O USO DE SIMULADORES NO ENSINO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA NO ENSINO PÚBLICO NO SUL DO AMAZONAS.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Iniciação Científica

Autores

Oliveira, A.B. (IFAM) ; Machado, L.J.M. (IFAM) ; Souza, A.N. (IFAM) ; Silva, M.F. (UNIR) ; Silva, L.G.F. (IFRO)

Resumo

Este trabalho é resultado de um projeto de Pibic Jr. executado por um aluno bolsista do Curso Técnico de Informática do IFAM – Campus Lábrea sobre supervisão de um professor pesquisador. Este projeto se propõe implementar estratégias de ensino com foco no uso de simuladores para estudar a visão das cores nas aulas de Ciências em uma turma de Nono ano em uma escola pública da cidade de Lábrea no Sul do Amazonas. Para isso foi escolhido um simulador disponível na internet que pode ser baixado gratuitamente e utilizado off-line. A coleta de dados foi por meio de observação, conversas com os professores e questionários. Concluímos que o uso de simuladores são recursos facilitadores da aprendizagem uma vez que permite os estudantes relacionar os conceitos teóricos/fenômeno estudados.

Palavras chaves

Ensino ; simuladores; ciências da natureza

Introdução

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1999) - PCN, a expectativa para o ensino das disciplinas de Ciência da Natureza, é formar cidadãos com conhecimento científico voltado para interpretação de fatos e fenômenos, permitindo uma interação destes indivíduos com a natureza. No ensino de ciências, um dos maiores problemas é o elevado grau de abstração necessária para entender teorias, modelos em nível microscópicos. Tradicionalmente, muitos conteúdos são abordados sem levar em consideração a capacidade cognitiva dos alunos. Além disso, por vezes, conceitos muito complexos e com vocabulário científico não são facilmente captados e apreendidos pelos discentes. Este trabalho investigou a utilização de simuladores como ferramenta facilitadora da aprendizagem nas aulas de Ciências (Biologia, Física e Química) em uma turma de nono ano de uma escola pública no interior do Amazonas. Segundo os Referenciais Curriculares (2010 p. 19), “as demonstrações em sala de aula e atividades de laboratório permitem que os estudantes compreendam melhor os fenômenos aos quais eles se aplicam, desenvolvendo assim habilidades que permitem estabelecer a relação entre a teoria e o mundo vivenciado pelo estudante”. Para que a aprendizagem se torne significativa é necessário primeiramente que os estudantes estejam dispostos aprender e que se tenha um material potencialmente significativo que desperte o interesse dos estudantes AUSUBEL (1982). Ao utilizar os simuladores visa-se romper com os limites das disciplinas e que os alunos possam superar a fragmentação dos saberes e garantir a construção do conhecimento globalizante.

Material e métodos

Para realizar o trabalho foi realizada uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação onde foi selecionada uma escola da rede localizada mais próximo ao Instituto Federal de Educação do Amazonas–IFAM campus Lábrea. A pesquisa foi realizada com 35 alunos do Nono ano vespertino. Foi elaborado um documento para a direção da escola pedindo autorização para desenvolver a pesquisa e um termo de livre consentimento e livre esclarecimento que foi assinado tanto pelos pesquisados como pelos seus responsáveis legais, uma vez que estes são menores de idade. Para coleta de dados foram aplicados dois questionários semiestruturados para os alunos. Um questionário prévio com questões que visava verificar os conhecimentos prévios do pesquisados em relação a tema trabalhado e sobre a relação do uso de tecnologias nas aulas de ciências. Em parceria com a professora de Ciências da turma, foram planejadas e executadas seis aulas interdisciplinares sobre os fenômenos luminosos, mais especificamente ótica da visão. As aulas foram ministradas pelo pesquisador Júnior sob a supervisão do docente regente e do professor orientador do projeto. As aulas foram estruturadas de forma que os estudantes pudessem perceber a relação do tema com a Biologia, Física e a Química. Para que os estudantes pudessem observar os fenômenos foi selecionado um simulador disponível na internet no site https://phet.colorado.edu/sims/html/color- vision/latest/color-vision_pt_BR.html onde o professor pode baixa-lo de forma gratuita e usá-lo off-line, uma vez que a escola não dispõem de rede wi-fi nas salas de aula. Após ministradas as aulas, foi aplicado um questionário semiestruturado para verificar a aprendizagem e a opinião sobre o uso dos simuladores nas aulas de Ciências.

