SIMULAÇÃO DE AVALIAÇÃO PRÁTICA EM ANALISE QUALITATIVA, UM COMPLEMENTO AO APRENDIZADO.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Pereira, L.S. (DQAFQ/UFC) ; Magalhães, A.C. (DQAFQ/UFC) ; Almeida, M.M.B. (DQAFQ/UFC) ; Fernandes, M.F.L. (DQAFQ/UFC)
Resumo
O Ensino da analise química qualitativa consiste no estudo teórico e prático dos fenômenos químicos envolvidos. Na parte prática o aluno é direcionado a executar procedimentos laboratoriais para detecção de cátions e ânions através do estudo das reações em questão. Esta forma de abordagem é utilizada para ensinar o aluno a detectar a composição química de determinada amostra. O inicio desta investigação se dá pela interpretação dos resultados da análise, onde o aluno tem que ter senso crítico para interpretar os resultados intermediários e não somente a execução de um procedimento. Este trabalho teve por objetivo avaliar a capacidade dos alunos em interpretar situações experimentais a que serão submetidos em sua avaliação final.
Palavras chaves
ANALÍTICA QUALITATIVA; AVALIAÇÃO; APRENDIZADO
Introdução
A importância da analise qualitativa nos cursos de química e afins foi discutida quanto a sua formatação e manutenção nos currículos das universidades brasileiras (ALVIM et al, 2006). Basicamente os alunos cursam disciplinas de química geral e depois as disciplinas de química analítica qualitativa e quantitativa. O Ensino da analise química qualitativa consiste no estudo teórico (VOGEL, 1981) e prático (KING, 1981) dos fenômenos químicos envolvidos. Na parte prática o aluno é direcionado a executar procedimentos laboratoriais para detecção de cátions e ânions através do estudo das reações em questão. Esta forma de abordagem é utilizada para ensinar o aluno a detectar a composição química de determinada amostra. A investigação química está intrinsecamente ligada a disciplinas de química analítica. O inicio desta investigação se dá pela análise qualitativa onde o aluno tem que ter senso crítico para interpretar os resultados intermediários e não somente a execução de um procedimento. Novas abordagens e compreensão sobre os procedimentos experimentais qualitativos foram propostas por ABREU et al (2006). Visando instigar os alunos ao desenvolvimento da interpretação de resultados experimentais, este trabalho teve por objetivo avaliar a capacidade dos alunos em interpretar situações experimentais a que serão submetidos em sua avaliação final.
Material e métodos
A pesquisa foi desenvolvida com uma turma da disciplina de Química analítica qualitativa aplicada à farmácia em 2017.1, na Universidade Federal do Ceará. Após ser explicitado todo o conteúdo prático com teoria e práticas laboratoriais, aplicou-se um questionário com questões que simulavam resultados da avaliação prática. Para avaliação pratica lhes é dado um composto que contem um cátion e um ânion somente e com o conhecimento teórico e prático adquirido estes têm que estabelecer o composto da amostra. Para tanto os mesmos utilizam todo o material das aulas praticas, assim como seu conhecimento adquirido até então. Após aplicação do questionário, foram fornecidas as respostas corretas das questões e estes alunos se reuniam em grupos para discutir entre si não somente o porquê daquele item ser o correto e sim porque os outros itens estavam errados. O professor da disciplina com o auxilio de um monitor, auxiliava os grupos nestas discussões. Após estas discussões foi aplicado novo questionário similar. Compararam-se as notas dos questionários obtidas antes e depois da dinâmica em grupo. Elaboram-se gráficos para comparação dos resultados.
Resultado e discussão
Percebe-se que houve uma grande dispersão de notas quando o questionário foi aplicado antes da dinâmica de grupo (gráfico 1), onde 22,64% dos alunos tiraram nota 6,5; os demais ficaram distribuídos em diferentes notas. Isto demonstrou que embora os alunos tivessem o conhecimento teórico-prático do conteúdo, não conseguiam associar este com a situação de prática laboratorial. Após a dinâmica de grupo e aplicação de novo questionário verificou-se que a dispersão diminuiu significativamente (gráfico 2), ficando 94,12% dos alunos com nota 10. Isto demonstrou que houve um ganho considerável no entendimento das situações teórico-práticas apresentadas. Situação similar envolvendo processos avaliativos que contribuíssem para a formação do aluno mediante interação do aluno-professor ao longo da disciplina de análise qualitativa foi investigado por Araújo (2014), neste trabalho verificou-se uma melhoria na aprendizagem e no processo de avaliação da disciplina.
Referente às notas do questionário antes da dinâmica de grupo.
Referente às notas do questionário após a dinâmica de grupo.
Conclusões
Houve um ganho significativo em termos de nota dos alunos após a simulação aplicada. O ganho maior não se refere à nota propriamente dita e sim aos questionamentos levantados pelos alunos durante o processo. Isto confirma que o ensino da análise química é um processo investigatório onde seu resultado depende das interpretações e questionamentos em todas as fases da análise. Isto contribuiu significativamente para interpretações corretas das situações experimentais apresentadas.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao departamento de química analítica e físico-química da Universidade Federal do Ceará.
Referências
ABREU, D. G.; COSTA C. R.; Assis, M. D.; IAMAMOTO, Y. Uma proposta para o ensino da Química Analítica Qualitativa, Química Nova, São Paulo, vol.29, n.6 nov./Dez. 2006.
ALVIM, T. R; ANDRADE, J. C.; A importância da Química Analítica Qualitativa nos cursos de Química das instituições de ensino superior brasileiras, Química Nova, São Paulo, vol.29, n.1 Jan./Fev. 2006.
ARAÚJO, Renata Bernardo. Instrumento de avaliação na atividade experimental na disciplina de química analítica qualitativa. 2014. Dissertação (Mestrado em Química) – Faculdade de filosofia, ciências e letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
KING, Edward J. Análise Qualitativa: reações, separações e experiências, 1ª ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981.
VOGEL, Arthur I. Química Analítica Qualitativa, 5ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.