CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE (in vitro) DE ABÓBORAS DO GÊNERO Cucurbita sp.

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Santos, L.M.R. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) ; Oliveira, I.B. (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL) ; Dantas, G.M.R. (SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL) ; Almeida, F.J.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO)

Resumo

A abóbora é uma hortaliça rica em nutrientes, da qual os carotenóides se destacam como fonte de vitamina A e atividade antioxidante. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial antioxidante in vitro do extrato bruto hidroetanólico de abóboras Cucurbita maxima e Cucurbita maxima x Cucurbita moschata, sobre a captura do radical (DPPH•), utilizando cascas e sementes, assim como as determinações físico-químicas de pH, acidez titulável, cinzas e umidade. As determinações físico-químicas encontradas foram de acordo com os da literatura, e ambas as abóboras apresentaram potencial antioxidante. Assim, partes que geralmente são destinadas ao descarte, das duas espécies de abóboras estudadas, são benéficas à saúde.

Palavras chaves

Cucurbita maxima; Cucurbita moschata ; antioxidante

Introdução

Atualmente há um grande interesse no estudo de compostos com propriedades antioxidantes devido, principalmente, às descobertas sobre o efeito dos radicais livres no organismo (BARREIROS & DAVID, 2006). Dessa forma, a população mundial adquiriu a visão de que alimentos não são apenas para nutrir, mas oferecem também compostos ou elementos biologicamente ativos, que proporcionam benefícios adicionais à saúde, nascendo então o conceito de alimentos funcionais (SENTANIN & AMAYA, 2007). As abóboras pertencem ao gênero Cucurbita (família Cucurbitaceae), que compreende várias espécies silvestres, sendo um fruto rico em vitamina A e também fornece vitaminas do complexo B, cálcio e fósforo (BARBIERI, 2012). Os carotenóides presentes na abóbora destacam-se pela sua importância na alimentação humana como fonte de vitamina A e pela sua ação antioxidante que está relacionada com a diminuição do risco de doenças degenerativas (NASCIMENTO, 2006). O fomento ao desenvolvimento de pesquisas relacionadas a diferentes tipos de abóbora é de extrema importância para toda população, uma vez que o consumo de forma consciente dessa hortaliça traz grandes benefícios para saúde humana. Com isso, nesse estudo, objetivou-se avaliar o potencial antioxidante in vitro do extrato bruto hidroetanólico de abóboras do gênero Cucurbita sp. sobre a captura do radical 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH•) assim como as determinações físico-químicas de pH, acidez titulável, cinzas e umidade.

Material e métodos

As abóboras utilizadas foram adquiridas no comércio da cidade de Cuiabá – MT. A metodologia empregada para as análises físico-químicas estão descritas no Instituto Adolfo Lutz (2008). O pH foi determinado por meio do equipamento pHmetro. A acidez titulável foi realizada por meio da utilização de dois componentes químicos, hidróxido de sódio e fenolftaleína como indicador. A análise de cinzas foi determinada por aquecimento da amostra em temperatura de 550°C. A análise de umidade foi obtida por meio de secagem direta em estufa a 105°C. O preparo do extrato bruto da casca e semente foi realizado no Laboratório de Físico-Química, no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Para obtenção do extrato foi utilizada a metodologia descrita em Jolner (2016). A avaliação da capacidade antioxidante in vitro dos extratos em captar o radical livre DPPH• foi realizado segundo o método de Mensor et al. (2001). Para avaliação do potencial antioxidante, 1,0 mL da solução metanólica de DPPH• foi incubada durante 30 min à temperatura ambiente, com 0,5 mL das soluções metanólicas do extrato em diferentes concentrações (0,5; 1; 2; 4; 6; 8; 10; 30; 50; 100; 300; 400; 500; 600; 700 e 800 µg/mL), em triplicata. Após este período, as leituras das amostras foram realizadas em espectrofotômetro em um comprimento de onda de 517 nm, utilizando-se cubeta de quartzo, em intervalos de 30 seg. O percentual de captação do radical DPPH• foi calculado em termos de percentagem de atividade antioxidante. Para comparar a atividade antioxidante entre o extrato e as diferentes substâncias antioxidantes foi utilizado o parâmetro IC50, calculado por análise de regressão linear, que corresponde à concentração da amostra necessária para captar 50% dos radicais DPPH•.

Resultado e discussão

Em estudo com C. maxima, Lima et al (2011) descreveu a composição da parte comestível da abóbora moranga com 92,5 g de umidade e 0,8 g de cinzas, valores próximos aos encontrados nos nossos estudos. Naves e colaboradores (2010), ao estudar a farinha de sementes de C. m, encontrou um teor médio de umidade de 56,54 g/100 g e um teor de cinzas de 3,48 g/100 g, valores superiores aos encontrados neste trabalho. Segundo Lima et al, 2011, a quantidade de umidade encontrada na parte comestível da abóbora C. maxima x C. moschata crua é de 88,5 g/100g de umidade, corroborando com os resultados obtidos. Caetano et al (2015) encontrou valor superior de cinzas na casca da C. m x C. m, 1,36 g/100g e Lima et al (2011) encontrou o valor superior para a parte comestível da abóbora C. m x C. m crua: 0,8 g/100g. Belmiro (2009) encontrou 2,37g/100g em sementes de C. pepo. Todos os valores obtidos foram maiores do que os obtidos neste trabalho. A casca e a semente de abóbora C. m apresentaram o IC50 358,31 e 302,78 µg/mL, corroborando com os estudos de Prado (2009) onde o resultado obtido, IC50 foi de 6,14 ± 0,04 (mg/mL), sendo possível verificar que concentração utilizada para inibir o radical através da casca e semente da abóbora foi menor, deste modo foi possível evidenciar que a abóbora apresenta valores de IC50 significativos, considerando-se o modelo proposto. A casca e semente de abóbora C. m x C. m apresentou o IC50 375,87 e 330,8 µg/mL. Pereira et al (2008) avaliaram capacidade antioxidante dos extratos aquoso e etanólico de maxixe (Cucumis anguria L.), onde o extrato apresentou maior efetividade na captura dos radicais, obtendo-se a concentração 100 mg/mL para inibir 35%. A espécie que demonstrou menor capacidade para inibir o radical foi a casca de abóbora C. m x C. m.

Determinações físico-químicas

Os resultados das determinações físico-químicas para a abóbora C. maxima e C. maxima x C. moschata encontram-se dispostos na tabela 1 e 2.

Percentual comparativo de inibição do radical DPPH•



Conclusões

Por meio dos resultados obtidos e de acordo com a metodologia aplicada, sugere- se que as espécies do gênero Cucurbita sp. investigadas, possuem propriedades antioxidantes, sendo possível evidenciar que a concentração inibitória foi diferenciada entre as abóboras. A semente da abóbora C. maxima apresentou atividade significativa. Nossos achados sugerem que a casca e a semente, partes que geralmente são destinadas ao descarte, de ambas as espécies de abóboras estudadas, são benéficas à saúde.

Agradecimentos

Ao SENAI Cuiabá e Laboratório Bioquímica Pesquisa - UFMT campus Cuiabá.

Referências

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