Contextualização no ensino de química orgânica através de uma feira de química: polímeros artificiais, reações que os envolve e sustentabilidade ambiental.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Mesquita Silva, I.F. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Dionizio Moraes Neto, M. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Nascimento Novais, J. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Rodrigues da Silva, S. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Diniz Pinheiro, G. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Castro Cavalcante, K. (IFMA, CAMPUS CODÓ) ; Francisco Damasceno, O. (IFMA, CAMPUS CODÓ)

Resumo

Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de uma feira de química com uma turma de terceiro ano do ensino médio do IFMA Campus Codó, e teve como temática os últimos capítulos do livro didático: reações de adição e condensação de polímeros sintéticos, acrescentando-se nesta a sustentabilidade ambiental, para promover a reflexão sobre impactos ambientais causados pelos polímeros. O evento apresentou tanto sucesso que serviu como avaliação e suspendeu a prova escrita que seria aplicada posteriormente.

Palavras chaves

Contextualização; polímeros; feira de química

Introdução

As feiras de ciências realizadas no ambiente escolar contribuem significativamente para o ensino-aprendizagem, sendo portanto uma estratégia de ensino, fazendo com que os alunos se envolvam em uma investigação científica, complementando o ensino formal, que além de expor seus trabalhos, possibilita a troca de informações com a comunidade (PEREIRA, 2000). Diferentemente de uma prova escrita, as feiras de ciências estimulam o trabalho em grupo, possibilitam ao aluno, uma visão mais ampla e contextualizada dos assuntos visto no livro didático, proporcionando um crescimento social, cultural e científico, além de que, a aprendizagem pode ser vista qualitativamente, sem a necessidade do tradicional método de avaliação (PEREIRA, 2000). De acordo com este pressuposto, este trabalho, realizado com uma turma de terceiro ano do ensino médio, visa contextualizar o assunto de polímeros artificiais e as reações de adição e condensação que os envolvem, para que através desta eles possam ter a possibilidade de compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos, relacionando a teoria com a prática (BRASIL, 1996), além da conscientização ambiental a respeito destes, em que os alunos sejam capazes de demonstrar e explicar experimentalmente reações com polímeros, expor polímeros que fazem parte do cotidiano e confeccionar objetos feitos de materiais reaproveitáveis, incentivando a sustentabilidade ambiental.

Material e métodos

A feira aconteceu em novembro de 2015, na própria sala da turma, no IFMA Campus Codó, foi aberta a comunidade escolar e funcionou apenas no turno matutino. A turma de terceiro ano do ensino médio, do curso de informática, foi dividida em seis grupos, um destes sobre reciclagem e reaproveitamento de polímeros, o restante com vinte e dois polímeros divididos entre os outros cinco grupos. A turma teve um mês para se preparar, eles tinham como missão procurar experimentos que envolvessem polímeros artificiais, trazer amostras dos polímeros e explicar as reações para a produção dos polímeros sintéticos em cartazes. A nota seria dada pelo professor responsável pela turma, e este ainda não havia decidido se iria aplicar ou não uma prova escrita após a feira. Nós, graduandos, tivemos o compromisso de acompanhá-los nesse processo, orientando e ajudando com os experimentos.

Resultado e discussão

Todos os grupos que falariam das reações dos polímeros trouxeram cartazes mostrando as reações e amostras de materiais feitos de polímeros. Como nem todos os vinte e dois polímeros foi possível de se trazer por conta do difícil acesso a estes, os alunos trouxeram fotos. Dois grupos fizeram experimentos, um usando acetona e isopor (derreteram isopor) e outro fizeram um polímero conhecido: a “geleca”, com matérias de baixo custo. Outro grupo fez o uso da tecnologia, usando um aplicativo para mostrar diferentes tipos de polímeros. O grupo de reciclagem mostrou o significado dos números que vem nos plásticos para a reciclagem, confeccionou alguns utensílios domésticos usando garrafas pets, como por exemplo uma vassoura. Fizeram também bancos e mesas com pneus de carro, estes ficaram espalhados pela sala como decoração, além de fazerem a conscientização da comunidade, incentivando a sustentabilidade ambiental. Colocar sustentabilidade como uma das temáticas numa feira que tem como tema principal polímeros artificiais foi de fundamental importância pois o papel dos professores é fundamental para motivar as transformações de uma educação que assume um compromisso com a formação de valores de sustentabilidade, como parte de um processo coletivo (JACOBI, 2003). A avaliação do trabalho desenvolvido pela turma foi feita pelo professor responsável, que achou desnecessário a posterior aplicação da prova escrita devido ao bom rendimento da turma, rendimento este visto qualitativamente, mas foi expresso quantitativamente em suas notas e todos receberam nota dez.

Conclusões

Neste trabalho pode-se perceber que a feira de química com certeza foi mais interessante que uma aula expositiva de polímeros artificiais, visto que não é um assunto de fácil assimilação para os alunos do médio, pois envolve muitas reações de adição e condensação. Percebeu-se que houve uma mobilização da turma para a realização do projeto e que a feira auxiliou na assimilação do conteúdo, e a aprendizagem pode ser vista significativamente em suas falas durantes as exposições, além da contextualização, pois os polímeros fazem parte da nossa vida, e compõe muitos materiais que nos rodeiam.

Agradecimentos

Referências

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Portal da Legislação. Brasília, dez. 1996. Extraído de: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acessado em 16.07.2016

JACOBI, Pedro. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, março/2003

PEREIRA, A. B.; OAIGEN, E.R.; HENNIG.G. Feiras de Ciências. Canoas: Ulbra,2000.

Patrocinadores

CAPES CNPQ FAPESPA

Apoio

IF PARÁ UFPA UEPA CRQ 6ª Região INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SEBRAE PARÁ MUSEU PARAENSE EMILIO GOELDI

Realização

ABQ ABQ Pará