PRINCESA ISABEL E A ESTEQUIOMETRIA: A CONTRIBUIÇÃO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM, UMA ABORDAGEM VOLTADA PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ensino de Química
Autores
Freitas da Silva, C.P. (UEPA) ; Dulcimar de Brito Silva, M. (UEPA) ; Pires dos Santos Nascimento, J. (UEPA) ; da Silva Araujo, N. (UEPA) ; Sales da Costa Oliveira, L. (UEPA)
Resumo
A Legislação Brasileira ratifica o uso da História da Ciência no ensino, como forma de corroborar com a formação do aluno, mas é imprescindível saber que para se atingir o objetivo proposto é necessário conhecer além do que os livros didáticos oferecem. Este trabalho foi desenvolvido através de um minicurso de formação de professores, realizado com 12 graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em química da Universidade do estado do Pará (UEPA) e teve como objetivo demostrar a contribuição do ensino de química atribuído a Princesa Isabel por meio do conteúdo de estequiometria para melhoria no aprendizado da disciplina. Concluiu-se que os graduandos e futuros professores buscarão conhecer mais sobre a história da ciência e utilizarão em suas futuras aulas.
Palavras chaves
Princesa Isabel; História da Ciência; Aprendizado
Introdução
A utilização da História da Ciência se faz relevante, pois fornece aos alunos à humanização do conteúdo abordado. Para Mathews (1995), o uso da História da Ciência no ensino vem sendo discutido com ênfase ao logo da década de 90 como uma proposta metodológica para tornar a aula mais interessante e desenvolver o senso histórico do aluno para que assim diminua o analfabetismo cientifico. Desta forma, o ensino atribuído a Princesa Isabel é instigante, por se tratar de uma mulher que em meados do século XIX possuía uma educação voltada para a química, que foi incentivada e planejada por seu pai D. Pedro II. No curriculum da princesa compreendiam as disciplinas de química, física, geometria dentre outras, e o seu dia a dia consistia em intensas lições e exames voltados para a química. Para Filgueiras (2004), a química ensinada à princesa era dominada pelo conceito de pesos equivalentes, na ausência de distinção entre átomos e moléculas e nos constantes exercícios de balanceamento de equações químicas. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo propor uma oficina para graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Química da Universidade do Estado do Pará, utilizando a História da Ciência (HC) como recurso introdutório para o desenvolvimento do conteúdo de estequiometria.
Material e métodos
O trabalho foi desenvolvido em duas etapas, a primeira consistiu na coleta de referencial bibliográfico sobre o uso da História da Ciência para contextualização do ensino, assim como o envolvimento da Princesa Isabel com a disciplina química. A segunda etapa consistiu na realização de um minicurso voltado para formação de professores. Os sujeitos da pesquisa foram 12 graduandos do 3° semestre do Curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais com Habilitação em Química da Universidade do Estado do Pará (UEPA). O minicurso intitulado: “História da Ciência: Contribuição da Princesa Isabel para auxiliar o ensino do conteúdo de Estequiometria” se desenvolveu em dois momentos. No primeiro momento os graduandos responderam a um questionário inicial para posterior análise do conhecimento prévio a respeito da inserção da História da Ciência no ensino de química e em seguida, participaram de uma aula expositiva-dialogada sobre a importância da História da Ciência no ensino de química, assim como tiveram acesso aos temas atribuídos as aulas da Princesa Isabel, tais como: breve histórico da sua vida, rotina de estudo e como era realizado o cálculo estequiométrico da época. No segundo momento os graduandos viram um exemplo de uma aula envolvendo as aulas de química atribuídas à princesa Isabel por meio da introdução do conteúdo de estequiometria. Posteriormente os graduandos se dividiram em três grupos e participaram de um jogo envolvendo a História da Ciência e o balanceamento de equações químicas, por fim, responderam a um questionário final que tratou da contribuição do minicurso para a formação do professor.
Resultado e discussão
Os graduandos foram questionados inicialmente se conheciam a História da
Ciência no ensino e, 75% afirmaram que conheciam. Mas quando estes foram
questionados qual seria a relevância de se tratar da História da Ciência no
ensino, 44,44 % disseram que seria mostrar quem eram os cientistas que
estudaram determinado conteúdo e, 55,55% destacaram que seria mostrar ao
aluno como o conhecimento evolui ao longo do tempo. Desta forma observa-se
que os graduandos conhecem superficialmente a relevância de se estudar a
História da Ciência no Ensino e desconhecem a sua utilização como uma
interface capaz diminuir o analfabetismo científico. Neste sentido, o Brasil
se consolida em forma de lei expressando este desejo de um ensino que
valorize uma visão crítica e consciente da ciência para o aluno, para que
esta possa ser refletida na sociedade com autonomia intelectual (GOI, WAGNER
e MACHADO, 2015).Quando questionados após o minicurso se a História da
Ciência como método introdutório do conteúdo de estequiometria auxiliou em
uma melhor aprendizagem, obteve os seguintes relatos: “sim, além de
facilitar o entendimento do aluno, faz com que o aluno tenha/sinta prazer e
curiosidade na disciplina” (graduando A); “Sim, auxiliou para que a aula
ficasse mais interessante e informativa “(graduando B)”. Desta forma, a
inserção da História da Ciência no ensino deve ser bem fundamentada para
obtenção de resultados positivos. Quintal e Guerra (2009)sugerem que a
inserção da História da Ciência no ensino, é bem avaliada em outros Países
colaborando não para a solução definitiva dos problemas encontrados na
educação, mas sim na contribuição cientifica para dar sentido e clareza aos
assuntos repassados em sala de aula.
Conclusões
Diante da relevância de se trabalhar a História da Ciência no ensino contextualizando-a com conteúdos de química, concluiu-se que o minicurso intitulado: “História da Ciência: Contribuição da Princesa Isabel para auxiliar o ensino do conteúdo de Estequiometria”, possibilitou aos graduandos inferir sobre a importância da inserção da História da Ciência no ensino, além de demostrar que esta interface trabalha com o senso crítico do aluno, promove o conhecimento de uma forma contextualizada e favorece a formação de cidadãos questionadores para que possam ter acesso ao conhecimento científico.
Agradecimentos
Referências
FILGUEIRAS, Carlos Alberto Lombardi. Origens da química no Brasil. São Paulo: Unicamp, 2004.
GOI, Mara E. Jappe; WAGNER, Caroline; MACHADO, Susete Francieli Ribeiro. Abordagem da história da química em escolas do ensino médio de Caçapava do sul/RS, 2015.
MATTHEWS, Michael R.. História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. V.12, n.3: p.164-214, dez.1995.
QUINTAL, João Ricardo; GUERRA, Andréia. A História da ciência no processo de ensino aprendizagem. Física na escola, v.10, n.1, 2009.