ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Adeilson Mourão Cabral, F. (SEDUC) ; de Souza Gloria, A. (UEA) ; de Souza Sequeira, D. (UEA) ; Atos Mesquita, G. (UEA) ; da Silva Muniz, K. (UEA) ; Melo Brasil, T. (UEA) ; Campelo de Assis Junior, P. (UEA) ; Coelho Cardoso, T. (UEA) ; Oliveira das Chagas, H. (UEA)
Resumo
A falta de motivação é a principal causa do desinteresse dos alunos, que sempre acarretada pela metodologia utilizada pelo professor ao repassar os conteúdos. Para despertar o interesse do aluno para a aprendizagem é necessário o uso de uma linguagem atraente, capaz de aproxima-lo o máximo possível da realidade, transformando conteúdos em vivências. Para a maioria dos alunos, a Física é vista como uma disciplina fora de seu contexto social e até mesmo considerada uma derivação da Matemática, predominando apenas o uso de equações, sem nenhum encantamento ou motivação. Diante dessas situações, este trabalho propõe a utilização de métodos lúdicos como estratégia para o ensino de Física, mais especificamente o jogo de tabuleiro.
Palavras chaves
LUDICO; ENSINO FUNDAMENTAL; JOGO DE TABULEIRO
Introdução
Mesmo diante de tantas ferramentas inovadoras no campo da educação, tais como: a introdução da informática, o uso de multimídias, a interação via internet, etc., por sua vez tão importantes e em ascendência hoje, o professor ainda encontra muitas dificuldades em sala de aula, principalmente no que diz respeito à motivação dos alunos para a aprendizagem. Desta maneira não há como negar a importância dos jogos para o desenvolvimento do aluno (envolvendo os aspectos cognitivo, afetivo, físico‐motor e moral) bem como os jogos educativos como ferramenta pedagógica para o processo. Segundo Piaget (1996), a epistemologia genética aponta o desenvolvimento cognitivo que se dá pela passagem de um processo espontâneo relacionado com o processo de embriogênese em relação ao desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso e das funções mentais. O desenvolvimento é marcado pela interação da formação dos conhecimentos entre o sujeito e o meio. No desenvolvimento afetivo, a criança interage com o meio e com o grupo, promovendo a construção da sua identidade e personalidade. Ainda de acordo com o autor, o jogo assume importante papel nos intercâmbios afetivos, envolvendo a criança com seus pares e também com adultos significativos (pais e professores). Portanto, o jogo é uma ‘janela’ da vida emocional das crianças (FRIEDMANN, 2001). Sabemos que uma aula mais dinâmica e elaborada requer também mais trabalho por parte do professor; por outro lado, o retorno pode ser bastante significativo, de qualidade e gratificante quando o docente se dispõe a criar novas maneiras de ensinar, deixando de lado a mesmice das aulas rotineiras. Lembrando que os conteúdos de física na disciplina de ciências do 9° ano é, para a maioria dos alunos, é uma matéria confusa e inacessível.
Material e métodos
Um dos grandes perigos na elaboração de jogos é apresentar para os jogadores uma coleção de enigmas sem nenhuma ligação, tornando o jogo desinteressante. A Física é uma ciência bem subjetiva, o que já causa uma dificuldade maior de aprendizado, ao tentar abordar conteúdos em jogos e estes conteúdos estão completamente desconexos, o jogo falhará nos seus objetivos. O lúdico é normalmente utilizado porque decorre dele o prazer e, por esta razão, é bem recebido pelas crianças, jovens e, em geral, pelos próprios adultos. Por exemplo, ao envolver as Leis de Newton em um jogo de tabuleiro, criamos um ambiente favorável para a aprendizagem dos conceitos, pois causa a sensação de se estar em oposição a uma situação formal do ensino. A sensação de prazer, alegria e tensão colaboram para o processo educacional porque coloca o aluno em situação de potencial receptividade, pois se ele faz o que gosta, há pouca dispersão e concentrado, ele compreende melhor os conteúdos. É importante destacar que a atividade aqui proposta não deve substituir à aula expositiva e sim complementar a transmissão teórica do conteúdo, proporcionando ao aluno melhor compreensão sobre as Leis de Newton. Antes de iniciar o jogo, deve-se aplicar o pré-teste.O material utilizado para esse jogo consiste de 1 tabuleiro; 1 dado; 5 pinos em cores diferentes; Placa- equipe; 35 cartas, sendo 20 cartas-pergunta, 10 cartas de atitudes positivas e 05 cartas de atitudes negativas e Cédulas. A turma pode ser dividida em grupos de 6 (seis) alunos, sendo 5 (cinco) jogadores e 1 (um) mediador, que vamos chamar de juiz, esse terá também a função de banco, para emprestar cédulas. Se preferir o professor poderá dividir a turma a seu critério. Cada grupo deverá receber uma placa-equipe que irá lhes identificar.
