A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO NA VISÃO DOS ALUNOS INICIANTES DO CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS NATURAIS - QUÍMICA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Sarah, A.T. (UEPA) ; Corrêa, C.N. (UEPA) ; Costa, F.M. (UFPA) ; Ribeiro, F.V.P. (UEPA) ; Santos, K.R. (UEPA) ; Silva, L.L.M. (UEPA) ; Neves, P.A.P.F.G. (UEPA)
Resumo
A química apresenta um caráter experimental e desta maneira propor experimentos que busquem explicar conceitos de química é de extrema importância para a formação dos licenciandos. O presente trabalho teve como objetivo identificar a importância da experimentação na visão dos alunos do 1º semestre do Curso de Licenciatura Plena me Ciências Naturais – Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Foi realizada uma oficina sobre experimentação com materiais do cotidiano, tendo 17 alunos participantes. A partir dos resultados obtidos, foi possível notar que a utilização de experimentos com materiais do dia-a-dia incentiva a busca e interesse por novos conhecimentos, como também facilitam o entendimento de conteúdos teóricos.
Palavras chaves
Experimentação; Ensino de química; Cotidiano
Introdução
A química encontra-se presente em nosso cotidiano desde os processos de preparação de alimentos e da digestão dos mesmos, até a composição de fármacos (ATKINS, 2009). Entretanto, a abordagem da disciplina química na maioria das escolas é ministrada distante da realidade de vida dos alunos (KOSMINSKY, 2002). Tendo em vista essa problemática, a experimentação é um caminho metodológico que pode ser adotado pelos professores de química com o objetivo de contribuir para a melhoria do processo ensino aprendizagem. As aulas experimentais utilizando materiais do cotidiano estimulam a observação dos conceitos estudados, criticidade dos alunos e a participação ativa dos alunos no processo ensino aprendizagem (MALDANER, 1998). Segundo Guimarães (2009), a experimentação pode ser uma estratégia eficiente para a criação de problemas reais que permitam a contextualiza- ção1 e o estímulo de questionamentos de investigação. De acordo com Teófilo; Braathen; Rubinger (2002), a utilização de tabletes de vitamina C, xarope expectorante, amido de milho e outros materiais que estão presentes no cotidiano dos alunos, pode tornar as aulas de química mais interessante, além disso, os alunos conseguem observar que a Química extrapola as paredes do laboratório e está presente em suas casas e em vários outros setores da sociedade. Desta maneira, o presente trabalho teve como objetivo identificar a importância da experimentação na visão dos alunos iniciantes do curso de Licenciatura Plena me Ciências Naturais – Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Material e métodos
Foi realizada uma oficina no laboratório de química da Universidade do Estado do Pará (UEPA) sobre experimentação com materiais do cotidiano, a qual tinha como objetivo demonstrar experimentos que podem ser desenvolvidos com materiais do dia-a-dia. Os experimentos executados foram: (1) Identificação do amido nos alimentos, utilizando tintura de iodo 2%. (2) Dinheiro que não queima; utilizando álcool isopropílico. (3). Influência da superfície de contato e da temperatura na velocidade da reação, usando efervescente e água. (4) reação de oxido-redução do ferro/cobre, usando palha de aço e sulfato de cobre 0,25 mol/L. (5) Produzindo gás carbônico (CO2), através da reação do bicarbonato de sódio e vinagre. Os participantes da oficina foram 17 alunos do 1º semestre do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Química da UEPA. Após a demonstração dos experimentos, os participantes da oficina foram convidados a responder um questionário constituído de 7 questões abertas sobre experimentação.
Resultado e discussão
Em relação ao perfil dos participantes da pesquisa, verificou-se que 47,0%
eram do sexo feminino e 53,0% do sexo masculino. Em relação à faixa etária,
70,0% dos participantes apresentavam entre 16-18 anos, 30,0% entre 19-21
anos. Quando Ao serem questionados se sentiram-se incentivados a aprofundar
seus conhecimentos de química a partir dos experimentos apresentados, 100%
das respostas foram afirmativas, destacando assim a fala do aluno A, “Sim,
pois experimentos com objetos do cotidiano podem ajudar-nos futuramente em
sala de aula, acredito que foi uma motivação para o aprofundamento dos meus
conhecimentos”. Quando questionados sobre o grau de importância da
experimentação para a formação de professores de química, 100% dos
participantes destacaram como importante. Segundo Bernadelli (2004) a
verdadeira aprendizagem para o aluno está na forma de planejarmos nossa ação
didática na proposição dos conteúdos de determinados conhecimentos
relacionados, integrando e sistematizando-os a partir das experiências
vivenciadas pelos alunos Por fim foi questionado qual a importância da
experimentação para as aulas de química, verificou-se que 47% dos
participantes afirmaram que a experimentação tem como objetivo atrair a
atenção e despertar a curiosidade dos alunos, 35% apontaram a prática como
auxílio na fixação dos conteúdos teóricos e 18% evidenciaram o
reconhecimento da química no cotidiano. Segundo Hodson (1988), os
experimentos devem ser conduzidos visando a diferentes objetivos, tal como
demonstrar um fenômeno, ilustrar um princípio teórico, coletar dados, testar
hipóteses, desenvolver habilidades de observação ou medidas, adquirir
familiaridade com aparatos, entre outros.
Conclusões
A partir dos resultados obtidos, foi possível notar que a utilização de experimentos com materiais do dia-a-dia incentiva a busca e interesse por novos conhecimentos, como também facilitam o entendimento de conteúdos teóricos. Também verificou-se que os participantes da pesquisa consideram a experimentação importante para a sua formação e que a mesma tem como objetivos: atrair a atenção, despertar a curiosidade dos alunos, auxiliar na fixação dos conteúdos teóricos e evidenciar o reconhecimento da química no cotidiano.
Agradecimentos
Referências
ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química-: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Bookman Editora, 2009.
BERNARDELLI, Marlize Spagolla. Encantar para ensinar-um procedimento alternativo para o ensino de química. In: Convenção Brasil-Latino-América de Ensino. Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais. Foz do Iguaçu. Anais. Centro Reichiano. 2004.
GUIMARÃES, C. C. Experimentação no Ensino de Química: Caminhos e Descaminhos Rumo à Aprendizagem Significativa. Química nova na escola, v. 31, n. 3, p. 198-202, 2009.
HODSON, D. Experiments in Science and Science Teaching. Educational Philosophy and Theory. 20 (2), p. 53-66, 1988
KOSMINSKY, Luis; GIORDAN, Marcelo. Visões de ciências e sobre cientista entre estudantes do ensino médio. Química nova na escola, v. 15, p. 11-18, 2002.
MALDANER, O. A.; SCHNETZLER, R. P. A necessária conjugação da pesquisa e do ensino na formação de professores e professoras. In: CHASSOT, A. I.; OLIVEIRA, R. J. Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Ed. Unisinos, 1998. p. 191-214.
TEOFILO, R. F.; BRAATHEN, P. C.; RUBINGER, MMM. Reação relógio iodeto/iodo com material alternativo e de baixo custo. Química Nova na Escola, v. 16, p. 41-44, 2002.