QUALIDADE DA ÁGUA PARA O CONSUMO HUMANO: ANÁLISE DOS PARÂMETROS PH E TURBIDEZ
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Química Analítica
Autores
Neves, P.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Lobato, A.N. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Xavier, N.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ)
Resumo
O presente trabalho teve por finalidade avaliar o pH e a turbidez da água disponível para o consumo da comunidade universitária da Universidade Do Estado Do Amapá – UEAP e identificar a qualidade da mesma. As coletas foram realizadas em dois bebedouros disponíveis na Universidade, e na torneira da copa da Instituição. Para as determinações, as coletas foram realizadas em duplicada e calculou-se o valor médio encontrado para pH e turbidez de cada amostra. Os parâmetros analisados mostram que em parte a água disponível ao consumo da Universidade está de acordo com a legislação vigente, entretanto pequenos ajustes podem ser feitos, principalmente para se melhorar a qualidade da água da copa da mesma, em relação a turbidez.
Palavras chaves
Portaria nº 2914 de 2011 ; Água; UEAP
Introdução
A água representa cerca de 75% de todo do planeta, porém, mesmo com esse quantitativo, apenas 3% corresponde à água doce e somente 0,03% desse volume estão disponíveis de forma direta aos seres humanos (BERTUOL e GONÇALVES, 2009), sendo a água também um componente indispensável para a vida no planeta, representando 70% do corpo dos seres humanos e também tem papel no transporte de minerais e outras substâncias pelo corpo (BRAGA et al, 2005). O Estado do Amapá encontra-se rodeado por água, onde 39% da área de sua bacia hidrográfica pertence à bacia Amazônica. Apesar deste quantitativo, mais da metade da população amapaense não dispõe de um sistema de abastecimento adequado, somente 16,7% possuem saneamento adequado, onde este oferece serviço de qualidade para a população, enquanto que 82,1% é considerado como semi-adequado e 1,2% inadequado (IBGE, 2011). A Portaria nº 2914 de 2011 do Ministério da Saúde (MS), firmada na Lei Nº 11.445 de 2007, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2011). Dentre os parâmetros analisados, têm-se o Potencial Hidrogeniônico (pH), que deve estar com valores entre 6,0 e 9,5, para ser considerada própria ao consumo. Outro parâmetro também monitorado é a Turbidez, que segundo a referida Portaria não deve ser maior que 5,0 UNT em toda a extensão do sistema de distribuição. Padilha et al. (2012) reforça que o monitoramento de qualidade da água é essencial para assegurar a própria saúde da população. Desta forma, este trabalho objetivou mensurar os índices de pH e da turbidez da água dos bebedouros e copa da Universidade do Estado Amapá - UEAP, localizada em Macapá-AP, bem como verificar se estes parâmetros estão de acordo com a legislação vigente.
Material e métodos
Os pontos para coleta foram dois bebedouros disponíveis na Universidade e na torneira da copa da Instituição (Imagem 1). As coletas ocorreram no turno matutino, deixou-se a água fluir por 30 segundos antes da captura. Para o armazenamento das amostras utilizou-se frascos plásticos estéreis de 70 mL, os quais foram levados ao Laboratório de Microbiologia Genética e Citologia da Instituição logo após a coleta. Após a padronização da temperatura para a ambiente realizou-se as determinações, no turno vespertino. Para a medição do pH foi utilizado o método de leitura direta com o medidor de pH do modelo: PH-150/Instrutherm, o mesmo foi calibrado e esperou-se 30 segundos até o valor fica estável, após cada medição de uma nova amostra o eletrodo foi higienizado com água destilada para evitar passagem de sedimentos de uma amostra para outra. Para se mensurar a turbidez foi utilizado o Turbímetro do modelo: Policintrol/AP2000, também calibrado, no qual transferiu-se uma alíquota da amostra de 5 mL, com o auxílio de uma pipeta graduada para o tubo do equipamento, onde foi realizada a leitura direta. Todas as amostras foram coletadas em duplicadas e foram calculados os valores médios dos parâmetros avaliados, buscando uma maior confiabilidade dos resultados.