Resultado e discussão
Das discussões iniciais precedentes, fica claro que a forma como os
conteúdos de Física são freqüentemente apresentados e trabalhados nas
escolas limitam as possibilidades do aluno alcançar uma aprendizagem
satisfatória, o que acaba gerando um desinteresse sistemático pela Física.
Jogos educacionais são elaborados para motivar os alunos. Desta forma,
aumentam-se as chances dos alunos aprenderem os conceitos, os conteúdos ou
as habilidades embutidas no jogo.
No que diz respeito à Física do 9° ano, os jogos apresentam grande potencial
para despertar o interesse dos alunos pelos conteúdos (Figura 1),
principalmente porque esse tabuleiro abordou o conteúdo Leis de Newton
dentro de um ambiente lúdico, propiciando uma melhor aprendizagem, que
geralmente são expositivas, tornando o ambiente um espaço de anticriação,
impedindo uma maior participação dos alunos nas aulas.
Para verificar a eficiência do tabuleiro, após aplicação do jogo foi
distribuído um questionário contendo 05 (cinco) perguntas. 1) pergunta:
Gostaram do jogo de Tabuleiro (sim ou não). 2) pergunta: Você acredita que o
jogo de tabuleiro promoveu entendimento e construção do conhecimento (sim ou
não). 3) pergunta: A forma que o jogo foi apresentado, chamou sua atenção
(sim ou não). 4) pergunta: Após o jogo você se interessou pelo conteúdo Leis
de Newton (sim ou não). 5) pergunta: O conteúdo Leis de Newton ficou mais
claro depois do jogo (sim ou não).
O teste foi realizado com 23 alunos do 9º ano 1 e 29 alunos 9° ano 2 do
ensino fundamental. O gráfico 1 mostram o resultado da turma do 9º ano 1 e o
gráfico 2 mostram o resultado da turma do 9º ano 2. Os resultados afirmam a
importância da aplicação dos jogos educativos como um auxiliador no processo
de ensino e aprendizagem no ensino fundamental.
Conclusões
A elaboração de um jogo de tabuleiro para o ensino das “Leis de Newton” não foi uma experiência difícil, ainda que tenha sido necessária dedicação, tempo e pesquisa, principalmente para a escolha dos conteúdos para expor nas cartas e nas casas do tabuleiro. Portanto, neste trabalho foi possível perceber a importância desse recurso para serem utilizados em sala de aula no ensino fundamental. Partindo do pressuposto que os jogos não são somente voltados para o divertimento e como passa tempo, mas sim, como uma ferramenta auxiliadora para a aprendizagem e o desenvolvimento como um todo.
Agradecimentos
Referências
ABERASTURY, A. A criança e seus jogos. Tradução de Marialzira Perestrello. Porto Alegre, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. v.1. Brasília: MEC/SEF, 2008.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Rio de Janeiro: DP&A, 2012 .
CAMPOS, M, L. A produção de jogos didáticos para o ensino de ciências e biologia: uma proposta para favorecer a aprendizagem. 2003. http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/aproducaodejogos.pdf, acesso em: 21/07/2016.
FRIEDMANN, A. Brincar: crescer e aprender, o resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 2001.
LANGHI, Rodolfo; NARDI, Roberto. Ensino da astronomia no Brasil: educação formal, informal, não formal e divulgação científica. Rev. Bras. Ensino Fís. [online]. vol.31, n.4, pp. 4402-4412, 2009,.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1996