Avaliação de modelos polinomiais para estimar a massa específica da polpa de goiaba

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Alimentos

Autores

Alves, M.N.M. (IFRN/CA) ; Santos, D.A. (IFRN/CA) ; Melo, J.C.S. (IFRN/CA) ; Costa, C.H.C. (IFRN/CA) ; Badaro, A.D.S. (IFRN/CA)

Resumo

Os modelos matemáticos para predição da massa específica da polpa de goiaba podem ser utilizados para representar uma alternativa viável na substituição da determinação experimental deste parâmetro, o qual pode ser muito dispendioso. O objetivo desse trabalho foi determinar o comportamento da massa específica da polpa de goiaba, em diferentes temperaturas, e propor um modelo polinomial específico para predição desta propriedade. A massa específica da polpa de goiaba foi determinada com o uso de picnômetros nas temperaturas de 10 a 50 °C. A massa específica da polpa de goiaba variou de 1060,31 a 1044,48 kg.m-3, entre as temperaturas de 10 a 50ºC. O modelo polinomial que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o modelo polinomial com quatro termos.

Palavras chaves

densidade; Polpa de fruta; equação polinomial

Introdução

A goiaba é um fruto com excelente aceitação para o consumo natural e de grande importância na indústria de sucos, polpas, néctares, goiabadas, geléias, fruta em calda, purê, base para bebidas e xaropes (VIEIRA et al., 2008). O processamento de frutas para obtenção de polpas é uma atividade agroindustrial importante, pois agrega valor econômico à fruta e evita desperdícios, minimizando as perdas que podem ocorrer durante a comercialização do produto in natura (NASCIMENTO et al.,2013). Na indústria processadora de frutas a otimização e o dimensionamento adequado dos equipamentos representam um grande ganho energético e econômico, por isso é necessário o conhecimento do comportamento da massa específica das polpas nas condições de processamento uma vez que a transferência de calor e massa durante o processamento do alimento altera esta propriedade (BOLZAN e SOUZA, 2007). Os modelos matemáticos para predição das propriedades termofísicas evoluíram e representam uma oportunidade de melhorar a eficiência de tratamentos térmicos no processamento de alimentos, além, de certa forma, se tornar uma alternativa viável na substituição da determinação experimental destes parâmetros, o qual pode ser muito dispendioso (EGEA et al., 2015). Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de se determinar o comportamento da massa específica da polpa de goiaba, em diferentes temperaturas, e propor um modelo polinomial específico para predição desta propriedade.

Material e métodos

As goiabas, que possuem período de colheita entre os meses de janeiro e abril, foram adquiridas no comércio da cidade de Caicó-RN no início de 2017. Foram lavadas para posterior extração da polpa utilizando um multiprocessador. A massa específica da polpa de goiaba foi determinada com o auxílio de picnômetros nas temperaturas de 10, 20, 30, 40 e 50 °C, na concentração de 9,8 °Brix. Todos os experimentos foram realizados em triplicata e para o cálculo foi utilizado à média dos valores obtidos nos experimentos. Os picnômetros foram previamente calibrados com água destilada em cada temperatura do experimento e as temperaturas foram controladas através do banho termostato e por meio dos termômetros presentes nos próprios picnômetros. O cálculo da massa específica foi realizado através da Equação 1, que estabelece relação entre massa da polpa de goiaba e volume do picnômetro. ρ = m/v (1) na qual, ρ - Massa específica do produto (kg.m-3) v – Volume do picnômetro (m3) m – Massa do produto (kg) Os dados da polpa de goiaba foram analisados estatisticamente através do programa computacional Assistat, versão 7.7 Beta (Silva e Azevedo, 2009).

Resultado e discussão

Tem-se na Tabela 1 os valores experimentais da massa específica da polpa de goiaba nas temperaturas de 10, 20, 30, 40 e 50ºC. Observa-se na Tabela 1 que os valores médios da massa específica variaram de 1060,31 a 1044,48 kg.m-3, entre as temperaturas de 10 a 50ºC, na concentração de 9,8 ºBrix, sendo observada a diminuição significativa dos valores médios da massa específica da polpa de goiaba com o aumento da temperatura. DINIZ et al. (2014) obtiveram valores de massa específica para a polpa de goiaba, com 12,1 ºBrix e temperaturas de 10 a 50ºC, iguais a 1115,92 a 1070,64 kg.m-3. Os mesmos autores verificaram que os valores de massa específica diminuíram com o aumento da temperatura provavelmente devido à expansão volumétrica do fluido causada pela redução da ligação da força intermolecular. Na Tabela 2 têm-se três modelos representados por equações polinomiais propostas para o cálculo da massa específica da polpa da goiaba em função da temperatura e seus respectivos coeficientes de determinações. O modelo que melhor se ajustou aos dados experimentais, considerando o maior coeficiente de determinação, foi o modelo polinomial com quatro termos, com R2 =0,9979. DANTAS JUNIOR et al. (2007), estimando a massa especifica da polpa de manga através das equações linear e quadrática, verificaram que as duas equações podem ser usadas para estimar a massa especifica da polpa de manga espada em função da temperatura. ALVES et al. (2016) estudando o efeito da temperatura em relação a massa especifica do suco de laranja, também propuseram modelos polinomiais para predizer os valores da massa especifica do suco de laranja, e observaram que o modelo que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o modelo polinomial com três termos.







