Análise físico-química da casca do noni in natura em cinco estádios de maturação
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Alimentos
Autores
Guedes, S.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO) ; Kuwakino, N.G. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO) ; Silva, S.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO) ; Carvalho, J.W.P. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO) ; Loss, R.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO)
Resumo
A Morinda citrifolia Linn é um fruto cultivado no estado de Mato Grosso, porém pouco explorado em relação as características físico-químicas da casca nos diferentes estádios de maturação. Desta forma, este trabalho teve como objetivo a investigação das características físico-químicas de pH, acidez, umidade e cinzas da casca do noni obtido no município de Barra do Bugres, MT. Observou-se que a casca do noni apresenta umidade variando de 85,17±0,26 % a 87,93±0,19 % conforme o grau de maturação. Os maiores teores de cinzas foram observados no estádio 1 e 3 de maturação. O noni possui uma alta acidez e baixo pH, sendo os últimos estádios de maturação com maiores teores. Conclui-se, portanto, que a casca do noni apresenta uma acidez elevada, podendo ser estudada como possível conservante.
Palavras chaves
Morinda citrifolia Linn; Acidez; Conservação
Introdução
A Morinda citrifolia Linn, popularmente conhecida como noni, é conhecida por ser uma fonte de nutriente e propriedade fitoterápicas. O cultivo e consumo tem se expandido rapidamente em todas as regiões brasileiras, não apenas por ser uma rica fonte de nutrientes, mas principalmente pelas propriedades fitoterápicas a ele atribuídas e à sua facilidade de adaptação climatológica (NASCIMENTO, 2012). De acordo com a literatura, o noni previne e cura várias doenças, sendo usada principalmente para estimular o sistema imunológico (SILVEIRA et al., 2011; ASSUNÇÃO et al., 2013; McCLETCHEY, 2002). Portanto, este trabalho tem como objetivo a análise físico-química da casca do noni em cinco estádios de maturação, avaliando o potencial nutricional para futuras aplicações tecnológicas.
Material e métodos
O noni foi adquirido na cidade Barra do Bugres, Mato Grosso, por produtores da região. O fruto foi colhido em cinco estádios de maturação (verde, verde esbranquiçado, amarelo, branco e translúcido), lavados em água corrente e separado a casca. Posteriormente, as amostras foram trituradas e homogeneizadas, sendo congeladas a -10 ºC até realização das análises físico-químicas de pH, resíduo mineral fixo (cinzas), acidez e umidade. As análises físico-química foram feitas em triplicatas, seguindo a metodologia descrita pelo Instituto Adolf Lutz (2007). Todas as análises foram realizadas na Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Barra do Bugres e os resultados tratados como média e desvio padrão, sendo realizado o Teste de Tukey a 5% de significância, com auxílio do programa Statistic 7.0.
Resultado e discussão
A casca do noni nos diferentes estádios de maturação apresentaram diferenças
na coloração conforme o estádio de maturação (Figura 1), sendo que o
primeiro estádio é perceptível um maior escurecimento.
A umidade da casca do noni variou de 85,17±0,26 % a 87,93±0,19 % conforme o
estádio de maturação, sendo o maior valor observado para o estádio 4. Em
relação ao teor de resíduo mineral fixo (cinzas), o estádio 1 e 3
apresentaram os maiores valores (1,18±0,04 e 1,23±0,11, respectivamente),
diferenciando dos demais estádios de maturação (Tabela 1).
Em relação ao teor de acidez, nos estádios 1 e 3 foram observados os menores
teores, não diferenciando entre si. Já nos demais estádios a acidez total
foi superior a 10 %, demonstrando que o noni possui uma casca muito ácida.
Corroborando com a acidez, os menores valores de pH foram para os estádios
de maturação 4 e 5.
A utilização da casca pode ser uma forma alternativa de consumo integral do
alimento, pois normalmente esta parte do fruto é rica em nutrientes,
garantindo a qualidade nutricional. Além disso, o reaproveitamento das
cascas também reduz o desperdício (HARDISSON, A. et al, 2001).
Conclusões
A casca do noni possui baixa umidade em relação a outros frutos, reduzindo o tempo de secagem no preparo de extrato em pó. Além disso, independente do estádio de maturação, a casca apresenta um alto teor de acidez, caracterizando-a como ácida. Esta acidez pode ser considerada uma boa opção no uso como conservantes em aplicações tecnológica
Agradecimentos
A Fundação de Amparo à pesquisa (FAPEMAT) pelos recursos aprovados no Edital Universal Fapemat nº 005-2015 processo nº. 210230/2015 .
Referências
ASSUNÇÃO, E. F. et al. Avaliação do efeito dos extratos de lippia sidoides e morinda citrifolia sobre a germinação de esporos de cercospora longíssima. In XIII Jornada de ensino, pesquisa e extensão – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, dezembro, 2013.
HARDISSON, A. et al. Mineral composition of the banana (Musa acuminata) from the island. of Tenerife. Food Chemistry, 2001, vol. 73, p. 153-161.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. Edição IV, Brasília: Instituto Adolfo Lutz, 2005.
McCLATCHEY, W. From Polynesian Healers to Health Food Stores: Changing Perpectives of Morinda Citrifolia (Rubiaceae). Integrative Cancer Therapies, v.1. 2002.
NASCIMENTO, L. C. S. Caracterização Centesimal, Composição Química e Atividade Antioxidante do Noni (Morinda Citrifolia L.) Cultivado no Município de Zé Doca-MA. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos). Instituto de Tecnologia, Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2012.
SILVEIRA, L. M. S.; OLEA, R. S. G.; GONÇALVES, L. H. B.; SANTOS, P. F. Atividade antibacteriana de amostras de fruto do noni (Morinda citrifolia . l - rubiaceae) vendidas em feiras livres de são luís, Maranhão. Revista Saúde e Ciência. V.2, nº1, p.31-37, 2011.