“VARIAÇÃO SAZONAL DAS VARIÁVEIS FÍSICO-QUÍMICAS NA MICRO BACIA DE DRENAGEM NA MESORREGIÃO OESTE MARANHENSE, IMPERATRIZ-MA”

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ambiental

Autores

Gomes, D.L. (UEMASUL) ; Sousa, C.K.S.L. (UEMASUL) ; Sá, W.S. (UEMASUL) ; Cruz, N.D. (UEMASUL) ; Silva, C.P.C. (UEMASUL) ; Oliveira, J.D. (UEMASUL)

Resumo

O estudo foi desenvolvido na micro bacia de drenagem do Riacho Bacuri localizado na Mesorregião Oeste Maranhense município de Imperatriz com objetivo de avaliar a influência da sazonalidade de algumas variáveis físico-químicas. As seguintes variáveis foram avaliadas: pH, Potencial Redox (ORP), Sólidos Totais Dissolvido, Condutividade Elétrica, Temperatura, Turbidez, Material Particulado em Suspensão (MPS), Alcalinidade Total, Cloretos e Acidez. Foram selecionados 3 pontos de análise dentro do perímetro urbano. A coleta foi feita no período chuvoso e não chuvoso. As variações observadas indicam alterações das variáveis físico-químicas e essas alterações estão relacionadas a sazonalidade e ações antrópicas ao longo do perímetro amostrado.

Palavras chaves

Efluente; Alterações; Sazonal

Introdução

Segundo Andrade e Felchak (2009) os riachos até 1980 eram utilizados principalmente como fonte de alimento, captação de água por moradores da redondeza e área de lazer, todavia, nos últimos 20 anos as ações antrópicas as quais as cidades têm sido submetidas vem provocado um desequilíbrio na qualidade dessas águas que cruzam o meio urbano. Imperatriz, em virtude do seu crescimento desordenado, intensificado, sem planejamento e com deficiência de saneamento básico, sobretudo, no que diz respeito ao tratamento dos efluentes domésticos e sanitários, tem provocando a degradação ambiental dos seus riachos. O Riacho Bacuri, que corta o perímetro urbano da cidade, é provavelmente um dos corpos hídricos que tem sofrido maior ação antrópica e consequentemente tem ocorrido degradação na qualidade deste ecossistema aquático, sendo assim, esse trabalho tem como objetivo avaliar as características físico-químicas das águas do Riacho Bacuri, bem como verificar a contribuição das fontes de poluição nesse corpo hídrico. A cidade de Imperatriz não possui classificação para Bacias Hidrográficas, devido a isso, para esse projeto foi usado a classificação do CONAMA Nº 20/86, que dispõe sobre a classificação das águas doces, feita segundo seus usos preponderantes, sendo assim, o Riacho Bacuri foi especificado como de Classe 2, consequentemente os parâmetros estabelecidos pelo CONAMA usados para o diagnóstico dos resultados foram para os de riacho de classe 2.

Material e métodos

As amostras foram coletadas, transportadas, armazenadas e preservadas segundo as normas da CETESB (2011). Foram realizadas 4 coletas sendo duas no período não chuvoso e duas no período chuvoso, em 3 pontos distintos um localizado na entrada do perímetro urbano e os demais foram selecionados pela apresentação de prováveis influências antrópicas segundo Santos e Borges (2012). As determinações de pH, Acidez, Potencial Redox, Temperatura, Turbidez e Condutividade foram feitas in situ, utilizando medidor de multiparâmetros portátil modelo WP 600 Série Metrs da OKATON. No laboratório foram feitas as determinações de Material Particulado em Suspensão (MPS) (OLIVEIRA, 2007), Alcalinidade, Cloretos e Acidez (MACEDO 2002). Todas as análises foram feitas em triplicata. As vidrarias usadas foram as comuns a um laboratório de Química Analítica.

