Síntese de benzilideno malononitrilo em água:glicerol e sua avaliação em larvas de Aedes aegypti
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Iniciação Científica
Autores
Lopes Carvalho, H. (UNIFAP) ; Lima de Amorim, A. (UNIFAP) ; Fauro de Araújo, I. (UNIFAP) ; Nonato Picanço Souto, R. (UNIFAP) ; dos Anjos Ferreira, R.M. (UNIFAP) ; Maciel Ferreira, I. (UNIFAP) ; Pacheco Queiroz, J. (UNIFAP) ; Cordeiro Barbosa Júior, A.J. (UNIFAP)
Resumo
A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. O seu principal vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Assim, buscou-se a formação de larvicidas por compostos obtidos via reação de condensação de Koevenagel, por ser uma ferramenta importante na obtenção de Benzilideno. Dessa forma, atividade larvicida de Benzilideno contra o vetor Aedes aegypti está se mostrando uma alternativa eficaz ao combate as larvas do mosquito transmissor da dengue, zica vírus e chikungunya. Além disso, houve variação de mortalidade das larvas de acordo com a estrutura de cada composto.
Palavras chaves
Benzilideno malononitrilo; Aedes aegypti; Atividade larvicida
Introdução
Embora tenham surgido avanços importantes no desenvolvimento de medidas alternativas para o controle de mosquitos, os inseticidas químicos continuam sendo uma parte vital dos programas de controle integrado. O uso de piretróide e organofosfatos são comuns no controle da população mundial de mosquitos adultos [1]. No entanto, a resistência aos inseticidas é um problema crescente nos programas de controle vetorial, esta resistência pode ser consequência de mudanças fisiológicas [2]. Ademais, algumas vacinas estão sendo desenvolvidas no combate a infecção causada pelo vírus da dengue, a estratégia de controlar ou até mesmo em erradicar o vetor, Aedes aegypti é fundamental. Na continuação do nosso trabalho sobre novas estratégias sintéticas usando água como solvente [3], e tendo em mente a baixa avaliação de benzilideno malononitrilo na larva de Aedes aegypti, focamos no desenvolvimento de uma metodologia eficiente e fácil que use apenas água: glicerol com capacidade de fornecer benzilideno malononitrilo com atividade larvicida para A. aegypti.
Material e métodos
Os produtos de benzilideno malononitrilo (2a-h) foram preparados via condensação Knoevenagel a partir de uma mistura de aldeído 1a-h (3mmol) e malonitrilo (3,5mmol) em 5 mL de águal:glicerol (1:1) adicionado a um balão de fundo redondo (25 mL). A solução foi agitada durante 24h à temperatura ambiente. A monitorização do progresso da reação foi por TLC utilizando hexano: acetato de acetila como eluente. No final da reação, os precipitados foram filtrados e lavados com água gelada (50mL). Os produtos foram recristalizados com metanol durante a noite. Todos os compostos sintetizados 2a-h foram obtidos com bons rendimentos e caracterizados por pontos de fusão, RMN de 1H, IR e GC-MS. Para os ensaios larvicida os compostos (2a-h) foram solubilizados em DMSO (Dimetilsulfóxido) em diferentes concentrações. O teste foi realizado em triplicata e os controles negativos foram realizados usando água destilada e DMSO (1%). A taxa de mortalidade das larvas foram determinadas em 24 horas.
Resultado e discussão
Os compostos de benzilideno malononitrilo 2a-h foram testados contra larvas de
A. aegypti em diferentes concentrações (15, 12,5, 10, 5 e 1,5 ppm). Entre
eles, dois compostos 2e e 2h apresentaram atividade promissora para
propriedades larvicida (Figura 1).
Entre os compostos halogenados, o produto 2- (4-clorobenzilideno)
malononitrilo (2e) apresentou alta mortalidade frente às larvas com CL50 de
9,42 em 24 h e com CL90 de 15,02 em 24h. Enquanto o 2- (4- fluorobenzilideno)
malonitrilo (2f) apresentou taxa de mortalidade inferior a 5%.
No entanto, o comporto 2h, com ligação dupla insaturada com α, β, foi mais
tóxico para as larvas de A. aegypti, com CL50 3,75 e CL90 5,18. Este resultado
evidencia a forte influência dos efeitos eletrônicos e estéreis dos
substituintes nos derivados de benzilideno malononitrilo para atividade
larvicida contra A. aegypti.
Figura 1. Porcentagem de mortalidade das larvas em diferentes compostos de benzilideno 2a-h
Conclusões
Tendo em vista a resistência aos inseticidas e a todo um cenário de epidemias causado por vetores os compostos 2e e 2h se mostraram como os mais eficientes e promissores para o controle de larvas do mosquito A. aegypti que hoje é um dos principais vetores de patógenos como a dengue, zika e chikungunya.
Agradecimentos
A Universidade Federal do Amapá pelo apoio financeiro.
Referências
[1] L. Smith, S. Kasai, J. Scott, Pesticide Biochemistry and Physiology 2016, 133, 1.
[2] M. Dubrulle, L. Mousson, S. Moutailler, M. Vazeille, A. Failloux, Plos One, 2009, 4, 6.
[3] I. Ferreira, G. Casagrande, L. Pizzuti, C. Raminelli, Synthetic Communications 2014, 44, 2094.