SINTESE DE NOVOS IMINOALQUINOS DERIVADOS DA ORTO-NAFTOQUINONA
ISBN 978-85-85905-21-7
Área
Química Orgânica
Autores
Valença, W.O. (UFMG) ; Peixoto, G.G.S.L. (UFMG) ; Júnior, E.N.S. (UFMG) ; Simone, C.A. (USP)
Resumo
No presente trabalho, foram preparados quatro iminoalquinos derivados da 1,2- naftoquinona através de uma reação de substituição nucleofílica bimolecular. Foram empregados como material de partida as anilinas orto-naftoquinoidais correspondentes, DMF como solvente, o sal básico K2CO3 e excesso do brometo de propargila. Os novos aril alquinos foram obtidos com moderados à excelentes rendimentos (50-99%). Estes novos derivados acetilênicos são substratos versáteis que podem ser utilizados em síntese orgânica para a preparação de inúmeras classes de compostos bioativos.
Palavras chaves
1,2-Naftoquinona; Anilina; Iminoalquino
Introdução
As naftoquinonas fazem parte da classe das quinonas, sendo compostos dicetônicos (Ferreira, et al., 2010). Esses compostos estão presentes e podem ser isolados de produtos naturais, como por exemplo, de plantas da família Bignoniaceae, Droseraceae, Boraginaceae, dentre outras (Babula, et al., 2009). Essa classe de substâncias despertou interesse de muitos pesquisadores devido as diversas atividades biológicas apresentadas, como por exemplo, fungicida, bactericida, leshmanicida, anti-T.cruzi, antitumoral, dentre outras (Ferreira, et al., 2010). Modificões estruturais vêm sendo realizada nos substratos naftoquinoidais com a finalidade de obter compostos mais potentes, e uma estratégia interessante é a obtenção de derivados naftoquinônicos acetilênicos. Estes compostos são intermediários versáteis utilizados em síntese orgânica, como por exemplo, na reação de cicloadição 1,3-dipolar (“click chemistry”) (Valença, et al., 2017) e reação de sonogashira (Silva, et al., 2012) gerando produtos com diversas atividades biológicas. O presente trabalho têm como objetivo a síntese de novos iminoalquinos derivados da 1,2-naftoquinona através da reação de substituição nucleofílica entre as anilinas naftouinoidais correspondentes e o brometo propargílico.
Material e métodos
Neste trabalho foram utilizados os solventes: Hexano, acetato de etila, diclorometano, dimetilsulfóxido e dimetilformamida. E os reagentes: sal do ácido- sulfônico-1,2-naftoquinônico, anilina, p-anisidina, p-toluidina, 4-fluor anilina, 4- bromo anilina, 4-iodo anilina, 4-cloro anilina, 4-acetil anilina, brometo propargilico e carbonato de potássio. Os espectros de ressonância magnética nuclear de hidrogênio e carbono (RMN de 1H e 13C) utilizou-se o espectômetro Bruker AVANCE III. As reações foram acompanhadas por CCD de sílica gel (F254 – Merck) e foi utilizado como fase móvel, um sistema de AcOEt: MeOH (9:1). Os compostos foram purificados via cromatografia em coluna, utilizando-se como fase estacionária sílica gel 60 (Merck, 230-400 mesch - Merck) em suspensão com Hexano e a fase móvel um sistema com misturas gradientes de AcOEt e Hexano.
Resultado e discussão
A preparação das anilinas derivadas da 1,2-naftoquinona foi adaptada a literatura
(Hatfield, et al., 2017). A reação foi realizada utilizando o sal 1,2-naftoquinônico
como substrato de partida (1), excesso das anilinas correspondentes, DMSO como
solvente durante 24 h sob agitação magnética. Desta forma, os produtos (2-5) foram
obtidos com rendimentos moderados a excelentes que variaram entre 56 à 93% (Esquema
1).
De posse das anilinas (2-5) foi realizada a síntese dos derivados acetilênicos
naftoquinoidais (6-9). Para esta síntese, utilizou-se como substrato de partida as
anilinas orto-naftoquinoidais correspondentes, DMF como solvente, o sal básico K2CO3
e excesso do brometo de propargila, desta forma foram obtidos os compostos alvo (6-
9) com rendimento moderados á excelentes que variaram entre 50-99% (Esquema 2). As
substâncias obtidas foram caracterizadas por espectroscopia de RMN (1H e 13C), IV e
por cristalografia de raios-X.
Conclusões
Foram preparados quatro novos iminoalquinos derivados da 1,2-naftoquinona com rendimentos moderados a excelentes (50-99%) que foram caracterizados por espectroscopia de RMN (1H e 13C), IV e por cristalografia de raios-X. Estes substratos são versáteis em síntese orgânica para a preparação de inúmeras classes de compostos bioativos.
Agradecimentos
Ao CNPQ, CAPES, FAPEMIG e PRPq-UFMG pela bolsa concedida e financiamento à pesquisa.
Referências
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