CARACTERIZAÇÃO DE SOLOS DA REGIÃO DE PASSO FUNDO ATRAVÉS DE FLUORESCÊNCIA DE RAIOS X

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Química Analítica

Autores

Vieira, Y. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Gobbi, D.L. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Linck, M.R. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Campanhola Bortoluzzi, E. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Israel, C.L. (UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO) ; Vilasbôas, F. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL)

Resumo

O solo é objeto de estudo do homem há milênios. Usado como meio existencial, o conhecimento da qualidade do solo tornou-se um parâmetro de importância na atualidade. O objetivo deste trabalho foi caracterizar solos de Passo Fundo e Cruz Alta através da técnica de fluorescência de raios X (FRX), considerando-se amostras submetidas a compressão de 15 T e granulometria de 2 mm. Ambos os solos demonstraram presença de óxido de alumínio, óxido de magnésio, óxido de silício, hematita, óxido de potássio, óxido de manganês II, pentóxido de fósforo, trióxido de enxofre e de dióxido de titânio. O solo de Passo Fundo apresentou características mais argilosas e o solo de Cruz Alta características mais arenosas, condizendo com a literatura.

Palavras chaves

Metais; FRX; Solo

Introdução

O solo das cidades de Passo Fundo e Cruz Alta são classificados, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de solos, como latosssolos vermelhos distróficos típicos (EMBRAPA, 2006). Os latossolos são solos profundos e homogêneos, altamente intemperizados. Ainda, são classificados pela coloração (avermelhados) e pela apresentação de alta saturação de bases (distróficos). Ambos os solos apresentam características argissólicas, entretanto, variam em seu material parental: basalto e arenito, respectivamente (STRECK et al., 2008). Como forma alternativa para caracterização de solos apresenta-se a fluorescência de raios X (FRX). A eliminação das matrizes da amostra não é necessária, logo, é uma técnica não destrutiva e que não dispõe de riscos ao analista. Segundo a Iupac (1991), a radiação X é a radiação resultante da interação de partículas de alta energia ou fótons com a matéria: quando uma partícula ou um fóton com alta energia atinge um elétron das camadas internas de um átomo, e a energia dessa partícula é maior que a energia de ligação do elétron com o átomo, ele é ejetado com equivalência à diferença entre a energia inicial e a energia de ligação do elétron (TERRA et al, 2014, p. 208). Este fenômeno permite que os átomos de elementos químicos possuam emissões de raios X características, liberando determinada energia no processo descrito anteriormente (JENKINS, 2006, p. 3).

Material e métodos

O solo foi coletado em campo nativo, profundidade de 0 a 20 cm, na região de Passo Fundo, RS e Cruz Alta, RS, situados de acordo com as coordenadas geográficas: 28°15’11,5’’ de longitude S e 52°14’49,7’’ de longitude W, e 28°50’14,9’’ de longitude S e 53°29’36,7’’ de longitude W. Foi feito, para confecção de pastilhas de solo, uma peça em aço inox que consiste em uma base elevada, uma rosca de encaixe e um pistão. A compressão das amostras foi realizada na Faculdade de Engenharia e Arquitetura (FEAR) da Universidade de Passo Fundo, em Máquina de Ensaio Universal Modelo UPM. O equipamento usado para análise de FRX foi Bruker S2 Ranger, de configuração X Flash, do laboratório de gemologia do Centro Tecnológico de Pedras, Gemas e Joias do Rio Grande do Sul.

Resultado e discussão

Os resultados foram analisados estatisticamente através de teste T de Student e representam as porcentagens dos óxidos de átomos de elementos químicos presentes nas amostras de solo de Passo Fundo e Cruz Alta, respectivamente. Não houve diferença significativa entres os teores de óxido de alumínio (21,74% e 21,16%), óxido de silício (61,89% e 61,69%) e de óxido de magnésio (0,87% e 0,72%). O teor de hematita (11% e 6,93%), de óxido de potássio (0,63% e 0,51%), de óxido de manganês II (0,11% e 0,02%), de pentóxido de fósforo (0,22% e 0,12%), de trióxido de enxofre (0,43% e 0,23%) e de dióxido de titânio (2,68% e 1,73%) presente em ambas as amostras demonstrou diferença significativa.

Comparação estatística através de teste T de Student.



Espectro característico de análise por FRX.



Conclusões

A avaliação de atributos físicos e químicos do solo bem como da presença de óxidos de átomos de elementos químicos presentes no solo pode repercutir em diferentes compreensões ambientais, visto que não é apenas o material parental que define a presença de algumas substâncias químicas. O solo de Passo Fundo, cujo material parental é o basalto com influência do arenito, apresentou características mais argilosas, o que refletiu na presença de teor mais elevado de óxidos de átomos de elementos químicos em comparação ao solo de Cruz Alta, cujo material parental é o arenito.

Agradecimentos

Agradeço a meus orientadores Delton, Mara e Clóvia, a Universidade de Passo Fundo e ao Centro Tecnológico de Pedras, Gemas e Joias do Rio Grande do Sul.

Referências

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2013. 306 p.
STRECK, E.V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R.S.D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C.; SCHNEIDER, P.; GIASSON, E.; PINTO, L.F.S. Solos do Rio Grande do Sul. 2.ed. rev. e ampl. Porto Alegre: Emater/RS,. 222p. 2008.
IUPAC, 1991, 63, 735. Nomenclature, symbols, units and their usage in spectrochemical analysis - VIII. Nomenclature system for X-ray spectroscopy. Pure and Applied Chemistry, v. 63, n. 5, p. 735–740.
JENKINS, R. X- Ray Techniques: Overview. In: Enclyclopedia of Analytical Chemistry. 2006.
TERRA, J.; SANCHES, R. O.; BUENO, M. I. M. S.; MELQUIADES, F. B. Análise Multielementar de solos: uma proposta envolvendo equipamento portátil de fluorescência de raios X. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas, Londrina, v. 35, n. 2, p. 207-214, jul./dez. 2014.

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