ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Karen Vasconcelos Varela da Silva, N. (CNX) ; Pereira Fadul, J. (CNX) ; Negrão Silva, B. (CNX) ; Borges dos Santos Neto, I. (CNX)
Resumo
Este estudo realizado na Escola Conexão Aquarela visa fazer uma reflexão sobre o olhar dos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem no que tange a disciplina de química nessa Instituição, pautando-se no que os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio orientam como proposta para o trabalho com a componente Química. A metodologia empregada foi a de entrevista com professores, coordenadores e orientação pedagógica da Escola que relacionou os conteúdos de ciências/química em concordância com os Parâmetros Curriculares Nacionais e suas vivências pedagógicas. Sendo assim, os discentes atribuíram significados relevantes às teorias abordadas em classe, reconhecendo-as e aplicando-as a matérias-primas coletadas em seu espaço diário, o que, com certeza, enriqueceu seu aprendizado.
Palavras chaves
ensino; contextualização; química
Introdução
Na última década, a contextualização se tornou pauta de estudos, seminários e rodas de conversas entre professores. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio de 1999 ratificaram a relevância da contextualização, além de colocá-la ainda mais em evidência no ambiente educacional. Todavia, apesar de tão propalada notoriedade, a comunidade escolar que abrange o meio docente e o corpo-técnico pedagógico ainda não encontrou o caminho para efetivá-la de forma significativa, talvez pela compreensão distorcida da sua aplicação nas aulas. De acordo com Cruz (1995) todos os profissionais ligados ao ensino de química – professores, coordenadores, autores – sabem que o curso deve ser estruturado com aulas teóricas e aulas práticas de laboratório. Entretanto, na maioria das escolas de Ensino Médio não é o que se pratica. Por várias razões, o curso fica restrito às aulas teóricas; ou a escola não tem laboratórios, ou ele está desativado, incompleto, ou falta financiamento para a aquisição de reagentes, entre outros fatores que impossibilitam a execução das práticas educacionais. É nesse contexto que se visa inserir no ensino de química, a proposta da contextualização a qual, supostamente, estreita a relação entre o saber científico e o saber empírico do aluno, tendo como alicerce o seu cotidiano. Entretanto, tal ação ainda não se efetivou já que uma parcela considerável e surpreendente dos discentes tem um conceito errado sobre química. Observa-se que os alunos sentem aversão e não conseguem enxergar a presença dessa componente em suas vidas. Sendo assim este trabalho objetiva expor a concepção dos envolvidos na parte pedagógica para que tais opiniões sejam confrontadas em busca de uma reflexão sobre os métodos de ensino-aprendizagem praticados atualmente em química.
Material e métodos
Para desenvolver nosso trabalho foram realizadas entrevistas com os dois professores de Química, coordenação e orientação pedagógica da Escola Conexão Aquarela, com perguntas direcionadas aos seus pontos de vista com relação ao porquê de a química ser inserida no 9º ano do Ensino Fundamental II e se havia obrigatoriedade em realizar experimentos após os conteúdos; juntamente a uma pesquisa bibliográfica com o intuito de obter o entendimento sobre as leis educacionais vigentes no país.
Resultado e discussão
Com relação às entrevistas orais obtivemos as seguintes falas quando
indagadas a respeito do ensino de Química acontecer somente a partir do 9º
ano do Ensino Fundamental II:
“A gente só trabalha ciências até o 9º ano, só que pela dificuldade que
encontramos nos alunos do 1º, a escola resolveu inserir a matéria a partir
do 9º, na verdade não são todas as escolas que possuem a química inserida no
9º ano tanto é que no boletim dos alunos só se encontra ciências em vez de
química, física e biologia, porque na grade curricular do Brasil não possui
essa divisão. Tudo isso ocorre pela complexidade que na verdade pode ser uma
questão de maturidade ou talvez de um caráter cognitivo que os alunos não
possuem, o que afeta o entendimento da matéria em questão” – coordenação e
orientação pedagógica.
A seguir temos as entrevistas com os professores, que explicam por que a
química não precisa envolver somente experimentos:
“A química é o estudo da matéria e suas transformações. Então ela precisa
ter uma base teórica para poder passar para uma parte prática, senão não vai
haver uma devida ligação com a prática” – professor 1.
E sobre a obrigatoriedade da realização de experimentos após o conteúdo como
forma de contextualização.
“Obrigatoriedade digamos que não, porque na verdade a parte experimental
tem duas vias. A experiência só prende a atenção do aluno até o momento que
é novidade. E quando se tornar frequente, será que vai prender o aluno do
mesmo jeito? Então em relação aos experimentos eu acho bem complicado de
trabalhar. É viável? Lógico que é. Porque uma parte dos alunos aprende com
ele. Querendo ou não o visual sempre atrai mais. Mas existem alunos que nem
com o visual entendem o conteúdo” – professor 2.
Conclusões
É importante que seja readaptado o pensamento dos professores e alunos aos novos conceitos propostos pelos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio. Sendo assim, reverter-se-á a concepção de que a química não tem significado para a vida. É por isso que este estudo procura contribuir para modificar esse quadro, o qual se estrutura destacando a problemática da ausência de aulas contextualizadas. Por conseguinte, uma possível solução por meio da reformulação da metodologia adotada pelos professores nas aulas de química.
Agradecimentos
Referências
ALMEIDA, Paulo Gontijo Veloso de. Química Geral: práticas fundamentais. Editora: UFV – Viçosa, MG – 2011.
CRUZ, Roque. Experimentos de química em microescala. Editora: Scipione, São Paulo – 1995).
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.