A UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS NÃO-FORMAIS PARA O ENSINO DE QUÍMICA.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ensino de Química

Autores

Silva, L.F.M. (IFAM) ; Litaiff, N.R. (IFAM) ; Cunha, J.A. (SESC/AM) ; Marinho, C.B. (SESC/AM)

Resumo

O projeto Pequeno e Jovem Cientista é um projeto desenvolvido pelo Serviço Social do Comércio – Sesc, através do Sesc Ciência no estado do Amazonas, tem como objetivo a estimulação à iniciação científica na educação básica, construindo conhecimentos relacionados ao ensino da Física, Química e Biologia por meio da exposição de experimentos relacionados ao cotidiano. O trabalho tem como objetivo relatar a experiência do projeto Pequeno e Jovem Cientista, que teve como temática:“Ciência da água”, como atividade que tem contribuído no processo de ensino-aprendizagem e incentivando os alunos ao estudo destas ciências.Foi observado que eventos como esse resulta em uma maior interação entre aluno-aluno e aluno-professor e estimula o interesse e a satisfação nas atividades desenvolvidas.

Palavras chaves

Pequeno e Jovem Cientista; Ensino de Química; Ciência da água

Introdução

O projeto Pequeno e Jovem Cientista, implantado no Sesc/Amazonas em 2010, promove a integração dos conhecimentos científicos e conhecimento empírico dos alunos, de modo a estabelecer projetos mensais com a finalidade de elevar a qualidade do ensino da escola pública, além de servir com suporte para o professor, pois o assunto abordado mensalmente é selecionado de acordo com a proposta pedagógica Curricular da Secretária Municipal de Educação de Manaus (SEMED), podendo auxiliar o professor em sua prática docente, fazendo o feedback com os alunos. A contextualização no ensino busca trazer situações cotidianas para a sala de aula, fazendo a aproximação dos alunos do conhecimento científico. A utilização de ambientes não-formais faz com que os alunos aprendam através da prática, da vivência, do fazer, da percepção do objeto de estudo através dos sentidos, além de permitir aos alunos a prática da vida em grupo (SIMSON, PARK e FERNANDES, 2001), sendo extremamente possível aplicar metodologias que permitam ao aluno adquirir ou aprimorar seus conhecimentos de forma lúdica, participativa e criativa. Estes espaços de aprendizagens são ricos em interação, pois não são restritos ao limite da sala de aula onde ocorre uma relação fechada entre professor e aluno, mas aberto a toda possibilidade e interação voltada para busca do conhecimento. (CLEOPHAS et al., 2011). O Projeto Pequeno e Jovem Cientista desenvolve mensalmente atividade didática retratando assuntos diferentes, em que os estagiários (mediadores) mostram experimentos simples e de baixo custo que abordam os conteúdos de uma forma contextualizada, podendo assim o aluno interligar a teoria e prática.

Material e métodos

O Pequeno e Jovem Cientista na “Ciência da água” fez a utilização de materiais do cotidiano dos alunos. Tendo como objetivo a aprendizagem das propriedades da água e estimulá-los ao estudo da ciência. A metodologia utilizada no decorrer do projeto desenvolveu-se a partir de uma sequência didática pré-estabelecida tendo como base a organização curricular dos conteúdos de ciências no ensino fundamental. O projeto foi realizado em três escolas da rede municipal de Manaus: E.M. Deputado Ulisses Guimarães; E. M. Eng. João Alberto Menezes Braga e E. M. José Garcia Rodrigues. No primeiro momento, foi realizada uma acolhida aos alunos que se organizaram para assistir as demonstrações, iniciando as atividades questionando os alunos sobre seus conhecimentos sobre a importância da água para a nossa vida e sua relação com a ciência. No segundo momento, é realizado as demonstrações de experimentos cuja água se faz presente, explicando como dar nó em fios de água que aborda a polaridade da molécula de água, a pimenta que corre e o foguete de água trabalhando a questão da tensão superficial que é a força que mantém as moléculas unidas, o submarino de garrafa trabalhando o conceito de pressão e entre outros experimentos que explique as propriedades da água, e cada mediador apresenta a importância da água para sua determinada área de estudo, tendo a água uma importante finalidade para a Química, como questão de diluição, densidade, a questão de “solvente universal”, a questão de ácido, bases frente água. No fim, os alunos são organizados em grupos menores para que eles possam visualizar e manusear alguns dos experimentos. Estiveram presentes 2 613 alunos do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental. As ações ocorreram no horário de 7h as 11h e 13h as 17h, com a duração de 20 minutos.

Resultado e discussão

O projeto Pequeno e Jovem Cientista, trabalha mensalmente com temas diversos de acordo com a proposta pedagógica da Secretária Municipal de Educação de Manaus (SEMED). As apresentações acontecem no pátio da escola, estas atividades são organizadas através de sequências didáticas, introduzindo os conteúdos com abordagens contextualizada, interdisciplinar e experimental. É verificado, com as atividades do Projeto Pequeno e Jovem Cientista, uma interação maior com os alunos, visto que a experimentação, mesmo que seja simples, traz muitas curiosidades entre os alunos para tentar desvendar o motivo de tal acontecimento, além de auxiliar o professor no processo de feedback na ministração dos conteúdos nas aulas. Quanto aos resultados: 70% dos alunos conseguiram identificar os fenômenos demonstrados nos experimentos, cerca de 65% relacionaram os experimentos ao cotidiano e 92% afirmaram que gostaram das atividades proporcionadas. Em relação aos professores, 98% relataram que foi possível relacionar os conteúdos de sala de aula com as demonstrações desenvolvidas.

Conclusões

A contextualização no ensino busca trazer o cotidiano para a sala de aula, e a utilização de experimentos simples nas aulas é um componente indispensável para o processo de ensino-aprendizagem. O projeto pequeno e jovem cientista têm contribuído para o processo de ensino-aprendizagem, sendo água uma temática muito importante podendo ser trabalhada de forma interdisciplinar no âmbito escolar, indo além dos livros didáticos. Nesse projeto queremos que o aluno seja sensibilizado de sua importância e perceba que a ciência precisa da água para melhorar a qualidade de vida da população.

Agradecimentos

A equipe de Coordenação, professoras e estagiários do Sesc Ciência. Aos Gestores, Professores e Alunos das Escolas da Secretaria Municipal de Educação de Manaus.

Referências

CLEOPHAS, M. G. P.; PEREIRA, J. G. L. T.; MOTA, G. C.; MATA, V. A.; RIBEIRO, J. S.; REIS, C. R. M.; PAIVA, J. A.. O ENSINO DE QUÍMICA E FÍSICA EM ESPAÇOS NÃO-FORMAIS. In: VIII ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências e I CIEC - Congresso Iberoamericano de Investigación en Ensenanza de las Ciéncias, 2011, Campinas - SP. Atas do VIII ENPEC - Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências e I CIEC - Congresso Iberoamericano de Investigación en Ensenanza de las Ciéncias, 2011.


SIMSON, O. R.; PARK, M. B.; FERNANDES, R. S.; Educação Não Formal: cenários da criação. Campinas: Editora da Unicamp/Centro de Memória, 2001.

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