AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO IGARAPÉ BARRO BRANCO (RESERVA ADOLPHO DUCKE-AM) E ESTUDO DA DISSOLUÇÃO DE SAIS COM MEDIÇÃO DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Ambiental

Autores

Alves de Souza Filho, E. (UEA) ; Santos, J. (UEA) ; Mendonça, S. (UNIP) ; Bringel, S.R.B. (INPA) ; Filgueiras Ferreira, S.J. (INPA) ; Ribeiro Neves, R.K. (UEA) ; Macedo Souza da Silva, J.C. (UEA) ; Nascimento dos Santos, I. (UEA) ; Ferreira Sarri, R. (UEA) ; Ferreira Junior, J.C. (UEA)

Resumo

O monitoramento e a avaliação da qualidade das águas superficiais e subterrâneas são fatores primordiais para a adequada gestão dos recursos hídricos, permitindo a caracterização e a análise de tendências em bacias hidrográficas, sendo essenciais para várias atividades de gestão, tais como: planejamento, outorga, cobrança e enquadramento dos cursos de água.No presente estudo foi realizado a avaliação da qualidade da água do Igarapé Barro branco que fica dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, Estrada AM-010 Manaus-AM. Foram realizadas análises em dois pontos do igarapé dos seguintes parâmetros; pH, condutividade, oxigênio dissolvido, turbidez e temperatura. Foi ainda realizado o estudo de uma salinização no leito do igarapé frente a vazão e escoamento.

Palavras chaves

avaliação ; qualidade da água ; igarapé

Introdução

Para Araújo e Santaella (2001) a qualidade da água é um conjunto de características físicas, químicas e biológicas que possam atender aos múltiplos usos a que se destina. O monitoramento e a avaliação da qualidade das águas superficiais e subterrâneas são fatores primordiais para a adequada gestão dos recursos hídricos, permitindo a caracterização e a análise de tendências em bacias hidrográficas, sendo essenciais para várias atividades de gestão, tais como: planejamento, outorga, cobrança e enquadramento dos cursos de água. A resolução n.º 357/05 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) apresenta os diversos parâmetros para o enquadramento dos corpos hídricos brasileiros e é uma ferramenta importante e decisiva para o monitoramento da qualidade da água, além de ser um referencial para a gestão dos recursos hídricos. No presente estudo foram realizadas análises dos seguintes parâmetros físico-químicos; pH, condutividade, oxigênio dissolvido, turbidez e temperatura. Estas análises foram realizadas em um ponto inicial do igarapé denominado de córrego P1 e confrontadas com a resolução CONAMA 357/2005. Foi ainda realizado um estudo sobre a dissolução de sais com medição do parâmetro de condutividade elétrica, a localização desse ponto denominado de córrego P2 encontrava-se a 200 m do ponto P1, na área do igarapé Barro branco na Reserva florestal Adolpho Ducke, Estrada AM-010 Manaus-AM. Os objetivos destes estudos foram avaliar a qualidade da água neste ponto P1 do igarapé e realizar para o ponto P2 a construção de uma curva para avaliar o comportamento da condutividade elétrica em função do tempo de dissolução de um sal colocado artificialmente no ponto escolhido.

Material e métodos

O local escolhido foi no Igarapé Barro branco que fica dentro da Reserva Florestal Adolpho Ducke, que deságua na bacia hidrográfica do rio Tarumã-Açu, um afluente do Rio Negro que fica no Km 26 da Estrada AM-010 Manaus-AM. Dentro de uma área de um sítio particular, ora denominado Sítio Dona Nazaré. Foram realizadas coletas em dois pontos amostrais, localizados dentro do perímetro do igarapé Barro branco. Os pontos foram caracterizados das seguintes formas: Córrego P1 – Localizada próximo da entrada do sítio Dona Nazaré onde foram realizadas a avaliação de parâmetros físico-químicos. Córrego P2 – Localizada a 200 m do Ponto P1 foi realizado a análise da Condutividade elétrica x tempo, um estudo do aumento da concentração de sais frente à vazão do córrego P2. Para a obtenção e o armazenamento das amostras de água foram utilizados frascos de polietileno (2L), previamente lavados com água deionizada e água do local. Os parâmetros temperatura, turbidez, pH, condutividade e oxigênio dissolvido foram obtidos in loco, por meio de equipamentos portáteis das marcas; Turbidímetro DIGIMED DMTU, Oxímetro DIGIMED DM4P, pHmetro HANNA HI98191 e Condutivímetro GEHAKA PG1300. No córrego P2 foi preparada uma solução de Cloreto de sódio (NaCl) em água, na concentração 50gL-1 com o devido objetivo de lançar sobre o início do córrego P2 em A. Por volta de 20 m do local de lançamento em A, colocou-se um equipamento condutivímetro e anotou-se os resultados, partindo do intervalo de tempo = 0s (Antes do lançamento da solução) e anotado a condutividade em uScm-1 inicial. O intervalo de acompanhamento foi de 15 em 15 s. Onde buscou-se verificar a variação da concentração dos sais lançados que passavam pelo condutivímetro. O tempo acompanhado foi de 17 minutos.

