PRODUÇÃO DE CARTEIRA E CADEIRA ESCOLAR A PARTIR DE GARRAFAS PET
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Ambiental
Autores
Santos, L.G. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA UERR) ; Carvalho-oliveira, J.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA) ; Silva, A.F. (ESCOLA ESTADUAL JOSÉ DE ALENCAR) ; Oliveira, A.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE RORAIMA UERR) ; Santos, E.S. (INSTITUTO FEDERAL DE RORAIMA IFRR)
Resumo
o presente trabalho fez parte das ações do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPQ) e visou reutilizar garrafas PET. Trabalhou-se com estudantes do primeiro ano do Ensino Médio em uma escola de Rorainópolis-RR no segundo semestre de 2016, produzindo carteiras e cadeiras escolares. Os estudantes consideraram um produto inovador e com muito potencial de uso. Durante o projeto foram trabalhados conteúdos de química e educação ambiental. Os resultados foram muito satisfatórios em relação à motivação e interesse dos estudantes. O produto foi escolhido para ser apresentado na Feira Estadual de Ciência e Tecnologia de Roraima, mostrando que a proposta atingiu os objetivos.
Palavras chaves
PIBIC; Lixo Plástico; Educação Ambiental
Introdução
O aumento dos resíduos sólidos no Brasil cresce continuamente. A produção de lixo chega a 1 a 1,15 kg por hab./dia semelhante aos países da União Europeia de 1,2 kg por hab./dia (JACOBI, 2011, p.139). O plástico possui como principal matéria-prima a Nafta, um derivado do petróleo sendo um recurso não-renovável. Há necessidade de reutilizar e reciclar a fim de reduzir o volume do lixo e outros fatores importantes para a gestão ambiental de resíduos. Comercialmente existem diversos tipos de plásticos: HDPE – Polietileno de alta densidade, PET – Poli(tereftalato de etileno), PVC – Poli(cloreto de valina), PP – Propileno e PS – Poliestireno. O PET vem sendo utilizado na fabricação de garrafas para acondicionamento de bebidas gasosas, filmes de poliéster para embalagens e fiação para o setor de vestuário, representando 3% do total de mercado de plástico e 10% do mercado de plástico destinado à embalagens. Porém os plásticos permanecem na natureza por muito tempo, causando poluição no ambiente (CARDOSO, et al, 2009). Para Russo (2003, p. 100) reciclar é uma das principais formas de reduzir a produção de lixo, destacando que a sensibilização das pessoas é de extrema importância na seleção da origem. Sendo assim, esse trabalho visou utilizar a reciclagem para se obter um produto novo, de importância e praticidade para um ambiente educacional, fácil de construir e de baixo custo, além da sensibilização da comunidade escolar. Em Rorainópolis RR a produção de lixo plástico é elevada e a população carece de sensibilização ambiental para a sua redução.
Material e métodos
A pesquisa foi desenvolvida em forma de projeto interdisciplinar em parceria com uma escola pública de Rorainópolis RR e aplicada em uma turma de 27 estudantes do 1ª ano do ensino médio. Contou com o auxílio de dois alunos voluntários em horário oposto ao da aula. A natureza da pesquisa é aplicada, pois considera a utilização e prática dos conhecimentos dos envolvidos avaliando uma realidade circunstancial. Possui característica qualitativa em que a discussão e os resultados são embasados nos levantamentos e análise dos dados que a pesquisa fornece (GIL, 2008, p. 175), onde os dados coletados são predominantemente descritivos (CRESWELL, 2007). Quanto aos procedimentos tratou-se de uma pesquisa de campo, com o objetivo de conseguir informações sobre o lixo plástico PET e testar algumas hipóteses como descarte incorreto desse resíduo, pois foi necessário ir a campo e utilizar métodos para extrair essas informações (LAKATOS, 2003, p. 186). Para a coleta de dados utilizou-se questionários, observação sistemática, diário de campo e registro fotográfico.
Resultado e discussão
O diagnóstico revelou que o lixo PET quando reaproveitado é utilizando para acondicionar água, suco, óleo de fritura, entre outros, e que os entrevistados não sabem como reutilizar esse material; a produção de lixo de garrafas PET é elevada; parte dos entrevistados possuem consciência ecológica, porém não podem contribuir diretamente com o desenvolvimento sustentável, pois separariam o lixo para a coleta seletiva, por exemplo, mas o município não possui este programa de coleta; também esclareceu que o destino final que o lixo PET recebe é o lixão da cidade, pois o lixo comum e o lixo residencial acabam tendo este destino.
A confecção da carteira e cadeira foi trabalhosa, apresentou diversos desafios, mas foi muito satisfatória tanto em relação à sensibilização quanto à qualidade do produto final obtido e motivação dos estudantes envolvidos.
Os resultados apontaram a necessidade de políticas públicas para sanar o problema e um trabalho contínuo de sensibilização nas escolas.
Conclusões
Os objetivos foram alcançados. Obteve-se um produto de qualidade e inovador, de baixo custo, sendo uma ideia sustentável que pode ser usada dentro do ambiente escolar ou residencial. A maioria dos participantes defende que não tem culpa direta na situação atual, considerando a trajetória dos resíduos desde a sua fabricação até seu descarte. A situação da cidade em relação ao grande volume de resíduo que é enviado ao lixão é resultado do consumismo, e se justifica pelo fato de que o município não possui nenhum tipo programa de coleta seletiva que ajudaria a reduzir o volume do lixo.
Agradecimentos
Ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPQ); à UERR; aos gestores, professores e estudantes da Escola campo participantes do projeto.
Referências
CARDOSO, R.S., et al. Uso de SAD no apoio à decisão na destinação de resíduos plásticos e gestão de materiais. Pesquisa Operacional, v. 29, n. 1, p. 67-95, jan-abr. 2009.
CRESWEL, J. W. Projeto de pesquisa: método qualitativo, quantitativo e misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
JACOBI, P. R.; BESEN, G. R. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios da sustentabilidade. Estudos avançados, v. 25, n. 71, p. 135-158, 2011. p. 139.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. - 5. ed. - São Paulo: Atlas, 2003. ISBN 85-224-3397-6. p. 202.
RUSSO, M. A. T. Tratamento de resíduos sólidos. Texto de apoio aos alunos da disciplina de Tratamento de Resíduos Sólidos. Universidade de Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, 2003. Disponível em: www1.ci.uc.pt/mhidro/edicoes_antigas/Tratamentos_Residuos_Solidos.pdf. Acesso em 22 Mar. 2017.