Conclusões

A massa específica da polpa de goiaba variou de 1060,31 a 1044,48 kg.m-3, entre as temperaturas de 10 a 50ºC, sendo observada uma redução significativa da massa específica da polpa de goiaba em relação às temperaturas estudadas nesse trabalho. O modelo polinomial que melhor se ajustou aos dados experimentais foi o modelo polinomial com quatro termos, pois apresentou o maior coeficiente de determinação (R2) de 0,9979. Os outros dois modelos também poderiam ser utilizados, pois apresentaram valores de R2>0,98, também considerando um bom ajuste aos dados experimentais.

Agradecimentos

Ao IFRN/CA pelo o apoio à pesquisa.

Referências

ALVES, M.N.M.; SANTOS, D.A.; MELO, J.C.S.; COSTA, C.H.C.; FEITOSA, R.M. Efeito da temperatura na massa específica do suco da laranja. CBQ 56° Congresso Brasileiro De Química, Belém/PA de 07/10 a 11/10 de 2016.

BOLZAN, T. G.; SOUZA, D. Estudo do comportamento da massa especifica de suco de laranja em função da temperatura e da concentração. XIX Salão de iniciação científica, Livro de resumos. Porto Alegre: UFRGS, 2007. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/57965/Resumo_200701575.pdf?sequence=1 > Acesso em: 01 de junho 2017.

DANTAS JÚNIOR, E. E.; QUEIROZ, A. J. M.; FIGUEIREDO, R. M. F. Determinação e elaboração de modelos de predição da massa específica da manga espada. Revista Educação Agrícola Superior, v.22, n.1,p.39-42, 2007.

DINIZ, R. S.; COIMBRA, J. S.R.; MARTINS, M. A.; SANTOS, M. O. ;DINIZ, M. D. M. S.; SANTOS, E. S.; SANTÁNNA, D. D.; ROCHA, R. A.; OLIVEIRA, E. B. Physical Properties of Red Guava (Psidium guajava L.) Pulp as Affected by Soluble Solids Content and Temperature. International Journal of Food Engineering, v.10, n.3, p. 437–445, 2014.

EGEA, M. B.; REIS, M. H. M.; DANESI, E. D. G. Aplicação de modelos matemáticos preditivos para o cálculo das propriedades termofísicas do palmito pupunha. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v.17, n.2, p.179-187, 2015.
NASCIMENTO, J.M.C.; MOURA, M.F.V.; FONSECA, P.A.Q.; CRUZ, A.M.F.; SOARES, J.C. Determinação do Teor de Ácido Ascórbico pelo Método de Tillmans em Polpas de Frutas. CBQ 53º Congresso Brasileiro De Química, Rio de Janeiro, 14/10 a 18/10 de 2013.


SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. Principal components analysis in the software assistat-statistical attendance. In: WORLD CONGRESS ON COMPUTERS IN AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: Americam Society of Agricultural and Biological Engineers, 2009.

VIEIRA, S. M. J.; COUTO, S. M.; CORRÊA, P. C.; SANTOS, A. E. O.; CECOM, P. R.; SILVA, D. J. P. Características físicas de goiabas (Psidium guajava L.) submetidas a tratamento hidrotérmico. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.12, n.4, p. 408-414, 2008.

Patrocinadores

Capes CNPQ Renner CRQ-V CFQ FAPERGS ADDITIVA SINDIQUIM LF EDITORIAL PERKIN ELMER PRÓ-ANÁLISE AGILENT NETZSCH FLORYBAL PROAMB WATERS UFRGS

Apoio

UNISC ULBRA UPF Instituto Federal Sul Rio Grandense Universidade FEEVALE PUC Universidade Federal de Pelotas UFPEL UFRGS SENAI TANAC FELLINI TURISMO Convention Visitors Bureau

Realização

ABQ ABQ Regional Rio Grande do Sul