IFMT) ; Oliveira, D.F.L. (IFMT)
Resumo
O presente estudo trata-se de um relato de experiência sobre um minicurso realizado durante a III Semana Acadêmica das Ciências da Natureza do IFMT Campus Confresa, ocorrida de 07 a de março de 2016. Como instrumento utilizado para coletar dados foi elaborado um formulário online (Google Drive), constituído por cinco questões. Foram 23 os estudantes que consideraram o minicurso excelente e outras 4 que julgaram que a atividade foi boa. O estudo evidenciou que a articulação entre teoria e prática é fundamental no ensino de ciências e que utilizar materiais de baixo custo é uma alternativa para superar as limitações estruturais das escolas, além de ser uma maneira de atender ao caráter dessa ciência experimental.
Palavras chaves
Experimentação; Materiais alternativos; Ensino de química
Introdução
Muitas vezes o ensino de química está limitado a aulas tradicionais e unicamente teóricas, reduzindo as possibilidades de informações, definições de leis e conceitos sem nenhuma interação de conteúdo com a vida (SILVA et al.,2009). Há alguns conceitos químicos de difícil compreensão, é ai que os experimentos químicos surgem, como facilitadores no processo de ensino aprendizagem. Envolver atividades experimentais alternativas no ensino de química é fundamental, até por que infelizmente, grande das escolas públicas não possuem um laboratório de química a seu dispor (ALVES, et al, 2014). Nos estudos de Galiazzi e Gonçalves (2004), fica claro que a experimentação é uma ferramenta importantíssima nos processo de ensino de química. Contudo são imprescindíveis que as atividades sejam bem instituídas e bem aplicadas para se alcançar consequências significativas no ensino. Um dos grandes problemas de uma aula pratica é a inexistência de laboratórios de química nas escolas. A afirmação de que o uso de materiais alternativos no ensino de química serve para que o estudante descubra o mundo que o cerca, e entenda que não são apenas com materiais previamente preparados como reagentes, soluções, vidrarias, destiladores que se pode entender e estudar a parte experimental da Química. Ao contrário, a Química pode ser trabalhada com materiais encontrados e manipulados no dia-a-dia do estudante, sem, contudo, desmerecer a importância do laboratório e de recursos apropriados para este fim. Por isso, que os materiais utilizados são classificados como materiais alternativos. A intenção desse estudo é mostrar que existem formas de desenvolver atividades experimentais com os estudantes, ainda que não se tenha um laboratório no âmbito escolar.
Material e métodos
O presente relato de experiência é referente ao minicurso intitulado “Materiais alternativos para o Ensino de Ciências” realizado durante a III Semana Acadêmica das Ciências da Natureza do IFMT Campus Confresa, ocorrida de 07 a 11 de março de 2016. O objetivo desse minicurso foi capacitar os futuros professores para virem explorar os conceitos envolvidos e as correlações dos fenômenos observados em atividades experimentais quando atuarem na docência. Na ocasião foram realizadas atividades que envolveram leitura, percepção, análise, argumentação e conhecimentos de ciências, atividades que envolveram ludicidade e materiais alternativos, sendo todas elas possíveis de serem desenvolvidas em aulas de Ciências Naturais. Durante a oficina, foram apresentados as seguintes atividades experimentais para as aulas de Ciências: extração de corantes e indicadores naturais; reações de neutralização ácido-base; produção da cola de caseína e processos de separação de misturas. Todas essas atividades utilizaram materiais de baixo custo. Na oportunidade, também foram confeccionados equipamentos e vidrarias com materiais alternativos para viabilizar a realização de experimentos, principalmente para escolas que não possuem laboratório instalado. Foram construídos os seguintes equipamentos com materiais alternativos: pipeta, proveta, suporte universal, béquer, bureta e erlenmeyer. Como instrumento utilizado para coletar dados foi elaborado um formulário online, constituído por cinco questões. Foram três questões que serviram para caracterizar os participantes do minicurso (sexo, idade, curso/instituição que estudam). Apenas uma questão foi aberta e visou levantar quais foram os motivos de terem escolhido o minicurso. A última questão foi referente a nota que atribuíam ao minicurso realizado.
Resultado e discussão
No encerramento do minicurso foi realiza uma avaliação das atividades desenvolvidas, por meio de um formulário online elaborado no Google Drive. A avaliação serviu para relatar a percepção dos participantes sobre as contribuições do minicurso para a formação dos mesmos.
Ao analisar as respostas do formulário, observou-se que 78% dos participantes eram mulheres (21 pessoas). A faixa etária dos participantes ficou entre 18 a 42 anos de idade. E O minicurso teve 27 participantes, sendo 19 licenciandos em química, 3 licenciandos em biologia e 1 licenciando em física, além de 4 egressos do curso de química que já estão atuando na rede estadual de ensino.
Em relação aos motivos que levaram à escolha do minicurso, os participantes alegaram que: “O minicurso vai contribuir para aprimorar minhas técnicas com relação a experimentação” (E3); “A proposta é muito interessante e necessária com a situação das escolas que temos” (E5). “O que me motivou foi atualizar meus conhecimentos” (E6); “Minha escolha foi devido ser o minicurso mais relacionado ao curso que faço” (E10); “Tenho interesse pela proposta do minicurso oferecido” (E12).
Os participantes também atribuíram notas ao minicurso (questão 5). Utilizando a escala de de 1 (ruim/péssimo) a 5 (excelente). Os resultados estão representados no gráfico abaixo. Como pode ser verificado, 85% atribuíram nota 5 (23 estudantes), enquanto 15% atribuíram nota 4 (4 estudantes).
Os dados apresentados exemplificam o potencial das atividades experimentais com materiais alternativos como ferramenta que potencializa o ensino, motivando o estudante na construção do seu conhecimento. Também corroboram o pensamento de Galiazzi e Gonçalves (2004), de que a experimentação é uma ferramenta indispensável e necessária para o ensino de química.
Pós-graduandos em aula experimental com materiais alternativos
Avaliação dos participantes sobre o minicurso.
Conclusões
O concreto, a manipulação e o fazer, constituem importantes elementos do ensino e acredita-se que a construção de aprendizagens seja favorecida quando tais elementos são explorados. A experimentação contribui de forma significativa para a produção de conhecimento em sala e quando há a inclusão de materiais alternativos, isso evidencia ainda mais o fato de que a ciência faz parte do nosso cotidiano. Portanto, realizar atividades envolvendo materiais manipuláveis, trabalhos em equipes e/ou lúdicos, são recursos didáticos fundamentais na atuação docente.
Agradecimentos
Ao IFMT Campus Confresa pela formação proporcionada e pelo incentivo para a pesquisa e para o aperfeiçoamento.
Referências
ALVES, M. R. C. et al. A Importância do PIBID para a Realização de Atividades Experimentais Alternativas no Ensino de Química. Revista Química Nova na Escola – São Paulo-SP, BR. Vol. 36, N° 4, p. 283-288, Novembro, 2014.
GALIAZZI, M. C.; GONÇALVES, P. F., A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química. Revista Química Nova, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 326-331, 2004
SILVA, J. F.S et al. A Importância de Aulas Experimentais Para a Aprendizagem dos Alunos do Ensino Médio: Um Estudo de Caso. Simpósio Brasileiro de Educação Química (Simpequi). Salvador-BA: Associação Brasileira de Química (ABQ), 2009.