DETERMINAÇÃO DOS ELEMENTOS MINERAIS Ca, Cu, Fe, Mg, Mn, Na E Zn EM TRÊS VARIEDADES DE PIMENTÕES COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE SÃO LUÍS-MA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Alimentos
Autores
Marques Mandaji, C. (UFMA) ; Márcia Becker, M. (UFMA) ; Aranha Malta, T. (ESTÁCIO DE SÁ) ; Fontenele de Oliveira, M. (UFMA) ; Silva Nunes, G. (UFMA)
Resumo
Foram analisadas amostras de pimentão verde, pimentão vermelho e pimentão amarelo, comercializados em supermercados localizados na cidade de São Luís- MA, quanto à presença de macro e micro minerais essenciais ao organismo. Foram analisados quantitativamente cálcio, cobre, ferro, magnésio, manganês, sódio e zinco, empregando Espectrometria Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP- OES). Foram encontrados teores dos minerais, em mg/100g, nas seguintes faixas: 7,29-10,25 para Ca, 0,05-0,13 para Cu, 0,40-0,88 para Fe, 11,83-14,07 para Mg, 0,3-0,11 para Mn, 1,34-2,92 para Na e 0,68-0,91 para Zn. Entre as hortaliças estudadas, o pimentão amarelo apresentou os melhores resultados para Cu e Zn, correspondendo a 13,33% e 12,86%, respectivamente, aos índices diários recomendados (IDR).
Palavras chaves
Pimentões ; teores de minerais; São Luís-MA
Introdução
Consideradas alimentos reguladores, as hortaliças são fundamentais para fazer o corpo humano funcionar de maneira adequada e harmônica, por apresentarem uma densidade energética baixa e serem ricas em micronutrientes, fibras e outros elementos fundamentais (HORTALIÇAS EM REVISTA, 2012). Algumas hortaliças fazem parte da mesa do consumidor diariamente, a exemplo disso tem-se o pimentão (Capsicum annuum L.), que está entre as hortaliças mais cultivadas no Brasil e de maior importância econômica e social (HENZ et al., 2007), por conta de sua forte participação na culinária doméstica e empresarial e na geração de emprego e renda para muitas famílias (ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS, 2012). Os elementos minerais são originários do solo, que são absorvidos pelas plantas, tornando o consumo de frutas e hortaliças um dos seus maiores vinculadores. Sabe-se que o corpo humano é composto por 4% a 5% de minerais, os quais possuem funções essenciais à saúde, como controlar impulsos nervosos, auxiliar na atividade muscular e no balanço ácido-base, além de agir como constituintes estruturais de tecidos corpóreos e como ativadores/reguladores de enzimas (TAIZ e ZEIGER, 2009). Porém, como o organismo não pode produzi- los, deve-se utilizar fontes externas, como os alimentos, para assegurar uma ingestão adequada. Os minerais Ca, Cu, Fe, Mg, Mn, Na e Zn são considerados nutrientes essenciais de grande importância na nutrição humana, pois apresentam um papel importante em várias vias metabólicas. Dessa forma, o presente estudo teve o objetivo de investigar o potencial nutricional de pimentões amarelos, verdes e vermelhos comercializados em supermercados da cidade de São Luís-MA, em relação a presença desses minerais.
Material e métodos
Os reagentes utilizados foram de grau de pureza analítica e a água utilizada foi deionizada. Os materiais utilizados foram previamente descontaminados em HNO3 a 10% (v/v) por no mínimo 24 h. As três variedades de pimentões (amarelo, vermelho, verde) foram adquiridas em supermercados localizados na região metropolitana de São Luís-MA, tendo sido devidamente acondicionadas, identificadas e transportadas ao laboratório. A porções de 0,2-0,5 g das amostras foram adicionados, sequencialmente, 5,0 mL de HNO3 concentrado, 2,0 mL de H2O2 a 30% (v/v) e 0,5 mL de ítrio (Y) a 100 mg L-1, este último usado como padrão interno. A mistura foi submetida à digestão em forno microondas (MARSX press 6.0), de acordo com o método estabelecido pela AOAC (2002). O digerido foi diluído com água deionizada para 25,0 mL e filtrado em papel de filtro quantitativo (28 μm), antes das análises dos teores dos minerais. As determinações dos elementos foram feitas por Espectrometria Ótica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-OES) (Shimadzu, modelo 9820, com nebulizador concêntrico), sob 1,2 kW de potência, 10 L min−1 de argônio e os seguintes comprimentos de onda: 616.217nm (Ca), 327.396nm (Cu), 259.940nm (Fe), 383.826nm (Mg), 257.610nm (Mn), 589.592nm (Na) e 213.856nm (Zn). As curvas analíticas foram definidas para 4 valores de concentração, obtidos a partir da diluição de soluções padrão a 1000 mg L-1 em HNO3 a 2 % (v/v). Os critérios para avaliação da eficiência do método analítico foram baseados nas seguintes figuras de mérito: melhores respostas analíticas da razão sinal/ruído; precisão, baseada no desvio padrão relativo (RSD) para três determinações, e sensibilidade, com base nos limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) para dez determinações dos brancos (SKOOG, 2008).
