ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ÓLEO ESSENCIAL DE ALHO (Allium sativum) FRENTE À CEPAS DE Escherichia coli (ATCC 25922) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923).

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Araujo dos Santos, B. (UFMA- UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Nascimento Mouchrek, A. (UFMA- UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO) ; Mara Teles, A. (UFMA- UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO)

Resumo

Há milhares de anos o Allium sativum e seus extratos têm sido usados para tratar infecções. Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a atividade antimicrobiana por determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de alho (Allium sativum) frente à cepas de Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Obteve-se para Escherichia coli a CIM de 25 μg/mL e para Staphylococcus aureus 100 μg/mL. A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se concluir que o óleo apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas padrão de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Resultados semelhantes ao da literatura foram observados.

Palavras chaves

OLEO; ALHO; ANTIMICROBIANA

Introdução

Há milhares de anos o Allium sativum e seus extratos têm sido usados para tratar infecções. A maior concentração de fitoquímicos terapêuticos encontra-se nos bulbilhos. Centenas de fitoquímicos bioativos foram identificados sendo os de maior destaque os compostos sulfurados, presentes em quantidades três vezes maiores do que em outros vegetais como a cebola e o brócolis (Cutler & Wilson, 2004). Allium sativum é uma planta herbácea, caracterizada por um bulbo (cabeça) dividido em dentes (bulbilhos). É um alimento funcional rico em alicina que possui ação antiviral, antifúngica e antibiótica, tem também, considerável teor de selênio agindo como antioxidante. Alguns compostos sulfurados presentes no alho possuem atividade hipotensora, hipoglicemiante, hipocolesterolêmica e antiagregante plaquetária, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares. As demais substâncias encontradas no alho possuem atividade imunoestimulatória e antineoplásica (Corzo-Martínez et al., 2007). No Brasil, o uso de plantas medicinais passa de geração à geração, baseando- se na prática indígena, influenciada pelas culturas africana e portuguesa. Desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), na década de 1980, o governo estimula o uso dos recursos naturais para a promoção da saúde através de tecnologias eficazes, visando a integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade (ALMEIDA, 2011). Dessa forma, este estudo teve por objetivo avaliar a atividade antimicrobiana por determinação da concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de alho frente à cepas de Escherichia coli (ATCC 25922) e Staphylococcus aureus (ATCC 25923).

Material e métodos

O óleo essencial dos dentes de Allium sativum (alho), foi extraído por hidrodestilação, utilizando um extrator Clevenger, em temperatura constante de 100ºC/3h. Após a extração, os óleos foram armazenados em frascos apropriados, e mantidos em refrigeração. Foram utilizadas duas cepas de bactérias provenientes da “American Type Culture Collection” (ATCC), cedidas pelo Laboratório de Microbiologia do Controle de Qualidade de Alimentos e Água da Universidade Federal do Maranhão (PCQA-UFMA), sendo uma Gram-negativas: Escherichia coli e uma Gram- positiva: Staphylococcus aureus. A identificação das cepas foi confirmada por ensaios bioquímicos convencionais. Para determinação da concentração inibitória mínima (CIM), utilizou-se a técnica de diluição em caldo. Preparou-se uma solução, utilizando-se DMSO 2%, na concentração de 1000 μg/mL do óleo essencial de Allium sativum. Em seguida foram realizadas diluições seriadas em caldo Mueller Hinton (MH), resultando nas concentrações de 1000, 300, 250, 100, 50, 25 e 5μg/mL. A suspensão microbiana, realizada previamente de acordo com as normas do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2003), contendo 1,5x108 UFC/mL das cepas foram adicionadas a cada concentração. Realizou-se o controle de esterilidade para o DMSO, Caldo MH e de crescimento bacteriano. Logo após os tubos foram incubados a 35ºC por 24 horas. Após o período de incubação, foi verificada a concentração inibitória mínima do óleo, sendo definida como a menor concentração que visivelmente inibiu o crescimento bacteriano (ausência de turvação visível). Ensaios realizados em triplicata.

Resultado e discussão

Através dos resultados obtidos, observou-se que o óleo essencial de alho possui atividade antimicrobiana frente à Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Através da determinação da concentração inibitória mínima (CIM), foi obtida para Escherichia coli a CIM de 25 μg/mL e para Staphylococcus aureus 100 μg/mL. Dormans e Deans (2000), após utilizarem óleos essenciais de orégano, gerânio, cravo e pimenta, frente a 25 espécies Gram-positivas e negativas e observaram que bactérias Gram-positivas eram mais suscetíveis que as Gram-negativas. Resultados semelhantes foram encontrados por Indu et al. (2006) que ao analisarem a atividade antimicrobiana do óleo essencial de alho relataram que o mesmo apresentou atividade antibacteriana excelente em todas as concentrações testadas (100, 75%, 50% e 25) a diferentes cepas de Escherichia coli. Observou-se também que a atividade mais eficiente do óleo essencial se mostrou frente à Escherichia coli, em uma diferença de CIM 100 μg/mL maior para Staphylococcus aureus. Para Nascimento et al. (2007), os métodos de atividade antimicrobiana (diluição e difusão) não são necessariamente comparáveis. Isto por que o método de diluição mostra ser o que melhor disponibiliza dados quantitativos, enquanto a difusão em placa constitui-se um método qualitativo.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos neste estudo pode-se concluir que o óleo essencial extraído dos dentes de alho apresentou uma eficiente atividade bactericida frente às cepas padrão de Staphylococcus aureus e Escherichia coli. Obtiveram-se resultados semelhantes ao da literatura.

Agradecimentos

Referências

ALMEIDA, M. Z. Plantas medicinais. 3. ed. Salvador: EDUFBA, 2011.
Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance standards for antimicrobial disk susceptibility tests. Approved standard. M2-A8, 8.ed. 2003.
CORZO-MARTÍNEZ, M. et al. Biological properties of onions and garlic. Trends in Food Science & Technology, v.18, n.12, p.609-25, 2007

CUTLER, R.R.; WILSON, P. Antibacterial activity of a new, stable, aqueous extract of allicin against methicillinresistant Staphylococcus aureus. British journal of biomedical Science, v. 61, n.2, p.71-4, 2004.

DORMAN, H.; DEANS, S. Antimicrobial agents from plants: antibacterial activity of plant volatile oils. J Applied Microbiology, Reino Unido, v. 88, n. 2, p. 308- 16, feb. 2000.

INDU, M. N.; HATHA, A. A. M.; ABIROSH, C.; HARSHA, U.; VIVEKANANDAN, G. Antimicrobial activity of some of the South-Indian spices against serotypes of Escherichia coli, Salmonella, Listeria monocytogenes and Aeromonas hydrophila. Brazilian Journal of Microbiology, São Paulo, v. 37, n. 2, p. 153-158, apr./jun. 2006

Santos, J., Carvalho Filho, C., Barros, T. and Guimaraes, A. (2011). Atividade Antimicrobiana in Vitro dos Óleos Essenciais de Orégano, Alho, Cravo e Limão sobre Bactérias Patogênicas isoladas de Vôngole. Semina: Ciências Agrárias, [online] 32(4), pp.1537-1564. Disponível em: <http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/semagrarias/article/viewFile/5392/8915>. Acesso em: 30/07/17

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