EXPERIMENTAÇÃO COM MATERIAIS ALTERNATIVOS: UMA OFICINA REALIZADA COM ALUNOS DO 1º SEMESTRE DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS - QUÍMICA.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Corrêa, C.N. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Sarah, A.T. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Costa, F.M. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Ribeiro, F.V.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Santos, K.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Silva, L.L.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ) ; Neves, P.A.P.F.G. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ)
Resumo
O presente trabalho apresenta resultados obtidos a partir de uma oficina experimental realizada com materiais do cotidiano. Participaram da oficina alunos do 1º semestre do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA), com o objetivo de apresentar a importância da utilização de experimentos com materiais presentes no cotidiano para sua formação acadêmica. Após a realização dos experimentos, foi aplicado um questionário com perguntas subjetivas. A partir dos resultados obtidos, observou-se que a maioria dos alunos avaliou como positivo o método experimental e concluem que através das atividades práticas, é possível tornar o processo ensino/aprendizagem mais eficaz.
Palavras chaves
Experimentação; Ensino de química; Cotidiano
Introdução
A química nos dias de hoje ainda é tida como uma disciplina de difícil compreensão e muito temida pela maioria dos alunos. Por isso, é necessário pensar em metodologias de ensino que instigue os alunos a buscarem novos conhecimentos, pois a escolha das metodologias são fatores determinantes para o processo ensino/aprendizagem (AMARAL, 1996). Desta maneira, uma das formas que se pode proporcionar uma visão holística dos conteúdos estudados em sala de aula é através da experimentação, pois além de atrair a atenção dos alunos, ainda, facilita o entendimento dos conteúdos abordados, melhorando o processo de aprendizagem. De acordo com Giordan (1999), tomar a experimentação como parte de um processo pleno de investigação é uma necessidade, reconhecida entre aqueles que pensam e fazem o ensino de ciências, pois a formação do pensamento e das atitudes do sujeito deve se dar preferencialmente nos entremeios de atividades investigativas. De acordo com Silva et al. (2014), é importante que as atividades experimentais façam parte do planejamento de ensino e que a sua viabilização por meio de materiais alternativos seja acatada pelo professor em caso de inexistência de laboratório ou falta de alguns materiais. Partindo deste contexto, o presente trabalho teve como objetivo apresentar aos alunos do 1º semestre do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Química a importância da utilização de experimentos com materiais presentes no cotidiano para sua formação acadêmica.
Material e métodos
Foi realizada uma oficina no Laboratório de Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA) sobre experimentação com materiais do cotidiano, a qual tinha como objetivo demonstrar experimentos que podem ser desenvolvidos com materiais do dia-a-dia. Os participantes da oficina foram 17 alunos do 1º semestre do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Química da UEPA. Os experimentos executados foram: (1) Identificação do amido nos alimentos, utilizando tintura de iodo 2%. (2) Dinheiro que não queima; utilizando álcool isopropílico. (3). Influência da superfície de contato e da temperatura na velocidade da reação, usando efervescente e água. (4) reação de oxido-redução do ferro/cobre, usando palha de aço e sulfato de cobre 0,25 mol/L. (5). Produzindo gás carbônico (CO2), através da reação do bicarbonato de sódio e vinagre. Após demonstração dos experimentos, os participantes da oficina foram convidados a responder um questionário constituído de 7 questões abertas sobre experimentação.
Resultado e discussão
Em relação ao perfil dos participantes da pesquisa, verificou-se que 47,0%
eram do sexo feminino e 53,0% do sexo masculino. Em relação à faixa etária,
70,0% dos participantes apresentavam entre 16-18 anos, 30,0% entre 19-21
anos. Ao serem questionados se era possível executar experimentos de química
com materiais utilizados no cotidiano, constatou-se que 94% dos
participantes responderam que sim e 6% responderam que não. Em relação à
participação em oficinas com experimentos de química que utilizavam
materiais do cotidiano, verificou-se que 65,0% já tinham participado e 35,0%
nunca tinham participado de uma oficina com esta característica. De acordo
com Schenrtzeter, (2002), as atividades experimentais são relevantes quando
caracterizadas pelo seu papel de investigação e sua função pedagógica em
auxiliar o aluno na compreensão de fenômenos. Quando questionados sobre o
experimento que mais chamou a atenção, observou-se que 53,0% citaram o
experimento “dinheiro que não queima”, 30,0% citaram a produção de CO2,
11,0% oxido-redução do Fe e Cu e 6,0% a influência da superfície de
contato/temperatura na velocidade da reação. Em relação ao experimento que
chamou mais atenção dos participantes, foi um resultado semelhante ao
encontrado por Silva; Mendonça (2013), ao realizarem este experimento com
alunos do ensino médio. Por fim, foi questionado se durante o ensino médio
os participantes da oficina haviam participado de aulas práticas no
laboratório, constatou-se que 76,0% nunca haviam participado de aulas
experimentais durante o ensino médio e 24,0% afirmaram que sim. Tal
resultado pode estar relacionado ao grande desinteresse dos alunos pelo
estudo da química no ensino básico, além de limitar a compreensão de alguns
conceitos químicos.
Conclusões
A partir da análise dos resultados foi possível perceber a importância dos experimentos executados como uma maneira de incentivar os alunos que estão no início do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Química no aprofundamento dos conceitos da química, uma vez que a química é uma ciência de caráter experimental, além da maioria dos participantes nunca terem participado durante o ensino médio de aulas experimentais.
Agradecimentos
Referências
AMARAL, L. Trabalhos práticos de química. São Paulo, 1996.
GIORDAN, M. O papel da experimentação no ensino de ciências. Química Nova na Escola, n. 10, p. 43-49, 1999.
SCHNETZLER, R. P. A Pesquisa em Ensino de Química no Brasil: Conquistas e Perspectivas. Química Nova, v. 25, s1, p.14, 2002.
SILVA, L.O.P.; MENDONÇA, A. F. Papel que não queima: um experimento como objeto de pesquisa na Química. In: 53º Congresso Brasileiro de Química, 2013.
SILVA, K. S.; NASCIMENTO, M. C. M.; SIQUEIRA, E. F. V.; SANTOS, K. C. H.; ALVES, M. R. C.; OLIVEIRA, F. M.; FREITAS, A. J. D.; FREITAS, J. D. A Importância do PIBID para a Realização de Atividades Experimentais Alternativas no Ensino de Química. Quím. nova esc., v. 36, n. 4, p. 283-288, 2014.