BIOFERTILIZANTES: BIOMASSA DE MACRÓFITAS

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

Autores

Stroher, B. (ESCOLA SESI DE ENSINO MÉDIO - ARTHUR ALUÍZIO DAUDT) ; de Moraes Schmitz, E. (ESCOLA SESI DE ENSINO MÉDIO - ARTHUR ALUÍZIO DAUDT) ; Rabuske Dolijal, R. (ESCOLA SESI DE ENSINO MÉDIO - ARTHUR ALUÍZIO DAUDT) ; Machado de Oliveira, S. (ESCOLA SESI DE ENSINO MÉDIO - ARTHUR ALUÍZIO DAUDT) ; Borba Fehlberg, E. (ESCOLA SESI DE ENSINO MÉDIO - ARTHUR ALUÍZIO DAUDT)

Resumo

A proliferação de macrófitas, pode levar à eutrofização. De que forma pode- se aproveitar a biomassa dessas plantas de forma sustentável? O objetivo do projeto é analisar o potencial da biomassa de duas espécies de macrófitas como adubo orgânico em uma horta, visando a comparação com diferentes biofertilizantes de origem animal. Análises preliminares identificaram que os corpos d’água amostrados, possuem grandes concentrações de N, P e altas taxas de DBO, ultrapassando os parâmetros propostos na resolução do CONAMA e caracterizando a eutrofização local. Está sendo analisada a produtividade do solo adubado com biomassa das macrófitas em hortas de alface, para posteriores testes qualitativos e quantitativos para comparar o desenvolvimento vegetal a partir do fertilizante utilizado.

Palavras chaves

Macrófitas; Biomassa; Biofertilizantes

Introdução

O excesso de macrófitas no corpo d’água, provoca o sombreamento e o aumento do consumo de oxigênio decorrente da decomposição de matéria orgânica submergida, afetando a vida dos seres aeróbios (HENRY-SILVA & CAMARGO, 2008). A melhor forma para solucionar os diversos problemas decorrentes do seu intenso crescimento, é o seu controle populacional, pois a sua retirada do corpo d’água, de forma manejada, minimizará os problemas apresentados anteriormente (POMPÊO, 2017). A biomassa resultante do controle mecânico pode ter diferentes usos. Estudos verificaram que espécies do gênero Eichornia apresentam elevados teores de Ca, Mg, Zn, Fe e Cu, além de alta produtividade da biomassa, caracterizando o seu potencial como biofertilizante (HENRY-SILVA & CAMARGO 2006, 2008). Espécies do gênero Salvinia possuem alta capacidade de absorver micronutrientes do meio e a incorporação dos mesmos ao solo, corroboram o seu potencial como adubo orgânico (MERENDA, 2011).Dessa forma, a utilização da biomassa no enriquecimento de solos para a agricultura, pode ser uma opção sustentável, para pequenos produtores rurais. Neste contexto, o que parece ser um problema para agricultores, o excesso de macrófitas em açudes/lagos, pode se tornar uma solução sustentável para aumentar a produtividade dos solos de plantações de propriedades rurais, que muitas vezes utilizam fertilizantes químicos ou biofertilizantes de origem animal, que podem contaminar o solo. O objetivo do presente trabalho é analisar o potencial da biomassa de duas espécies de macrófitas Eichornia sp. eSalvinia sp. como adubo orgânico em uma horta escolar, visando a comparação com diferentes biofertilizantes e Investigar as causas da proliferação de macrófitas em diferentes corpos d’água visando a mitigação da eutrofização.

