Determinação de teor de álcool na gasolina no município de Santarém- Pará
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Química Analítica
Autores
Soares, A.M.S. (UFOPA) ; Cavalcante, M.C. (UFOPA) ; Santos, E.A.S. (UFOPA) ; Mendes, M.H.S. (UFPA) ; Miranda, I.S. (IFPA)
Resumo
No Brasil existe a Agência Nacional do Petróleo (ANP) que fiscaliza a qualidade da gasolina vendida nos postos de gasolina. A porcentagem de álcool é regulamentada por Lei, e recentemente foi estabelecido um novo padrão que é de 18 a 27%. Neste sentido realizamos a análise de combustíveis a fim de determinar o teor de etanol presente na gasolina por meio do procedimento denominado “teste de proveta” na cidade de Santarém-Pará, foi possível observar que os mesmos não cumpriram a legislação.
Palavras chaves
Gasolina; ETANOL ; ANALISE
Introdução
Segundo Feltre (2004, p. 37), a gasolina é um dos produtos mais importantes obtidos no refino do petróleo, a qual é usada nos automóveis e sua composição depende de como a mesma vai ser utilizada. A quantidade de etanol presente na gasolina deve estar dentro dos estabelecidos pela ANP, que o teor está entre 18% e 27% em volume (Dazzani, Correia e Oliveira,2002). Alguns problemas serão causados se este percentual de álcool for ultrapassado, como a propensão a corrosão, em que o automóvel precisará de mais manutenção, e ocorrerá aumento do consumo (TAKESHITA, 2006). Um procedimento experimental bastante conhecido é denominado “teste da proveta”, método proposto pela Resolução ANP n° 9, que consiste de 50 mL de solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl), com 50 mL de gasolina seguida de agitação para que ocorra a separação do álcool da gasolina, o qual tem por finalidade a determinação do teor de etanol presente em amostras de gasolinas comercializadas, com o intuito de verificar se as mesmas estão dentro das normas da legislação vigente.
Material e métodos
Foram escolhidos aleatoriamente 3 postos de combustíveis na cidade de Santarém-Pará (Posto A,B e C) no qual ocorreu a coleta das amostras de gasolina e em seguida direcionadas a Universidade Federal do Oeste do Pará para iniciação da análise. A resolução utilizada para realização dos procedimentos foi a Resolução ANP n° 9, de 7 de março de 2007 denominado teste de proveta, feito com uma solução aquosa de cloreto de sódio. Foram utilizados os seguintes materiais para realizar os experimentos: Proveta 100 ml com tampa, um bastão de vidro, Becker 50 ml, balança semi-analítica, espátula, solução 10% NaCl, amostra de 50 ml de gasolina comum. Depois de preparar a solução, foram colocados 50 ml da mesma na proveta, e completado os 100 ml com a amostra de gasolina. Foi tampada a proveta, e agitada 10 vezes. O sistema foi deixado em repouso por 15 minutos de modo a permitir a separação das duas camadas. E a partir do volume de água+álcool constatou-se o volume de álcool e a porcentagem. Para calcular a porcentagem de álcool presente na gasolina utilizou-se a seguinte equação: V = (A x 2) + 1 Em que: V = Teor de álcool na gasolina e A = aumento em volume da camada aquosa (álcool e água).
Resultado e discussão
De acordo com Mota et al. ( 2013) A separação do etanol e da gasolina ocorre devido ao etanol possuir parte polar e outra apolar, sendo que sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina, que também são apolares, porém sua parte polar é caracterizada pela presença do grupo hidroxila (OH), que é atraída pelas moléculas da solução de cloreto de sódio, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio e separando a gasolina do etanol. Na parte inferior da proveta, o álcool juntamente com a solução de cloreto de sódio ficou estacionado, e na parte superior, a gasolina.
Conforme a equação de teor de álcool na gasolina foi possível obter os valores descritos na tabela abaixo. Considerando os valores apresentados o Posto A e B 31% e Posto C 33% de teor de álcool na gasolina. Deste modo, os postos de combustíveis analisados estão acima do valor permitido pela legislação brasileira.
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Tabela de referência dos valores de teor de álcool na gasolina.
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Imagem referente a mistura solução+gasolina
Conclusões
A partir da análise, pode-se concluir que as gasolinas estão adulteradas, pois suas concentrações variaram de 31-33%, e a concentração de álcool na gasolina brasileira, segundo o CNP (Conselho Nacional do Petróleo), deve estar entre 18 % e 25%.
Agradecimentos
AGRADECIMENTOS A UFOPA E OS ALUNOS ERNELISON E MARIANA PELO APOIO NESSE TRABALHO.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL De PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. RESOLUÇÃO ANP Nº 9, DE 7.3.2007 – DOU 8.3.2007 – RETIFICADA DOU 9.3.2007. 2007
DAZZANI, Melissa; CORREIA, Paulo R.m.; OLIVEIRA, Pedro V.. Explorando a Química na Determinação do Teor deÁlcool na Gasolina. 2002.
FELTRE, R. Química Orgânica. v. 3. p. 37. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2004.
TAKESHITA, E. V. Adulteração de Gasolina por Adição de Solventes: Análise dos Parâmetros Físicos-Químicos. Programa de Pós-Graduação de Engenharia Química. Universidade Estadual de Santa Catarina-UFSC, 2006
Mota, L.A; Oliveira, D.F.; Pereira, I.H.A.; Miranda, L.M. ; Alves, N.O.; Lopes, R.A. ; Ferreira, J.N. DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁLCOOL PRESENTE NA GASOLINA COMERCIALIZADA NA CIDADE DE PONTES E LACERDA – MT. 53º Congresso Brasileiro de Quimica- Rio de Janeiro/RJ, de 14 a 18 de Outubro de 2013. ISBN: 978-85-85905-06-4