Análise físico-química de águas com diferentes utilizações: irrigação da horta e abastecimento dos prédios da Escola Agrícola de Jundiaí/RN.
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ambiental
Autores
Medeiros de Paula, J. (EAJ - UFRN) ; de Paiva Silva, T.P. (UFRN) ; Oliveira Navarro, L.A. (EAJ - UFRN) ; Navarro Andrade, R.A. (IFRN)
Resumo
Uma água fora dos padrões determinados pode acarretar em um decréscimo na produção das espécies cultivadas visto que a água está diretamente ligada ao desenvolvimento vegetal. Este trabalho apresenta uma análise físico-química da água utilizada na irrigação e no abastecimento dos prédios da Escola Agrícola de Jundiaí - EAJ para avaliar a qualidade e apontar o melhor tratamento a ser usado na irrigação. A pesquisa é baseada em experimentação e revisão bibliográfica, onde em laboratório, foram realizadas análises quali-quantitativas dos principais aspectos físico-químicos, como: cálcio, condutividade, magnésio, Ph, potássio, sódio, sólidos suspensos totais, turbidez e posteriormente comparadas ao Manual de Irrigação e à resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA n° 357.
Palavras chaves
Água; Irrigação; Ánalise
Introdução
A utilização de recursos hídricos na produção agrícola corresponde a aproximadamente 70% da água doce disponível no planeta. No Brasil, o uso da água para irrigação corresponde a 72% da água potável utilizada no país, sendo o índice de desperdício superior aos 50%. Atualmente, a pertinência da preocupação com novos meios de aproveitamento da água na irrigação está cada vez maior em decorrência da larga utilização de água em sistemas de irrigação (BRASIL, 2015). A origem dos recursos hídricos utilizadas na irrigação em sua maioria são de superfície ou subterrâneas, como de lagos, rios, barragens, aquíferos, poços, dentre outros. A água pode incorporar substâncias contida no solo através de escoamento ou infiltrações, e em alguns casos recebem resíduos provenientes das atividades humanas. Na agricultura, em geral são provenientes de rios e lagos, sendo portanto, propícia à interferência humana. A utilização da água é um fator de influência direta no crescimento vegetal, pois está ligada a germinação, a respiração, ao crescimento e ao desenvolvimento total da planta, além de ser um dos fatores que auxilia no equilíbrio da sua temperatura. Ela também contribui na absorção de elementos minerais como Nitrogênio, Potássio e Fósforo. Os principais fatores observados em águas de irrigação são os que afetam diretamente o solo e o desenvolvimento das culturas irrigadas. Nesse sentido, os principais parâmetros a serem analisados devem estar relacionados aos níveis de salinidade, índice de metais, toxicidade entre outros. Quanto à salinidade, dependendo da concentração, os sais provenientes da água de irrigação podem ter influência na capacidade de produção do solo além do acumulo no sistema radicular das plantas.
Material e métodos
Em laboratório foram realizadas análises quali-quantitativas dos principais parâmetros físico-químicos das amostras de água para irrigação com base nas análises realizadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), tais como: Cálcio, Condutividade Elétrica, Magnésio, pH, Potássio, Sódio, Sólidos Suspensos Totais e Turbidez. Os resultados foram comparados ao Manual de Irrigação 8° edição e à resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA N° 357, de 17 de março de 2005. Todas as análises laboratoriais foram realizadas no laboratório de físico-química da Diretoria Acadêmica de Recursos Naturais (DIAREN-IFRN, Campus Natal-Central) nos mesmos dias das coletas. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa BIOESTAT e traduzidos em tabelas e discussão no tópico dos resultados.
Resultado e discussão
A partir dos dados obtidos com as análises laboratoriais, procedeu-se as
análises estatísticas e comparação dos resultados com os valores padrões
estabelecidos pelo Manual de Irrigação e a Resolução CONAMA 357, águas
Classe I, na qual estão inclusas as águas de irrigação. Dentre os parâmetros
analisados, o pH e a turbidez foram comparados a Resolução 357 e a
Condutividade Elétrica comparada ao Manual de Irrigação com classificação
proposta pelo Laboratório de Salinidade dos Estados Unidos (os valores da
Condutividade Elétrica foram lidos em microsiemens por centímetros (S/cm)
pelo condutivímetro utilizado e os valores do Manual são em decisiemens por
metro (dS/m) sendo então necessária a transformação de unidades em que 1dS/m
equivale a 1000 S/cm). Os demais parâmetros não foram comparados a
literaturas, servindo como complemento e enriquecimento dos dados do
trabalho.
Conclusões
Com base nos resultados obtidos com as análises dos parâmetros físico-químicos da água, principalmente aqueles de maior interesse para a qualidade da água de irrigação, determinados pelos padrões da legislação vigente e pelo Manual de Irrigação, avaliou-se que, em relação ao pH das águas dos dois tratamentos utilizados, a que tem fim para a irrigação apresentou resultados satisfatórios, pois apresentou-se de acordo com os valores requisitados na legislação. Com relação a turbidez, 100 % das amostras analisadas estão de acordo com os valores da Resolução CONAMA 357. Para os valores de Condutivi
Agradecimentos
Agradecemos a todos que contribuíram diretamente e indiretamente para o nosso trabalho.
Referências
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