Resultado e discussão
As concentrações médias dos minerais investigados (mg/100g de amostra) e seus
respectivos RSD, são apresentados na Tabela 1, onde observa-se que o método
analítico mostrou-se preciso, com valores de RSD variando de 0,2 a 8,77 %,
para as determinações. A avaliação nutricional das amostras estudadas foi
feita tendo como base o Relatório Técnico do Ministério da Saúde (BRASIL,
1998), o qual classifica um alimento como fonte em determinado mineral, quando
100 g deste apresentar 15 % de sua IDR, esses valores são mostrados na Tabela
2. Avaliando a classificação mineral em relação a ingestão dos elementos
estudados, observa-se que as hortaliças forneceram teores dos minerais
inferiores a IDR, no entanto, os resultados obtidos mostram que algumas das
amostras podem, perfeitamente, ser usadas na elaboração de um complemento
alimentar. Assim como o pimentão amarelo que apresentou 13,33% da IDR para o
Cu e 12,86% para o Zn, sendo muito importante pois o Cu é essencial como
constituinte de algumas metaloenzimas requeridas na síntese da hemoglobina e
na catálise de oxidação metabólica e o Zn também faz parte da composição de
várias enzimas envolvidas em funções fisiológicas (Onianwa, P. C.; Adeyemo, A.
O.; Idowu, O. E., 2001). Neste estudo, foram encontrados teores de sódio para
os pimentões amarelo, verde e vermelho iguais a 1,36; 1,37; e 2,86 mg 100g-1
respectivamente, além disso, a ingestão de 100 g das partes comestíveis dos
pimentões estudados fornecem teores de Na inferiores a 15 % da IDR, sendo
estes resultados satisfatórios já que o Ministério da Saúde tem coordenado
estratégias nacionais com vistas à redução do consumo de sódio, através de
ações articuladas a planos setoriais como o Plano Nacional de Saúde 2012–2015
(NILSON et al., 2012).
Conclusões
O desenvolvimento do trabalho foi importante para contribuir com novas informações sobre micro e macro minerais em amostras de três variedades de pimentões, ampliando a literatura e apresentando dados regionais. Entes as hortaliças estudadas, o pimentão amarelo apresentou os melhores resultados para Cu e Zn, em faixas de 0,05-0,13 mg/100g para Cu e 0,68-0,91 mg/100g para Zn, correspondendo a 13,33% e 12,86%, respectivamente, aos valores de IDR, sendo portanto uma boa contribuição para alimentação de quem os consome.
Agradecimentos
À UFMA e ao NARP
Referências
HORTALIÇAS EM REVISTA: cores e sabores A importância nutricional das hortaliças. Grama-DF: Embrapa Hortaliças, v. 2, abr. 2012. Bimestral.
ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS: Brazilian Vegetable Yearbook, Santa Cruz do Sul: Gazeta, 2012.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ª edição, Porto Alegre: Artmed, 2009.
HENZ, G. P.; COSTA, C. S. R.; CARVALHO, S.; BANCI, C. A. Como cultivar pimentão: alta
produtividade. Cultivar Hortaliças e Frutas, Pelotas, v. 7, n. 42, fev./mar. 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Regulamento técnico referente à informação nutricional complementar. Portaria N° 27 de 13 de jan. 1998.
Onianwa, P. C.; Adeyemo, A. O.; Idowu, O. E.; Ogabiela, E. E. Copper and zinc contents of Nigerian foods and estimates of the adult dietary intakes, Food Chem., 72 (2001) 89-95.
NILSON, E.A.F.; JAIME, P.C.; RESENDE, D.O. Iniciativas desenvolvidas no Brasil para a redução do teor de sódio em alimentos processados. Rev Panam Salud Publica. v. 34, n. 4, p.287–92, 2012.
INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes: The essential guide to nutrient requirements. Washington, D.C.: The National Academy Press, 2006.