Material e métodos

As amostragens foram realizadas no município de Balneário Gaivota, SC. As amostras foram retiradas de dois corpos d’água distintos de uma propriedade rural, uma lagoa costeira e um açude. Foram coletadas amostras de duas diferentes espécies de macrófitas, Eichornia sp. (lagoa) e Salvinia sp. (açude). A biomassa foi fragmentada em um triturador de silo agrônomo e exposta, no período de sete dias ao sol para evaporação do excesso de água. Juntamente com as plantas aquáticas foram coletadas amostras de água para investigação das causas da sua proliferação. As análises realizadas foram: demanda bioquímica de oxigênio/ método de Winkler (DBO), de ortofosfato, coliformes fecais e totais, bem como com a análise de nitrato. As análises foram realizadas em laboratório da FENG-FAQUI-PUCRS. Para análise comparativa entre o adubo de biomassa de macrófitas e os biofertilizantes de origem animal, foram elaboradas cinco grupos contendo 12 amostras de alface cada, totalizando 60 amostras. As hortas foram dispostas em estruturas do tipo pallet, forradas com mantas de drenagem. Cada estrutura comportou doze mudas de alfaces e teve o preparo do solo padronizado.O grupo 1 foi chamado de controle, pois não foram adicionados adubos. O grupo 2 utilizará o adubo de esterco de cavalo, o grupo 3 o adubo esterco de galinha. Já o grupo 4 conterá o adubo produzido a partir a espécie de macrófita Eichornia sp. E o grupo 5, terá incluído o adubo da espécie Salvinia sp. Após, a colheita das alfaces, serão analisados atributos qualitativos (cor, lesões e tamanho) e atributos quantitativos (número total de folhas por planta, diâmetro médio do caule, massa da matéria fresca por planta). Após coleta das variáveis serão realizadas análises estatísticas que possam identificar diferenças entre as amostras.

Resultado e discussão

De acordo com resolução do CONAMA 357/2005 (BRASIL, 2005), as duas áreas de estudo, possuem denominações distintas. A lagoa pertence a seção de águas doces de Classe I, que pode ser destinada à proteção das comunidades aquáticas. O açude também pertence a seção de águas doces porém de Classe II, destinado à aquicultura e atividades de pesca. Ambos os corpos d’água são considerados do tipo lêntico. Na lagoa encontramos espécies de macrófita do tipo Eichornia sp, enquanto que no açude encontramos indivíduos pertencentes a espécie Salvinia sp., em ambos os locais a proliferação dessas plantas pode ser explicada pelo acúmulo de nitrato e fósforo, nutrientes encontrados acima dos limites estabelecidos pelo CONAMA. Os índices de DBO, em ambos os locais, extrapolaram o que o CONAMA estabelece como ideal para corpos d’água de classes I e II, indicando que existe acúmulo de matéria orgânica, caracterizando a eutrofização presente. Os coliformes fecais e totais estão dentro dos parâmetros estabelecidos, caracterizando os corpos d’água, quanto a balneabilidade, entre muito bom e excelente, não inviabilizando o uso da biomassa das macrófitas como biofertilizantes.

Conclusões

Os resultados preliminares indicaram que existe excesso de aporte de matéria orgânica em ambos os corpos d’água, instigando a necessidade de controle e investigação de suas causas, porém não inviabilizou a utilização das espécies de macrófitas como biofertilizantes. As características biológicas das espécies indicam que o seu uso como biofertilizantes se justifica, tornando necessária a comparação com outros tipos de biofertilizantes, o que encontra-se em fase de experimentação no projeto.

Agradecimentos

Escola SESI de Ensino Médio Arthur Aluízio Daudt Faculdade de Engenharia e Faculdade de Química da PUCRS

Referências

HENRY-SILVA, G. G. & CAMARGO, A. F. M. EfficiencyofaquaticmacrophytestotreatNiletilapiapondeffluents. ScientiaAgricola, Piracicaba, v. 63, n. 5, p.433-438, 2006.
HENRY-SILVA, G.G. & CAMARGO, A.F.M. Tratamento de efluentes de carcinicultura por macrófitas aquáticas flutuantes. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 37, n. 2, p. In press.2008.
MERENDA, A. M. C. M. P.. Avaliação da comunidade de macrófitas aquáticas no reservatório de Aimorés, composição química das principais espécies e influência da incorporação nas características químicas de um solo degradado. Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Câmpus de Botucatu para obtenção do título de Doutor em Agronomia (Agricultura) (2011).
POMPÊO, M. MONITORAMENTO E MANEJO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM RESERVATÓRIOS TROPICAIS BRASILEIROS, Instituto de Biociências – IB/USP Universidade de São Paulo. São Paulo. Brasil, 2017.

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