A INFLUÊNCIA DO ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO NA OPACIDADE DE FILMES DE ISOLADO PROTEICO DE PESCADO PINTADO (PSEUDOPLATHYSTOMA CORRUSCANS)
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Bioquímica e Biotecnologia
Autores
Silva, R.S. (UFGD) ; Seccatto, C.P. (UFGD) ; Santos, B.M.M. (UFGD) ; Cortez-vega, W.R. (UFGD) ; Fonseca, G.G. (UFGD) ; Miura, E.M. (FAD)
Resumo
Os filmes produzidos a partir de isolado de pescado Pintado representam uma alternativa para substituir os polímeros convencionais, os quais ocasionam grande impacto ambiental devido sua lenta degradação. A cor pode ser considerada um importante parâmetro de caracterização dos biofilmes, pois está associada com a matéria-prima utilizada na elaboração dos mesmos. Diante disso objetivou-se verificar a ifluência do óleo essencial de cravo na opacidade dos filmes de pescado Pintado. Na produção dos filmes, utilizou-se o método de casting, onde foram realizados experimentos utilizando o isolado proteico de pescado Pintado, óleo essencial de cravo e o plastificante glicerol. Os resultados evidenciaram que as variáveis utilizadas são elementos influentes na coloração do filmes.
Palavras chaves
óleo essencial de cravo; opacidade; proteína
Introdução
Os óleos essenciais são substâncias naturais voláteis de origem vegetal, são atrativos ao consumidor por não apresentarem efeito tóxico, mesmo quando empregados em concentrações relativamente elevadas (PEREIRA et al., 2006). São extraídos de componentes das plantas como raízes, flores, caules, folhas, sementes, frutos e da planta inteira (SÁNCHEZ et al., 2010). A espécie vegetal Syzygium aromaticum, conhecida popularmente como cravo-da- índia, pertence à família das Mirtaceae e é explorada principalmente para extração industrial do óleo essencial obtido a partir dos botões florais, folhas e outras partes (ASCENÇÃO e FILHO, 2012). O cravo-da-índia é a gema floral seca sendo usado principalmente como condimento na culinária, devido ao seu marcante aroma e sabor, conferido por um composto fenólico volátil, o eugenol. Nas folhas ele chega a representar aproximadamente 95% do óleo extraído (RAINA et al., 2001) e no cravo também é o principal componente do óleo, variando de 70 a 85% (BROWN e MORRA 1995; BROWN et al., 1991; ORTIZ 1992). O eugenol, principal constituinte químico presente no cravo apresenta efeitos anti-inflamatório, cicatrizante e analgésico. É comumente utilizado como antimicrobiano e antifúngico (GUIMARÃES et al., 2008). Sua obtenção comercial é feita principalmente a partir do cravo. Dentre as propriedades óticas de biofilmes para aplicação em embalagens, destacam-se cor e opacidade (VICENTINI, 2003). Para uma boa apresentação visual do produto é necessário que as embalagens apresentem elevado brilho e transparência. Por outro lado, a proteção contra a incidência de luz se faz necessária como acondicionamento de produtos sensíveis a reações de deterioração causadas pela luz (OLIVEIRA, 1996).
Material e métodos
Metodologia: A solução filmogênica foi elaborada utilizando as variáveis: IPP (Isolado proteico de Pintado), glicerol e o óleo essencial de cravo (OEC), conforme a técnica de casting. A opacidade (Y) foi determinada segundo Sobral (2000), através de colorímetro (Minolta, CR-400, Osaka, Japão). Sendo a opacidade calculada como a relação entre a opacidade do filme sobreposto sobre o padrão preto. As avaliações foram realizadas em triplicata, sendo os resultados apresentados pela média. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente através de análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Tukey a 5% de significância, utilizando o programa Statistica 7.0.
Resultado e discussão
Segundo a Tabela 1 podemos observar que o modelo foi significativo, porém
não é preditivo, pois a superioridade do Fcalculado não foi 5 vezes maior
que o Ftabelado (Gacula e Singh, 1984).
A superfície de contorno demonstrada na Figura 1 destaca um aumento na
opacidade dos filmes em maiores concentrações de proteína e óleo essencial
de cravo. Halal (2012) também encontrou um nível mais elevado de opacidade
em filmes com mais óleo de palma e isolado proteico de corvina em sua
composição, sendo de 16% o teor de opacidade dos filmes com 20% óleo de
palma e 4,5g de proteína e aproximadamente 14% em filmes com 10% de óleo de
palma e 4,0g de proteína. Outros autores, também observaram uma maior
opacidade em filmes de proteína adicionados de lipídeos, como Rhim et al.
(2002), em filmes de isolado proteico de soja incorporados de ácidos graxos
e Ozdemir e Floros (2008) em filmes proteicos de soro de leite com adição de
cera de abelha.
Neste estudo observou-se uma maior opacidade nos experimentos 6 (23,93%) e 8
(20,70%), os quais apresentam maiores valores de IPP e antimicrobianos em
sua composição, o experimento 3 resultou no filme com o menor valor de
opacidade, e sua formulação contém o menor teor de proteína e óleo, esses
resultados evidenciam que tanto a concentração de IPP como a quantidade de
óleos essenciais influem na coloração, provavelmente devido a pigmentação
característica desses elementos.
Valores similares aos obtidos no presente estudo foram encontrados por
Ferreira (2014) em relação a opacidade, quando este autor trabalhou com óleo
de orégano e de cravo, sendo que a opacidade variou entre 14,99% a 23,33%.
A Tabela 1 apresenta os resultados da análise de variância (ANOVA), com a finalidade de testar a adequacidade do modelo para a variável opacidade.
A superfície de contorno demonstrada na Figura 1 para a análise de opacidade
Conclusões
De acordo com os resultados obtidos foi possível concluir que a coloração dos filmes sofreu alteração em relação aos teores de óleo essencial de cravo, porém o isolado proteico de Pintado também foi influente nas respostas de opacidade. Possivelmente devido a coloração dessas variáveis, pois em tratamentos com teores mais elevados de OEC e IPP resultaram em filmes mais opacos. Sendo que os tratamentos mais opacos foram os que continham elevadas concentrações desses elementos.
Agradecimentos
Agradecimentos a Fundect/Capes
Referências
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