AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUA NO LAGO DO CALDEIRÃO NA COMUNIDADE DE JANDIRA EM IRANDUBA-AM
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ambiental
Autores
Alves de Souza Filho, E. (UEA) ; Santos da Silva, J. (UEA) ; Mendonça da Silva, S.B. (UNIP) ; Ribeiro Neves, R.K. (UEA) ; Guimarães de Melo, M. (UFAM) ; Ferreira Junior, J.C. (UEA) ; Silva Pereira, E.L. (UEA) ; Nascimento dos Santos, I. (UEA) ; Sampaio da Silva, C. (UEA) ; Macedo Souza da Silva, J.C. (UEA)
Resumo
No monitoramento da qualidade das águas naturais, são acompanhadas as alterações nas características físicas, químicas e biológicas da água, decorrentes de atividades antrópicas e de fenômenos naturais. As práticas relacionadas ao monitoramento de qualidade de água incluem a coleta de dados e de amostras de água em locais específicos (geo-referenciados), feita em intervalos regulares de tempo, de modo a gerar informações que possam ser utilizadas para a definição das condições presentes de qualidade da água. O presente trabalho teve como objetivo a avaliação de características físico-químicas do lago do Caldeirão nos Pontos de Amostragem próximos a Estação de Coleta de Dados hidrometeorológicos – Estação Iranduba código 14101000 - na comunidade de Jandira, no município de Iranduba-Am.
Palavras chaves
qualidade da água; avaliação; monitoramento
Introdução
As grandes civilizações do passado e do presente sempre dependeram de água doce para sua sobrevivência e desenvolvimento cultural e econômico. As colonizações se iniciaram às margens de importantes rios e diversas religiões utilizam a água para batizar novos seguidores. Sua utilização se estende desde a produção de alimentos até o uso na produção e desenvolvimento de equipamentos de última geração. Este vasto emprego da água lhe atribui um valor inestimável para a sociedade moderna, tornando-a motivo de disputas entre diferentes nações (Tundisi, 2003). Sioli e Klinge (1962), pioneiros no estudo dos rios da Amazônia, os classificaram em três categorias: águas brancas, pretas e claras. As brancas são típicas dos rios Solimões, Amazonas, Madeira, Purus entre outros, possuem elevada quantidade de material em suspensão e sais dissolvidos provenientes dos Andes e da erosão dos sedimentos encontrados ao longo das bacias de drenagens. O pH é próximo a 7, são relativamente ricas em Ca2+ e HCO3-, o que as classificam como carbonatadas. No estudo do presente trabalho foi escolhida como pontos de amostragem para avaliação da qualidade de água, pontos próximos a estação Hidrometereológica Iranduba 14101000 localizada no município de Iranduba, estado do Amazonas, situada na margem esquerda do rio Solimões, Iranduba 1401000 (3.266587° S, 60.216254° W), instalada desde novembro de 2011, as referências estão na figura 1. O ponto de avaliação escolhido foi visando a utilização da infraestrutura já estabelecida, e do conhecimento acumulado sobre esses locais, e a otimização de esforços operacionais e logística.
Material e métodos
Foram coletadas três amostras de pontos com referenciais geodésicos distintos, aproximadamente 15 centímetros de profundidade, coletadas em garrafas de polietileno de 500 mL, lavadas com água deionizada e secas. Durante a amostragem os recipientes foram lavados três vezes com a própria amostra. Para a análise de metais a amostra foi acidificada com ácido nítrico (HNO3) para leitura por ICP-MS. Os parâmetros físico-químicos analisados foram; pH, condutividade, turbidez, amônia, cor, fósforo e metais. Os equipamentos utilizados nas análises foram pHmetro marca HANNA HI98191, condutivímetro GEHAKA PG 1300, Turbidímetro HACH 2100N, ICP-MS Varian 720-ES para análise de metais, e Espectrofotômetro HACH DR 2800 para as demais análises. Os procedimentos de amostragem e coleta foram embasados na resolução da Agência Nacional de Águas e CETESB-SP de n° 724/2011 “Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras de Água, Sedimentos, Comunidades aquáticas e Efluentes líquidos” sendo este o documento de referência técnica para disciplinar os procedimentos de coleta e preservação de amostras de águas superficiais em todo o território nacional. As coordenadas geográficas de referência são (3.266587° S, 60.216254° W) conforme consta na figura 1, que representa o local de coleta das amostras e próximo do local de instalação da estação hidrometereológica.
Resultado e discussão
Conforme relatado por diversos autores (Sioli & Klinge, 1962; Sioli, 1968; Thurman, 1985; Starllard & Edmond, 1987) as águas dos rios Solimões e Purus, são classificadas como brancas, fracamente ácidas a neutras (6,5 - 7,0), enquanto as pretas são as mais ácidas, especialmente as dos afluentes do rio Purus (entre 5,3 e 6,7), enquanto as dos afluentes do Solimões tendem a ser mais básicas (5,9 - 7,2). A condutividade elétrica é mais elevada nas águas brancas do rio Solimões (média 98,8 - µScm-1), seguida pelo Purus (49,30 - µScm-1) e pelas águas pretas dos afluentes dos rios Solimões (35,3 - µScm-1).
Na avaliação conforme tabela 1 os dados para pH e condutividade da média das amostras analisadas, mostram resultados próximos a média do Rio Solimões, como resultado de pH= 6,73, indicando de fracamente ácidas a neutras (6,5 - 7,0). O resultado da média das amostras para o parâmetro condutividade foi de 78,5 - µScm-1 encontra-se próxima da média 98,8 - µScm-1 para às águas do Rio Solimões.
Dentre os metais analisados o ferro (Fe) é o mais elevado, obtendo-se inclusive valores muito próximos nas amostras analisadas. Quando comparados aos valores máximos permitidos (CONAMA 357/05) constata-se que, o metal Fe está acima do máximo permitido (0,3 - mgL-1).
QUEIROZ, M. (2009) afirma que dentre os cátions, predomina o Ca2+ nas águas brancas e este se alterna com o Na+ nas pretas. Nas águas brancas esses dois cátions representam 64% da carga total.
Conforme tabela 1 verificou-se valores mais altos nas amostras 1,2, e 3 para os metais de cálcio e magnésio. Os resultados para as análises de cor e turbidez são caracterizados pela presença de materiais dissolvidos e sólidos suspensos.
Conclusões
Avaliando-se os resultados da média das amostras pode-se verificar que os valores dos parâmetros físico-químicos apresentaram valores próximos da média para (pH 6,5 - 7,0 e condutividade elétrica 98,8 uScm-1) em comparação aos resultados da literatura consultada para estudos nas águas classificadas como brancas do Rio Solimões e afluentes. Na análise de metais a presença de ferro é atenuado em virtude das demais características se manterem preservadas, conforme QUEIROZ, M. (2009) tal fato indica que não ocorreram modificações significativas nos meios naturais.
Agradecimentos
Ao Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos. A FAPEAM pela disponibilização de apoio financeiro aos alunos.
Referências
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama N° 357. Brasília-DF, 2005.
QUEIROZ, M.M.A. Hidroquímica do Rio Solimões na Região entre Manacapuru e Alvarães - Amazonas-Brasil. Revista Acta Amazônica, n° 39, 943-952, 2009.
TUNDISI, J. G. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revista USP, São Paulo, n° 70, 24-35, 2006.