Resultado e discussão

De acordo com a análise de pH, o riacho Bacuri esteve dentro dos valores estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05, a qual estabelece valores variados entre 6 e 9. Os valores de pH apresentaram variação de ligeiramente ácido para condições de neutralidade, 6.73 a 6.90, respectivamente. Os resultados para Potencial de Oxirredução (ORP) apresentaram valores positivos nos dois períodos, variando de 7.83 a 22.33 mV, indicando condições oxidantes. Segundo o Ministério do Meio Ambiente os valores de ORP entre 200 e 600 mV indicam um meio fortemente oxidante, entre -100 e -200 mV meios redutores. Os valores encontrados nas análises indicam condições de efluente levemente poluído. As concentrações de Sólidos Totais do riacho Bacuri não ultrapassaram o valor preconizado pela Resolução CONAMA 357/05 para corpos hídricos de classe 2 (500 mg mL-1). A Condutividade apresentou variação de 300.66 a 437.16 μmS cm-1, o qual esta acima da faixa de efluente não contaminado, que varia de 6 a 30 µmS cm-1 (PALÁEZ-RODRIGUEZ et al., 2000). Indicando que esse corpo hídrico tem alta capacidade de conduzir corrente elétrica. Na turbidez as coletas realizadas apresentaram variação de 7,89 a 31.93 NTU. Os quais estão abaixo de 100 NTU que é o limite máximo permitido segundo a Resolução CONAMA n° 357/05. Os níveis de Cloreto variaram de 75,98 a 87,67 mg L-1. Os valores se encontram em níveis inferiores aos máximos permitidos pela Resolução Nº 357/05 do CONAMA, onde os valores máximos são de até 250 mg L-1. O nível de Alcalinidade variou de 160 a 412 mg L-1 de CaCO3, a faixa que indica Alcalinidade varia de 30 a 500 mg L-1 de CaCO3 (MORAES, 2008), o que indica estado alcalino do meio.

Variáveis físico-químicas do Riacho Bacuri

Dados dos parâmetros analisados e faixa de Avaliação do CONAMA, Resolução nº 357/05, Para Riachos de Classe 2

Conclusões

Considerando os resultados, o riacho Bacuri apresentou variação de um período para outro nos parâmetros: Potencial de Oxirredução, Sólidos Totais Dissolvidos, Material Particulado em Suspensão, Condutividade Elétrica, Temperatura e Turbidez, que foram influenciados pelo aumento do fluxo de água. Que são indicativos que a sazonalidade interfere no grau de poluição.

Agradecimentos

agradeço a Deus, a meu orientador Jorge Diniz de Oliveira, ao Grupo de Química Ambiental, a UEMASUL e a FAPEMA.

Referências

ANDRADE, A. R.; FELCHAK, I. M. A poluição urbana e o impacto na qualidade da água do rio das antas - Irati/PR, Irati, PR: GeoAmbiente, 2009.
CETESB- Companhia Ambiental do Estado de São Paulo; Guia nacional de coleta e preservação de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. Organizadores: Carlos Jesus Brandão [et al.]. -- São Paulo: CETESB; Brasília: ANA, 2011.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 357/05. Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. Brasília, SEMA, 2005.
OLIVEIRA, J. D. Espécies metálicas no Ribeirão Lavapés, Botucatu-SP: estudos envolvendo a distribuição de Cu, Zn, Pb, Ni, Fe, Mn e Cr em amostras de água e sedimentos. 2006. 166 f. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Química, Araraquara, 2006.
PALÁEZ-RODRIGUEZ, M.; PERET, A.; MTSUMURA-TUNDIS, T.; ROCHA, O. Análise da qualidade da água e aplicação do índice de proteção da vida aquática(IVA) em duas sub-bacias da bacia hidrográfica do rio Jacré-Guaçu.In: ESPÍNDOLA, E. L. G. PASCHOAL, C.M.R.B.; ROCHA, O.; BOHRER, M.B.C.; OLIVEIRA-NETO, A.L. (Eds). Ecotoxicologia – Perspectivas para o Século XXI. São Carlos: Editora Rima. p. 95-114, 2005.
SANTOS, A. L. F.; BORGES, O. S. Qualidade da água do ribeirão Piancó-Go e suas implicações ambientais. Scientia Plena, v. 8, n. 5, p. 2-7, 2012.

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