AVALIAÇÃO DO FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR E PERFIL QUÍMICO DOS EXTRATOS DE Aniba canelilla (H.B.K) Mez
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Iniciação Científica
Autores
Monteiro, A.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; da Silva, G.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS) ; Albuquerque, P.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS)
Resumo
Com o crescimento nos casos de doenças relacionada à incidência de radiação ultravioleta é importante o uso de filtros solares. Substancias presentes em extratos vegetais são capazes de absorver essa radiação. Uma dessas plantas é a Aniba canelilla. Folhas de A. canelilla foram secas em temperatura ambiente, trituradas e maceradas à frio com os solventes: hexano, diclorometano, acetato de etila e etanol. Os ensaios para determinação do Fator de Proteção Solar foram feitos pelo método espectrofotométrico desenvolvido por Mansur et al. (1986). O extrato de acetato de etila apresentou maior FPS e foi analisado por CCD e CCA. Assim, foi determinado a fração com maior FPS isolada desse extrato. O que mostra o grande potencial da A. canelilla.
Palavras chaves
Aniba canelilla; fotoproteção; extratos vegetais
Introdução
A Amazônia é o maior bioma do Brasil e devido à sua grande biodiversidade, tem um grande potencial científico ainda não explorado. Dentre as espécies presentes temos a Aniba canelilla, espécie produtora de óleo aromático e bastante utilizada pelas indústrias de perfumaria. Uma das formas de utilizar os recursos naturais da Amazônia é utilizar o material vegetal que possui atividade biológica em um fitocosmético. A adição de ativos naturais em produtos agrega valor comercial à ele. Esses ativos adicionam atividades desejadas pela indústria cosmética como, ação antioxidante, fotoprotetora, antienvelhecimento e anti-inflamatória. Extratos de plantas vem sendo utilizadas como soluções fotoprotetoras por possuírem moléculas com a capacidade de absorver e refletir a radiação ultravioleta. A radiação solar pode causar danos à pele humana devido à alta exposição. Por isso, é altamente indicado o uso de filtros solares contra os raios ultravioletas. Uma substancia fotoprotetora é considerada adequada à proteção UVA quando possui valor de comprimento de onda crítico superior ou igual a 370 nm. Segundo Santana et al. (2001), a presença de taninos na planta estudada identifica um potencial na absorção da radiação UV, apresentando dois picos no espectro entre os comprimentos de onda 240 a 280 nm e 300 a 500 nm. Dessa forma, considerando o potencial dos constituintes químicos presentes em folhas de Aniba canelilla de apresentarem atividade fotoprotetora, faz-se necessário aprofundar o conhecimento sobre esta atividade em extratos dessa espécie.
Material e métodos
O material vegetal foi colhido da Reserva Adolpho Ducke, em Manaus, Amazonas. O material foi separado em folhas e galhos e seco à temperatura ambiente. As folhas em seguida foram trituradas e maceradas à frio em temperatura ambiente com quatro solventes aumentando o índice de polaridade: hexano, diclorometano, acetato de etila e etanol. O ciclo de maceração durou 48 horas, o solvente era renovado a cada ciclo seguido de 20 minutos no ultrassom, com 3 ciclos de maceração. O filtrado da maceração foi evaporado sob pressão reduzida à 40°C em evaporador rotativo. O resultante do evaporado consiste nos extratos etanólicos, hexânico, diclorometânico e fase acetato de etila. Os extratos foram analisados utilizando o método espectrofotométrico desenvolvido por Mansur et al. (1986). As soluções dos extratos de A. canelilla foram preparados em isopropanol e etanol na concentração de 1% (m/m), seguido de diluições até a concentração de 0,1%. Em espectrofotômetro realizou-se uma varredura entre os comprimentos de onda de 280 a 400 nm em cubeta de quartzo. A amostra com maior atividade fotoprotetora foi analisada por CCD, onde foram aplicadas alíquotas da partição biologicamente ativas das folhas de A. canelilla. As cromatroplacas foram eluídas em cubas saturadas som o solvente da fase móvel. Após o término, as placas foram visualizadas em câmara de luz ultravioleta nos comprimentos de onda 254 e 365 nm. Para purificar as amostras ativas, a amostra foi submetida à separação por cromatografia em coluna aberta, sendo a fase estacionária sílica gel 60, eluída com os solventes selecionados pela CCD em ordem crescente de índice de polaridade. Foram utilizados 100 ml de cada eluente, coletando-se frações de 20 ml.
Resultado e discussão
As análises para determinação da atividade fotoprotetora mostraram que a
fase de acetato de etila apresentou um alto fator de proteção solar, com
valor de 749,12. Com o extrato selecionado foi feita uma cromatografia em
coluna para separação das frações. A fase móvel foi feita seguindo os
solventes que apresentaram o melhor resultado na cromatografia em camada
delgada feita anteriormente.
Após a cromatografia em coluna, as frações foram analisadas em cromatografia
em camada delgada com etanol sendo a fase móvel. Analisando as frações e
seus perfis cromatográfico, as frações semelhantes foram unidas, nomeadas de
A a M, e foram determinados seus respectivos valores de FPS. Os rendimentos
das frações são: 13,99%, 1,5%, 0,42%, 0,3%, 0,18%, 0,39%, 10,78%, 1,88%,
2,34%, 3,38%, 7,41%, 3,21% e 1,17%, respectivamente, de A a M. Onde a fração
H apresentou atividade fotoprotetora muito boa como mostra o Gráfico 1, com
valor de FPS de 2403,74.
Análise FPS das frações obtidas por Cromatografia em Coluna Aberta.
Conclusões
Os resultados obtidos mostraram que a Aniba canelilla possui compostos que contém atividade fotoprotetora. Dentre os extratos obtidos o que apresentou melhor resultado foi a fração feita com acetato de etila. Dentre as frações isoladas por cromatografia em coluna, a que apresentou melhor resultado, com maior proteção solar foi a fração H. O que mostra um grande potencial da planta Aniba canelilla para formulações que contém o composto ativo com atividade fotoprotetora.
Agradecimentos
Agradeço ao Programa de Apoio à Iniciação Científica pela bolsa concedida. E a orientação recebida pelos professores Patrícia Melchionna Albuquerque e Geverson Façanh
Referências
BOOTS THE CHEMISTS Ltd. (England). The Revised guidelines to the practical measurement of UVA: UVB ratios according to the boots star rating system. Nottingham: The Boots CO PLC, 2004.
MANSUR, J. S.; BREDER, M. V.R; MANSUR, M. C. A.; AZULEY, R. D. Determinação do fator de proteção solar por espectrofotometria. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 61, p. 167-172, 1986.
SANTANA, J. L.; PEÑA, M.; MARTINEZ, F.; GÓMEZ, A.; CORDONÍO, E.; GARCIA, O.; GARCIA, G.; VARGAS, L. M.; GARCIA, M.; GARCIA, C. Evaluación de la actividad antimicrobiana, fotoprotectora, antielastasa y antioxidante de polifenois de origen natural, empleados wen formulaciones cosméticas. XV Congresso Latino Americano e Ibérrico de Químicos Cosméticos. Buenos Aires, Argentina. 2001.
URBACH, F. The historical aspects of sunscreens. Journal of Photochemistry and Photobiology B: Biology, v. 64, n. 2-3, p. 99–104. 2001.