Resultado e discussão
De acordo com os dados dos parâmetros analisados (Quadro 1), pode-se
observar que o Bebedouro 1 apresentou valor médio de pH = 5,62, estando em
uma faixa considerada abaixo dos valores recomendados pela legislação
vigente, tornado está um pouco mais ácida. Os valores que estavam de acordo
com o padrão foram encontrados no bebedouro 2 e na copa, onde os valores de
pH foram de 6,24 e 6,41, respectivamente.
Quando o pH se encontra em uma faixa inferior a indicada para o consumo
humano previsto na Portaria nº 2914 de 2011 MS, pode-se ocorrer uma
alteração no pH do sangue, pois a capacidade tamponante do mesmo depende dos
seguintes equilíbrios: (1) CO2+H2H2CO3 e (2) H2CO3H‾+HCO‾, o
desequilíbrio no sistema tamponante pode levar a acidose com pH baixo e a
alcalose com pH alto (VOET, 2008).
Em ambos os bebedouros a turbidez da água manteve-se dentro dos valores
estabelecidos em lei, deste modo o bebedouro 1 obteve um o valor igual a
1,79 uT e o bebedouro 2 um valor de 1,39 uT. Já a água coletada na copa da
Instituição apresentou resultado fora dos parâmetros, onde foi detectada
turbidez de 9,79 UNT, este fato pode ser decorrente da manutenção na
tubulação e a ausência de filtro na torneira da mesma, diferindo dos
resultados encontrados nos bebedouros.
De acordo com a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (2007) a
turbidez além de causar aparência desagradável a água, os sólidos em
suspensão podem causar problemas à saúde, servindo de abrigo para
microrganismos se protegerem dos produtos usados na desinfecção da água,
como, por exemplo, o vírus da hepatite A.
A- Coleta de água em um dos bebedouros B- Coleta de água na copa C- Análise do pH D- Análise da Turbides
Resultados das análises realizadas.
Conclusões
De acordo com os resultados obtidos com as análises dos parâmetros de qualidade da água (pH e Turbidez) foi possível observar que em parte a água disponível ao consumo de acadêmico e funcionários da Universidade está de acordo com a legislação vigente, entretanto pequenos ajustes podem ser feitos, principalmente para se melhorar a qualidade da água da copa da mesma em relação a turbidez.
Agradecimentos
Referências
BERTUOL, B. E.; GONÇALVES, E. B. Água Doce. Disponível em:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAPDoAD/agua-doce>. Acesso em: 02 Jun. 2017.
BRAGA, B.; H, I.; CONEJO, J. G. L.; BARROS, M. T. L.; SPENCER, M.; PORTO, M.; NUCCI, N.; EIGER, S. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo, SP: Prentice Hall: 2005.
BRASIL, Ministério da saúde. PORTARIA Nº 2.914, de 12 de Dezembro de 2011 Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html >Acesso em: 17 de Jul. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) - Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios, local: Rio de Janeiro, v.31 IBGE, set. 2011. Disponível em: < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/59/pnad_2011_v31_br.pdf>Acesso em: 20 de Jul. 2017.
PADILHA, A.; BARBOSA, J.; NETTO, G. .; ROHLFS, D. Documento base de elaboração da portaria MS nº 2914/2011. Portaria de Potabilidade da Água para Consumo Humano. Brasília, 2012. p.196. Disponível em:<http://189.28.128.179:8080/pisast/saudeambiental/vigiagua/publicacoesemanuais/Documento%20Base%20de%20elaboracao%20da%20Portaria%20MS%202914.pdf>. Acesso em: 06 Jul 2014.
SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL (SNSA). Qualidade da água e padrões de potabilidade : abastecimento de água : guia do profissional em treinamento. Belo Horizonte : ReCESA, 2007.
VOET, D.; VOET, C.W. P. Fundamentos de bioquímica: a vida em nível molecular. 2 ed. Porto Alegrel: Artmgre, 2008.