AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DA LAGOA DO PARQUE MUNICIPAL, MONTES CLAROS/MG
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Iniciação Científica
Autores
Silva de Sousa, M.L. (IFNMG- CAMPUS MONTES CLAROS) ; Ferreira dos Santos, L. (IFNMG-CAMPUS MONTES CLAROS) ; Oliveira Durães, M.C. (IFNMG-CAMPUS MONTES CLAROS)
Resumo
A água é um elemento primordial para a vida, sendo assim, torna- se imprescindível o monitoramento da qualidade da mesma. Este trabalho teve como objetivo a avaliação microbiológica da água da lagoa do parque municipal, localizado em Montes Claros/ MG, através da análise qualitativa da presença de coliformes totais e da análise quantitativa de bactérias mesófilas. Para realização de tais análises coletou-se a amostra da água da lagoa e, após isso, foi semeada 1 ml das amostras em placas de Petri contendo meio de cultura apropriado e, posteriormente, as placas foram incubadas a 36,5°C por 24 horas. Por fim, analisou-se os resultados obtidos chegando-se a conclusão de que a qualidade microbiológica da água está comprometida.
Palavras chaves
Avaliação; coliformes; água
Introdução
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 80% de todas as doenças que afetam os países em desenvolvimento provêm da água de má qualidade. A água é necessidade primordial para a vida, é um recurso natural indispensável ao ser humano e aos demais seres vivos, além de ser suporte essencial aos ecossistemas (MACEDO, 2007). A ausência ou deficiente proteção dos recursos hídricos, principalmente a liberação de esgotos nos corpos d’água, é capaz de favorecer a proliferação de organismos patogênicos como vírus, bactérias, protozoários ou helmintos intestinais (GERMANO; GERMANO, 2001). A transmissão de doenças provenientes destes patógenos pode acontecer por ingestão ou pela utilização da água contaminada durante atividades recreacionais. A lagoa do Parque Municipal Milton Prates que está localizado na região norte de Montes Claros e faz parte do complexo turístico da cidade, tem função paisagística, constituindo um dos cartões postais da cidade, contribuindo sobremaneira para aumento da umidade do ar nas áreas circunvizinhas e para a recreação da população. Em 2015 a Defesa Civil de Montes Claros constatou o lançamento clandestino de esgoto advindo que um córrego afluente da Lagoa do Parque. Desta forma é necessário o monitoramento constante da qualidade microbiológica deste manancial que diariamente é visitado por muitas famílias, em especial crianças que brincam ao redor da lagoa.
Material e métodos
As coletas foram realizadas em dois pontos da Lagoa (A e B) e em diferentes meses do ano utilizando-se de vidros estréreis. Para detecção de coliformes totais, foi utilizado o meio de cultivo EMB e para contagem de bactérias mesófilas foi utilizado de 1mL da amostra, inoculada em Agar Padrão para Contagem (PCA). Todas as placas foram incubadas a 36,5°C por 24 horas e após isso realizou-se a verificação dos resultados.
Resultado e discussão
Foi detectada a presença de Coliformes totais nos dois pontos
analisados da lagoa. A Portaria Nº 2914/2011 do Ministério da Saúde
estabelece que sejam determinados, na água, para aferição de sua qualidade,
a presença de coliformes totais e termotolerantes, e de bactérias mesófilas.
Desta forma, a presença de coliformes totais pode apontar a presença de
outro grupo ainda mais preocupante, os coliformes termotolerantes em
especial Escherichia coli. De acordo com Gerra et.al. (2006) a presença de
Coliformes é um possível indicador da presença de patógenos entéricos,
altamente prejudiciais à saúde humana. A presença de coliformes nos dois
pontos de coleta, demonstra que as condições higiênico-sanitárias em todo o
manancial estão inadequadas e representam fatores de risco para a população.
A contagem de bactérias mesófilas teve como média aritmética, para
as duas coletas, o valor igual a 3,16x10^2 UFC/mL no ponto A e
de 2,98x10^2 UFC/mL no ponto B. O lançamento de efluentes in natura nos
cursos hídricos resulta em grande aporte de matéria orgânica presente nos
dejetos, que ao entrar no sistema aquático provoca uma grande proliferação
de bactérias mesófilas, provocando prejuízos à vida aquática.
O controle de qualidade da água de reservatórios hídricos é de
fundamental importância, visto que densidades elevadas desses microrganismos
podem determinar a deterioração de sua qualidade, com desenvolvimento de
odores e sabores desagradáveis podendo representar risco à saúde humana,
pois, algumas bactérias podem atuar como patógenos oportunistas causando
sérios danos à saúde pública (GREENBERG et al., 1992).
Conclusões
Diante dos resultados obtidos através deste trabalho,estima-se produzir uma alerta a população e as autoridades, para a necessidade de ampliação de práticas de educação ambiental junto à comunidade e adoção de medidas eficazes de proteção do manancial hídrico. Com a divulgação desses resultados, espera- se um maior envolvimento e conscientização ambiental do poder público voltado para a melhoria da qualidade ambiental da Lagoa do Parque Municipal, propiciando condições para o desenvolvimento de ações públicas que visem à preservação ambiental do manancial.
Agradecimentos
À Deus, aos nossos pais, ao Instituto Federal do Norte de Minas Gerais e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico o nosso agradecimento.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 2914, de 14 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial da União, Brasília, DF. 14 dez. 2011.
GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. A água: um problema de segurança nacional. Higiene Alimentar. v. 15, n. 15 - 91, p. 15 - 18, Nov./Dez. 2001.
GREENBERG, A. E.; CLESCERI, L.S.; EATON, A. D. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 18th Edition. Ed., USA.1992.
MACEDO, J.A.B. de. Àguas de águas. CRQ-MG. Belo Horizonte. 1027p. 2007.