Estudo e levantamento de dados sobre o conhecimento de estudantes em relação a irradiação em alimentos
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Alimentos
Autores
Rodrigues, A.G.F. (IFMT-CAMPUS BELA VISTA) ; Santos, A.K.D. (IFMT-CAMPUS BELA VISTA) ; Almeida, J.N.O. (IFMT-CAMPUS BELA VISTA) ; Rodrigues, J.V.J. (IFMT-CAMPUS BELA VISTA) ; Teles, R.A. (IFMT-CAMPUS BELA VISTA)
Resumo
A irradiação é uma técnica de conservação que garante inocuidade do alimento, atualmente é a única técnica capaz de inativar patógenos em alimentos in natura, sem alterar suas características físicas e organolépticas. O termo irradiação por vezes causa desconforto ao consumidor final diminuindo a aceitabilidade de alimentos submetidos ao processo. Dessa forma, esta pesquisa objetiva avaliar o conhecimento de estudantes de uma comunidade acadêmica e escolar sobre irradiação de alimentos e sua aceitação.
Palavras chaves
Irradiação ; Conhecimento; Jovens Estudantes
Introdução
A irradiação de alimentos é um processo físico que vem sendo estudado há vários anos, é uma técnica de conservação para alimentos in natura e industrializados, sua aplicação é regulamentada pelo FDA (Food and Drug Administration) desde 1963 e no Brasil pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 1985, organizações que estipulam a dosagem máxima e critérios para aplicação do processo. A técnica elimina ou reduz microrganismos patogênicos, deteriorantes, insetos e parasitas, trata tanto a embalagem quanto o alimento, retarda a germinação e amadurecimento em vegetais, aumentando assim segurança dos alimentos destinados ao consumo humano e reduzindo as perdas causadas por deterioração. Tais efeitos são obtidos, pois ocorre a interação de ondas eletromagnéticas com a matéria, que por sua vez ioniza átomos e moléculas, induzindo reações químicas, que podem interromper os processos celulares, orgânicos e fisiológicos (SILVA et al, 2010; VICENTE e SALDANHA, 2013; NOBRE;2011). Apesar de ser um processo eficiente um dos grandes desafios para disseminação do mesmo está na aceitação dos consumidores, a associação da técnica à consequências de fatos históricos é comum e a disponibilidade de estudos mais conclusivos sobre os efeito a saúde ainda é escassa (SILVA et al, 2010; ORNELLAS et al, 2006). Ante ao exposto o objetivo deste trabalho foi avaliar o conhecimento de jovens estudantes sobre irradiação de alimentos e sua aceitação para o consumo.
Material e métodos
Foi realizada no mês de julho de 2017 uma pesquisa descritiva e qualitativa, envolvendo alunos entre 15 e 26 anos de nível médio/técnico e superior do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá Bela Vista. A pesquisa foi feita através da aplicação de um questionário fechado semiestruturado com três perguntas foi possível avaliar o conhecimento dos jovens sobre o tema: Alimentos Irradiados. Os participantes foram selecionados aleatoriamente e informados quanto ao objetivo da pesquisa e assegurando-lhes o anonimato na apresentação dos resultados. Foram feitas as seguintes perguntas: 1. Sabe o que é um alimento irradiado? 2. Consumiria alimentos irradiados? 3. Já viu informado em algum rótulo que o alimento era irradiado? Quando esses não demonstravam conhecimento sobre o processo de irradiação foram informados sobre os objetivos e mecanismos de ação da técnica de conservação. Trinta e cinco voluntários concordaram em participar dessa pesquisa. Os resultados obtidos foram comparados com a literatura.
Resultado e discussão
O gráfico 1 apresenta os percentuais
obtidos para as três perguntas
realizadas na pesquisa. Apenas 25,7% do
público entrevistado sabiam o que
eram alimentos irradiados, Silva et al
(2010) encontrou percentual inferior
avaliando docentes de cursos de nutrição
na cidade de Belo Horizonte- MG
13,6%. Ornellas et al (2006) encontrou
percentuais ao encontrados neste
trabalho 50,6% do público 219 pessoas que
avaliou desconhecia sobre
alimentos irradiados, porem 16% desse
público acreditava que alimentos
irradiados era o mesmo que alimentos
radioativos.
Dentre os estudantes entrevistados 71,4%
consumiriam alimentos irradiados,
Silva et al (2010) e Ornellas et al (2006)
obtiveram percentuais superiores
de aceitação em suas pesquisas de 80,3 e
89% respectivamente. A falta de
conhecimento gera dúvidas e colabora para
um posicionamento de repulsa
diante dos alimentos tratados por esta
tecnologia. Quando requeridas quanto
informação de irradiação em algum rótulo
apenas 14,3% já viram descrita, a
faixa etária dos participantes e a
quantidade de produtos submetidos a essa
técnica no mercado local podem ser os
grandes influenciadores do baixo
percentual.
No gráfico 2 é possível observar que os
entrevistados inseridos no ensino
superior declararam ter conhecimento sobre
o que é um alimentos irradiado,
enquanto que os do médio/técnico apenas
7,7%. Tais condições também foram
observadas nos estudos de Silva et al
(2010) e Ornellas et al (2006).
A partir dos dados da entrevista e da
literatura é possível notar que os
estudantes não possuem um amplo acesso ao
conhecimento sobre alimentos
irradiados. Sendo assim esse assunto
precisa ser mais comentado através de
palestras, oficinas e mesas redondas
dentro da instituição de ensino.
Resultado do questionário aplicado para alunos do ensino médio/ técnico.
Resultado do questionário aplicado para alunos do ensino superior.
Conclusões
A maior parte dos alunos não tem conhecimento sobre o que é um alimento irradiado, foi possível observar que o conhecimento é importante para a aceitação desses alimentos no consumo, uma vez que a maioria fora informado dos objetivos, do modo de ação da técnica e quaisquer alterações relatadas sobre o tema de irradiação em alimentos.
Agradecimentos
Agradecemos a todos que acreditaram nessa pesquisa e a todos os voluntários que responderam nosso questonário
Referências
Nobre, Joseane Almeida Santos. Tecnologia do Processamento de Alimentos: Projeto Formare. São Paulo: Grupo Ibmec Educacional, 2011. 448p
ORNELLAS, Cléia Batista Dias et al. Atitude do consumidor frente à irradiação de alimentos. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 26, n. 1, p. 211-213, 2006.
SILVA, Kelly Daiane et al. Conhecimento e atitudes sobre alimentos irradiados de nutricionistas que atuam na docência. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 30, n. 3, 2010.
VICENTE, Juarez; SALDANHA, Tatiana. Emprego da Técnica de Radiação Ionizante em Alimentos Industrializados. Acta Tecnológica, v. 7, n. 2, p. 49-54, 2013.