ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Produtos Naturais
Autores
Pina da Silva, K. (UFPA) ; Rodrigues dos Santos, J.C. (UFPA) ; Teixeira dos Santos, I. (UFPA) ; de Moreira Souza, C. (UFPA) ; Carvalho de Souza, E. (UFRA) ; da Costa Barbosa, I.C. (UFRA) ; dos Santos Silva, A. (UFPA)
Resumo
O orégano apresenta propriedades terapêuticas no combate à distúrbios gastrointestinais e redução dos níveis de colesterol e glicose no sangue. O presente trabalho analisou alguns parâmetros físico-químicos de chá de oregano (densidade do pó e do chá, pH, condutividade elétrica e teor de extrativos). Foram adquiridas três marcas diferentes de pó de orégano, comercializadas em Belém-PA. Os resultados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) seguida de teste de Tukey e análise de componentes principais (PCA). As amostras se mostram diferentes conforme sua origem.
Palavras chaves
chá medicinal; análise multivariada; plantas
Introdução
O chá é uma das bebidas mais consumidas e antiga do mundo, sendo os primeiros relatos do seu uso datadas no século 27 a.C. Os chás tem chamado muito a atenção nos últimos tempos por apresentarem propriedades biológicas importantes como a ação antioxidante, que combate os radicais livres, e por esse e outros motivos são largamente consumido pela população brasileira (MORAIS et al. 2009). O orégano (Oreganum vulgare) pertencente à família Lamiaceae, o gênero Oreganum é uma das mais conhecidas por suas propriedades terapêuticas muito utilizada pela medicina tradicional, tem sido também amplamente utilizado nas indústrias agrícolas, farmacêuticas e de cosméticos. É muito conhecida como uma erva culinária e utilizada como substância aromática em produtos alimentares, bebidas alcoólicas e perfumaria. Na Turquia o uso do chá de orégano é bastante utilizado no combate a distúrbios gastrointestinais e na redução dos níveis de colesterol e glicose no sangue (COQUEIRO et al., 2012). Diante do vasto benefício que essa erva já apresenta, este trabalho tem como objetivo avaliar características físico-químicas do chá de orégano comercializado na cidade de Belém-PA e buscar distinguir as amostras provenientes de três fábricas distintas via emprego de análi de componentes principais (PCA).
Material e métodos
Este trabalho foi desenvolvido no laboratório de Físico-Química da Faculdade de Farmácia da UFPA. As amostras de orégano foram adquiridas de três marcas distintas, na forma de sachês de 10 g, dentro do prazo de validade e disponíveis nas redes de supermercados de Belém do Pará, no mês de janeiro em 2016. As amostras foram codificadas como A, B e C, conforme a empresa produtora. Os chás foram preparados conforme orientações do produto: 1 sachê de 1 g introduzido em 100 mL de água destilada fervente. Após esfriar os chás, foram realizados a determinação de pH, feita com pHmetro digital, previamente calibrado; condutividade elétrica, utilizando um condutivímetro previamente calibrado; determinação das densidades do orégano em pó e do chá, que foram feitas pela pesagem da massa em proveta de 10 mL; teor extrativo, executado se transferindo 20 mL de chá para caçarola previamente tarada e levada em seguida para estufa a 105º C até completa secura. Todos os testes foram feitos em triplicata e seguiram as normas do Instituto Adolfo Lutz (2008) e a Farmacopeia Brasileira (2005). Os resultados foram expressos em termos de médias e de seus desvios padrões e também foram aplicadas análise de variância (ANOVA) seguida de teste de Tukey para verificar as semelhanças dos valores dos parâmetros entre as três marcas estudadas e depois análise de componentes principais (PCA) para a distinção entre marcas, utilizando o programa MINITAB 16.
Resultado e discussão
Os resultados obtidos estão expressos na Tabela 1. Silva et al (2008), em estudo com chá de hortelã obteve pH entre 5,52 e 5,51, valores que se aproximam dos valores encontrados neste estudo. A condutividade elétrica obtida demonstrou-se próxima dos valores encontrados por Santos et al (2015) com chá de folha de canela com médias de 0,12 a 0,74 mS/cm. Os valores encontrados para densidade assemelham-se aos obtidos por Santos et al (2015) e Silva et al (2008), de 0,97 e 0,99 kg/m3; 0,99 kg/m3, respectivamente. Não foram encontrados valores na literatura para o parâmetro de teor de resíduo seco e densidade do pó do orégano, contudo os valores médios variaram respectivamente 42,458% e 51,041 e 0,144 e 0,119 g/mL.
Letras iguais significa não haver diferença através do teste de ANOVA e Tukey (p<0,05).
Conclusões
Os resultados alcançados serviram para diminuir a lacuna existente na literatura sobre parâmetros físico-químicos do chá de orégano. Os valores do pH, densidade do chá e condutividade elétrica se assemelham ao encontrado através dos estudos de outros chás, contudo não foram encontrados valores na literatura do teor de resíduo seco e densidade do pó.
Agradecimentos
A UFPA e a UFRA
Referências
COQUEIRO, D. P.; BUENO, P. C. S.; GUIGUER, E. L.. Efeitos do chá de orégano (Origanum vulgare) no perfil bioquímico de ratos Wistar. Scientia medica. Porto Alegre, 2012; vol. 22, n. 4, p. 191-196.
FARMACOPEIA brasileira. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 3ed. São Paulo: v.1; 3. ed. São Paulo: IMESP, 1985.
MORAIS, S. M.; CAVALCANTI, E. S. B.; COSTA, S. M. O.; AGUIAR, L. A.. Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. Ver. Bras. de Farmacognosia Brazilian Journal of Pharmacognosy. Fortaleza, 2009; vol. 19, n.1B, p. 315-320.
SANTOS, K. K. dos; COSTA, S. P.; BARBOSA, J.; BARBOSA, I. C.C.; SOUZA, E. C..Estudo Físico Químico e Quimiométrico de Chás de Folhas de Canela. In: 55º Congresso Brasileiro de Química, Goiânia- Goiás, 2015
SILVA, P. M. M.; PINHEIRO, D. S.; BARBOSA, I.C. da C.;SOUZA, E. C.. Caracterização Físico-Química e Quimiométrica de Chá de Hortelã (Mentha), Comercializados em Belém do Pará. In: 55º Congresso Brasileiro de Química, Goiânia- Goiás, 2015.
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