O uso do Jogo da memória das funções orgânicas como auxílio para o ensino de química
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Menezes Dias, I.K. (IFMA) ; de Freitas, S.L. (IFMA) ; Teles, R.M. (IFMA)
Resumo
Vários estudos e pesquisas mostram que o Ensino de Química é, em geral, tradicional, centralizando-se na simples memorização e repetição de nomes, fórmulas e cálculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. A Química, nessa situação, torna-se uma matéria maçante e monótona, fazendo com que os próprios estudantes questionem o motivo pelo qual ela lhes é ensinada, pois a química escolar que estudam é apresentada de forma totalmente descontextualizada. (SANTANA; 2006). Por outro lado, quando o estudo da Química faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma visão crítica do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta. Uma proposta que contribui para a mudança desse ensino tradicional é a utilização de jogos e atividades lúdicas.
Palavras chaves
Jogos; Ensino de Química; Aprendizagem
Introdução
As atividades lúdicas, no ensino Fundamental e Médio, são práticas privilegiadas para a aplicação de uma educação que vise o desenvolvimento pessoal do aluno e a atuação em cooperação na sociedade. São também instrumentos que motivam, atraem e estimulam o processo de construção do conhecimento, podendo ser definida, de acordo com Soares (2004), como uma ação divertida, seja qual for o contexto linguístico, desconsiderando o objeto envolto na ação. Se há regras, essa atividade lúdica pode ser considerada um jogo. Os jogos são indicados como um tipo de recurso didático educativo que podem ser utilizados em momentos distintos, como na apresentação de um conteúdo, ilustração de aspectos relevantes ao conteúdo, como revisão ou síntese de conceitos importantes e avaliação de conteúdos já desenvolvidos (CUNHA; 2004). A função do experimento é fazer com que a teoria se adapte à realidade, poderíamos pensar que, como atividade educacional isso poderia ser feito em vários níveis, dependendo do conteúdo, da metodologia adotada ou dos objetivos que se quer com a atividade. A experimentação permite que os alunos manipulem objetos e ideias e negociem significados entre si e com o professor durante a aula. Sendo assim, a finalidade deste trabalho foi mostrar a importância da atividade lúdica, através da criação do Jogo da memória das funções orgânicas.
Material e métodos
O Jogo da memória das funções orgânicas é um jogo de azar, o qual aborda o conteúdo de funções orgânicas e pode ser utilizado tanto para auxiliar a memorização das estruturas das funções orgânicas. O jogo da memória foi desenvolvido com o intuito de colaborar com as atividades realizadas na sala de aula. O jogo é constituído de 24 cartas, formando 12 pares, trabalha as funções orgânicas e algumas de suas classificações: hidrocarbonetos (alcanos, alcenos e alcinos), álcoois, aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos,éteres, ésteres, aminas, amidas e enóis. Estas cartas foram confeccionadas com papel oficio peso 40 e desenhadas a partir de programa computacionais para estruturas orgânicas. Podendo assim ser adaptado por desenhos manuais ou recortes de moléculas. As regras do jogo da memória das funções orgânicas são idênticas às regras do jogo da memória tradicional, a saber: 1) colocar as cartas com a face virada para a mesa; 2) sortear o jogador que iniciará a partida; 3) o primeiro jogador vira duas cartas, uma após a outra. Todos os jogadores veem as cartas que foram viradas. Se elas forem iguais, são retiradas da mesa e repete-se a jogada; 4) se as duas cartas viradas não forem iguais, acabou a sua jogada e passa para o próximo jogador; 5) quando todas as cartas tiverem sido pegas, são contadas. Quem tiver o maior número de cartas, depois de três partidas, será o vencedor. Terminada as etapas do jogo foi entregue aos alunos fichas de avaliação contendo afirmações com respeito à atividade desenvolvida, assinalando um X para cada afirmação. As afirmações (tabela 2) tiveram por objetivo avaliar a utilização dos jogos e/ou atividades lúdicas (brincadeiras) em sala de aula.
Resultado e discussão
O conhecimento químico deve ser um meio de interpretar o mundo e intervir na
realidade, além de desenvolver capacidades como interpretação e análise de
dados, argumentação, conclusão, avaliação e tomadas de decisões (CASTILHO et
al., 1999; PCNs, 1999). O jogo foi aplicado aos alunos do 3 ano do Ensino
Médio. Houve uma boa aceitação por parte dos alunos das turmas, com muita
dedicação e consequentemente um maior aprendizado. Analisando os resultados e
conversando com as turmas notamos que alguns alunos deixaram evidente que o
medo de quando se depara com o novo existe e a resistência é perfeitamente
natural. Alguns alunos “acostumados” com o método tradicional “professor fala
e aluno escuta” ainda estão presentes no dia-a-dia da sala de aula, como
podemos perceber na questão de número 5. Num primeiro contato com o jogo,
alguns alunos tiveram certa dificuldade em entender o mecanismo do jogo,
conforme o resultado da questão de número 7. É importante ainda ressaltar que
conforme acontecia a explicação de novas funções orgânicas, os jogos eram
adaptados e aplicados novamente, ficando, assim, mais fácil o entendimento
sobre o jogo. Finalmente, a partir dos resultados obtidos pode-se afirmar que
a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar é muito
importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos alunos, pois
quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e
dinâmico o processo de ensino e aprendizagem.
Jogo da memória das funções orgânicas
Ficha de avaliação
Conclusões
A utilização de jogos didáticos relacionados a conteúdos de química pode ser uma ferramenta importante a ser utilizada nas aulas de química. Pode contribuir, especialmente com a memorização de nomenclaturas além de melhorar a interação entre alunos e as relações entre alunos e professor. Quando se cria ou se adapta um jogo ao conteúdo escolar, ocorrerá o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivíduo em todos os aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais. Tem como objetivo torná-lo mais competente na produção de respostas criativas e eficazes para solucionar os problemas. O jogo é uma ferramenta de valor indispensável no processo de ensino e aprendizagem.
Agradecimentos
Agradeço ao IFMA (Campus Monte castelo), e o departamento acadêmico de química.
Referências
CASTILHO, D. L.; SILVEIRA, K. P.; MACHADO, A. H. As aulas de Química como espaço de investigação e reflexão. Química Nova na Escola, n.9, p. 14 -17, 1999.
CUNHA, M. B. Jogos de Química: Desenvolvendo habilidades e socializando o grupo. Eneq 028- 2004.
SANTANA, Eliana Moraes de - A Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. Universidade de São Paulo, Instituto de Física - Programa de Pós Graduação Interunidades em Ensino de Ciências - 2006.
SOARES, M.H.F.B. O lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de Química. Universidade Federal de São Carlos (tese de doutorado, 2004).