Resultado e discussão

A média dos resultados obtidos no ponto P1; pH= 4,3; condutividade elétrica= 9,5 uScm-1; Turbidez= 5,5 NTU; Oxigênio Dissolvido= 6,6 ppm; e temperatura= 24,5°C. Conforme o que preconiza a legislação CONAMA 357/2005 os valores máximos; pH=6 a 9; Turbidez= 40,0 NTU; Oxigênio Dissolvido= 6,0; Os resultados encontram-se enquadrados de acordo com esta classificação para o parâmetro de Turbidez, para o parâmetro de pH e Oxigênio dissolvido o valor está abaixo do limite e acima do limite respectivamente. Conforme (Plaskievicz, 2009) os resultados obtidos a partir dos parâmetros analisados mostraram que as águas do Rio Negro apresentaram valores de pH entre 4,3 e 5,2. Santos (1988), em seu estudo com afluentes do Rio Negro encontrou valores de pH entre 3,6 (Rio Maipendi) e 5,9 (Rio Jauaperi ), com valor médio de 4.6, e Condutividade média de 13,3 respectivamente . O oxigênio dissolvido, condutividade elétrica e temperatura apresentam valores médios de 4.6 mgL-1 , 11,0 μScm-1e 29,5 0 °C respectivamente. Para o acompanhamento da condutividade elétrica foi preparada uma solução de Cloreto de Sódio (NaCl) na concentração de 50gL-1 em água e lançada em um ponto A do Córrego P2. A sonda de condutividade elétrica e o medidor foram colocados em um ponto B. Na figura 1 encontram-se as situações ocorridas do ponto de A até B. A figura 2 mostra os resultados para a Condutividade Elétrica obtidos no córrego P2. Os resultados foram registrados a cada 15 s até o final de 17 min. De acordo com o gráfico a condutividade varia de 11,0 uScm-1 até o máximo de 43,20 uScm-1.

Dissolução de NaCl e medição da Condutividade elétrica em uS/cm

Acompanhamento da condutividade elétrica de 0 a 3 min no trecho de A até B do igarapé Barro Branco.

Gráfico da condutividade elétrica (uS/cm) x tempo (min)

O acréscimo de condutividade no intervalo de tempo de 0 a 3 min indica que houve dissolução de sais na água no ponto de A até B.

Conclusões

Para os resultados obtidos em P1 verificou-se que os valores de pH, condutividade, oxigênio dissolvido apresentaram próximos aos encontrados na literatura para afluentes do Rio negro (pH= 4,6; Condutividade=13,3 uScm-1; OD= 4,6 ppm). Em comparação a resolução Conama 357/2005 o pH apresenta-se abaixo do limite de 6-9, conforme (QUEIROZ, 2009) o pH do Rio negro, que possui substâncias fúlvicas e húmicas dissolvidas, têm altos conteúdos de Na+ e K+, o que acarreta menor pH (4,0). Em P2 verificou-se o aumento de sais no córrego frente a vazão no tempo de 0 a 3 min, e decréscimo de 3 a 17 min.

Agradecimentos

Ao programa de Mestrado Profissional em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos (PROFÁGUA). A FAPEAM pelo apoio financeiro aos alunos.

Referências

ANA - AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Panorama da Qualidade das Águas Superficiais do Brasil. Cadernos de recursos hídricos, n° 1, 175,2005.

ARAÚJO, J.C.; SANTAELLA, S.T. Gestão das Águas. Revista ABRH, n° 2, 242, 2001.

CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Conama N° 357. Brasília, 2005.

QUEIROZ, M.M.A. Hidroquímica do Rio Solimões na Região entre Manacapuru e Alvarães - Amazonas-Brasil. Revista Acta Amazônica, n° 39, 943-952, 2009.

PLASKIEVICZ, A.C Avaliação Química das águas do Rio Negro na Amazônia Central. SBPC 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência Manaus/AM de 12/07 a 17/07 de 2009.

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