Resultado e discussão

Durante a execução do projeto verificamos que as escolas da rede municipal não possuem laboratório de Ciências. Em conversa com os professores estes não realizam aulas práticas devido à falta de estrutura. A escola não possui rede internet nas salas de aula levando os docentes não fazerem o uso de tecnologias em sala de aula. Verificamos que a grande maioria dos estudantes não possui computadores e nem acesso à internet em casa. Por outro lado, 70% dos entrevistados possui um aparelho celular com acesso à internet. Os estudantes acessam a internet para estudar, fazer trabalhos escolares, ver vídeos, jogar e navegar nas redes sociais. Fica evidenciado que os estudantes tem contato com a internet. Após os alunos terem assistido as aulas e utilizarem o simulador verificou- se que 71% dos estudantes conseguiram explicar de maneira satisfatória como que os animais enxergam as cores. Quando perguntado se ele conseguira explicar por que os objetos mudam de cor quando troca uma lâmpada de luz branca por uma lâmpada de luz vermelha. Um estudante A respondeu: “O que enxergamos depende da estrutura química do material onde a luz pode ser absolvida ou refletida. A arara azul quando colocada em um lugar onde tem uma lâmpada vermelha ela fica preta. Isso porque a luz vermelha é monocromática e as penas dela irão absolver toda luz e aí a gente enxerga ela preta”. O estudante B disse que “o uso dos simuladores nas aulas facilitou a aprendizagem uma vez que conseguimos ver melhor o que acontece com as “coisas” de verdade”. A utilização dos simuladores permitiu que o estudante tivesse uma visão do fenômeno estudado e possa fazer uma síntese relevante do que estava sendo observado e, principalmente, quais os conceitos que já conhecem sobre o assunto em questão.

Conclusões

Levando em consideração que grande parcela dos professores possui carga horária elevada, e que as escolas da rede não possuem laboratórios de Ciências, o uso de simuladores pode ser uma alternativa que os professores poderá estar utilizando, uma vez que se encontra disponível de forma gratuita e estes softwares podem ser utilizados off-line. Assim, os professores podem baixa-los em casa e levar para sala de aula. Outra alternativa é desenvolver aplicativos para celulares que possa ser utilizados nas aulas, uma vez que muitos possuem aparelho com acesso à internet para baixar o aplicativo.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFAM pelo apoio financeiro, a gestão da escola que abriu as portas para que pudéssemos desenvolver o projeto, aos alunos que colaboraram com a pesquisa

Referências

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
BRASIL. PCNEM - Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio -Ministério da Educação, Secretaria da Educação Médias e Tecnologias, Brasília-DF, 1999.

BRASIL. PCN+Ensino Médio. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. MEC/SEMTEC, 2002.

Patrocinadores

Capes CNPQ Renner CRQ-V CFQ FAPERGS ADDITIVA SINDIQUIM LF EDITORIAL PERKIN ELMER PRÓ-ANÁLISE AGILENT NETZSCH FLORYBAL PROAMB WATERS UFRGS

Apoio

UNISC ULBRA UPF Instituto Federal Sul Rio Grandense Universidade FEEVALE PUC Universidade Federal de Pelotas UFPEL UFRGS SENAI TANAC FELLINI TURISMO Convention Visitors Bureau

Realização

ABQ ABQ Regional Rio Grande do Sul