Roleta Orgânica, uma Proposta de Jogo para Exercitar Conteúdos: Funções Orgânicas no Ensino Médio

ISBN 978-85-85905-21-7

Área

Química Orgânica

Autores

Monteiro Pontes, A. (IFAM) ; Costa de Araújo, E. (IFAM) ; Lima da Silva, S.H. (IFAM) ; Silva da Silva, S. (IFAM) ; de Araújo Bezerra, J. (IFAM)

Resumo

Nos últimos anos, o uso de Jogos Didáticos como recurso no processo de ensino e aprendizagem tem crescido de modo significativo. O uso dos mesmos no ensino da química é um modo de contextualizar os assuntos e torná-los atrativos aos alunos, já que muitos são os que apresentam um grande desinteresse pela química. Neste artigo será apresentado um jogo didático desenvolvido por alunos de licenciatura em química utilizando materiais simples, de modo que possa ser reproduzido por diversos professores e até mesmo por alunos com o objetivo de ensinar química orgânica, mais especificamente abordar nomenclatura e estrutura dos grupos funcionais hidrocarbonetos, oxigenados e halogênios.

Palavras chaves

Jogos didáticos; ensino-aprendizagem; química orgânica

Introdução

Ainda hoje, quando se trata do Ensino de Química há certa descontextualização entre os conteúdos programáticos com o cotidiano. Algumas metodologias são utilizadas a fim de despertar interesse, como exemplo, a experimentação no Ensino de Química e jogos didáticos (Pazinato, et al., 2012). O uso de jogos didáticos deve servir de estímulo ao interesse dos alunos, como também serve para exercitar e fixar conteúdos (não de memorização de nomes ou fórmulas). Outro fator importante a ser ressaltado, é o baixo custo e a mobilidade que os jogos proporcionam nas aulas, desde que seja elaborado e desempenhado conforme o objetivo proposto (AGUIAR, 2004; CUNHA, 2012). É importante ressaltar, que, tanto a experimentação, quanto para o uso de jogos educacionais são apenas alguns entre os diversos recursos pedagógicos que são utilizados para melhorar o processo de ensino-aprendizagem, pois estimulam e acabam envolvendo a criatividade os alunos devido aos desafios que apresentam, e a vontade de vencer. Essas metodologias são utilizadas como ferramenta para motivar, despertar interesse, fixar conteúdo e em alguns casos avaliar o conhecimento dos alunos, não podendo resolver todos os problemas de aprendizagem (GARCEZ, 2014). De acordo com Lima e colaboradores (2011), quando se cria ou se adapta um jogo ao conteúdo escolar, ocorrerá o desenvolvimento de habilidades que envolvem o indivíduo em todos os aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais. Este artigo ensina a elaborar um jogo didático chamado de “Roleta Orgânica” com o objetivo de auxiliar professores e alunos do Ensino Médio e/ou Médio Técnico Integrado, na disciplina de Química Orgânica, a identificar grupos funcionais e nomenclatura de compostos orgânicos.

Material e métodos

A roleta orgânica possui alguns componentes que devem ser previamente preparados: a roleta e as cartas. Primeiramente foram preparadas 60 cartas com perguntas e respostas divididas em quatro funções (hidrocarbonetos, halogenadas, oxigenadas, nitrogenadas) 15 de cada, as cartas foram impressas e recortadas, formando o baralho. Para confecção da roleta foram utilizados materiais reciclados e de fácil acesso: papelão, papel cartão, bandeja de isopor de pizza, rolo de papelão do papel alumínio, tintas para tecido ou guache nas cores azul, amarelo, verde, vermelho, preto, e branco, pincel, cola e um parafuso grande para girar o centro da roleta. O papelão foi recortado em formato de círculo com 5 cm de diâmetro maior que o círculo da bandeja de isopor. Com um lápis dividiu-se em quatro partes o círculo e pintou-se as casas com suas cores correspondentes as cores das funções orgânicas, hidrocarbonetos (azul), halogenadas (amarela) oxigenadas (vermelha) e nitrogenadas (verde). A bandeja de isopor foi colada no círculo do papelão na parte de trás para adquirir rigidez e posteriormente parafusada no rolo de papelão, ainda no rolo que é o suporte de da roleta, foi colada na direção da roleta uma seta feita de papel cartão e papelão para identificação do grupo funcional. Aplicação do jogo: cada turma foi dividida em grupos de 6 alunos, onde um mediador (professor ou auxiliar) fez as perguntas e foi responsável de contabilizar os pontos. Inicia-se a partida com um aluno representante de cada grupo girando a roleta, a casa que parar indicada pela seta, o mediador pegará uma carta aleatória correspondente ao grupo funcional e fará a pergunta. O jogo permanece até completar três rodadas, o grupo vencedor é o que possuir o maior número de acertos.

Resultado e discussão

Laburú e colaboradores (2003) apontam a necessidade de o docente adotar uma estratégia pluralista, pois, não há verdades pedagógicas únicas aplicáveis a todo e qualquer indivíduo, e quanto mais se variar as estratégias de ensino, maior a chance de atingir mais estudantes em sua sala de aula. Essas variáveis dentro do ensino estimulam o desenvolvimento de habilidades nos alunos de forma eficaz e significativa, de tal forma, que pode-se perceber um progresso na turma (que se) adaptou-se bem a metodologia de fixação e exercício de conteúdos e apesar da aprendizagem ser muito relativa (pois cada pessoa associa o assunto de uma forma particular e diferente e tem preferências em relação às metodologias de aprendizagem), de um modo geral, os alunos interagiram bem e conseguiram absorver bem os comandos do jogo, apesar da maioria nunca terem tido contato com um jogo didático antes, o jogo foi bem aceito e conseguiu cativar a atenção e estimular os mesmos (GARCEZ, 2014). Inicialmente notou-se que os alunos possuíam certa dificuldade em associar a pergunta contida na carta com o assunto que já havia visto/assimilado, e no decorrer do jogo houve uma melhora conforme as perguntas eram explicadas; quanto à avaliação, foram feitos questionários com quatro questões abertas sobre a clareza das perguntas, utilidade e aceitação do jogo; e pode-se observar um progresso no desempenho dos alunos, houve um envolvimento de todos os participantes, um ajudava ao outro, havendo então uma grande troca de conhecimentos onde todos saíram ganhando, e essa troca de conhecimentos, esses conhecimentos postos em prática reflete diretamente na qualidade de ensino além de desenvolver habilidades eficazes para processar as informações, organizá-las e utilizá-las de maneira coesa e coerente (MOREIRA, 2015).

Conclusões

A aplicação da Roleta Orgânica como alternativa de jogo didático, na turma de ensino médio com a proposta de auxílio no ensino/aprendizagem, foi produtiva considerando o jogo educativo como forma de promover o interesse próprio dos alunos, sua interação com a turma e com o professor. Assim, foi possível o desenvolvimento dos indivíduos nos aspectos: cognitivos, emocionais e relacionais conforme enfatiza os autores citados. O dinamismo do jogo colaborou para melhor fixação de conteúdo pois motivou a aprendizagem de química orgânica diante do caráter lúdico da metodologia aplicada.

Agradecimentos

Ao Instituto Federal do Amazonas- IFAM e a todos os professores pelos muitos valiosos ensinos; à ABQ por promover eventos como o CBQ, pelo espaço para apresentação do

Referências

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