ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Queiroz, B. (IFRN) ; Bezerra, D. (IFRN)
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os desafios e possibilidades encontradas no ensino de química, durante o exercício docente de 20 bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) na Licenciatura em Química do Instituto Federal do Rio Grande do Norte – Campus Ipanguaçu. A partir de uma abordagem qualitativa de pesquisa, realizamos entrevistas com os bolsistas onde eles puderam explicitar, dentre outras questões, os desafios e as conquistas durante a participação e atuação dentro do programa. Obtivemos resultados pertinentes ao ensino de química, a análise dos relatos aponta para a importância do PIBID na formação dos licenciandos. Identificou-se, portanto, que o programa fomenta essa busca por novas possibilidades na educação básica.
Palavras chaves
PIBID; Formação-de-Professores; Química
Introdução
Quando foi decido escrever esse trabalho, pensou-se primeiramente na contribuição em que ele poderia trazer para a formação inicial de professores de química. Segundo Silva e Schnetzler (2011, p. 120), nesse modelo de formação, “é dada pouca, ou nenhuma atenção aos aspectos sobre o que, como e por que ensinar Química na educação básica”, pois este é estruturado a partir de modelos pedagógicos dissociados do conteúdo químico. O PIBID vem fomentando o interesse de estudantes de licenciatura, despertando em cada um a perspicácia e engenhosidade no exercício docente. Segundo Braibante e Wollmann (2012, p. 167), “O PIBID vem se consolidando como uma das mais importantes iniciativas do país no que diz respeito à formação inicial de professores” Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola (CAPES, 2016). De acordo com a Portaria nº 260, de 30 de dezembro de 2010, é destacado o principal objetivo do programa, como: incentivar a formação de docentes em nível superior para a educação básica e elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração. As discussões e reflexões acerca da formação inicial de professores de química têm relevância quando essas permitem a busca de novas orientações no processo ensino-aprendizagem, uma vez que aponta também para a urgência em se pensar nesse processo. Neste sentido, este trabalho tem por objetivo principal refletir as tramas da formação inicial de professores no que tange os desafios e possibilidades a partir do PIBID.
Material e métodos
Foi utilizado um método qualitativo para a obtenção dos dados nessa pesquisa. Um questionário com 4 perguntas enxutas. As perguntas feitas aos 20 bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, foram (Qual foi a maior dificuldade já encontrada durante toda a sua participação no programa?; qual foi a sua maior contribuição para o processo ensino-aprendizagem na sala de aula?; quais as novas possibilidades encontradas por você no ensino de química de acordo com seu ponto de vista e vivência dentro do programa?; o PIBID teve muita relevância dentro da sua formação docente?). Para Gil-Pérez e Carvalho (1995), o professor precisa romper com visões simplistas sobre o ensino de ciências, conhecer a matéria a ser ensinada, questionar as ideias docentes de senso comum sobre o ensino e a aprendizagem das ciências e adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem dessa disciplina, além de saber analisar criticamente o ensino tradicional, dirigir o trabalho dos alunos e saber avaliar.
Resultado e discussão
Apresentamos os resultados de uma pesquisa que visou identificar os desafios
e possibilidade a partir do PIBID. Na primeira pergunta feita pelos 20
bolsistas (Qual foi a maior dificuldade já encontrada durante toda a sua
participação no programa?), 93% dos bolsistas do PIBID apontaram o
nervosismo como a maior dificuldade durante toda a participação no programa.
Na segunda pergunta (Qual foi a sua maior contribuição para o processo
ensino-aprendizagem na sala de aula?), 74% dos bolsistas relatou que o que
marcou o exercício docente deles foi perceber alunos considerados os mais
desinteressados da sala conseguirem assimilar o conteúdo ministrado. Isso
sem dúvida, reafirma o grande papel do PIBID na formação inicial de
professores de química. A penúltima pergunta é bastante pertinente para o
ensino de química no que se refere às inovações experimentais num contexto
carente de recursos. A pergunta foi: (Quais as novas possibilidades
encontradas por você no ensino de química de acordo com seu ponto de vista e
vivência dentro do programa?). Percebeu-se que 91% relatou que a utilização
de materiais reaproveitáveis, possibilita realizar diversos experimentos
alternativos, que abrange todo o pilar da química. Afirmaram ainda acreditar
que é uma alternativa valiosa principalmente para as escolas com
pouquíssimos recursos em seus laboratórios de ciências. E encerramos o
questionário com a seguinte pergunta: (O PIBID teve muita relevância dentro
da sua formação docente?). Bom, mais uma vez, analisando os questionários,
identificamos que 100% dos bolsistas relatou que sim, sem dúvidas, O PIBID
fomenta a formação inicial dos professores, dando-lhes subsídios importantes
no processo ensino-aprendizagem.
Figura 1: Opinião dos bolsistas, após questionário, sobre contribuições do PIBID, seus desafios e possibilidade no ensino de Química.
Conclusões
Com essa pesquisa, conclui-se que o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) possibilita a melhoria na formação inicial de professores de Química, despertando em cada bolsista um senso pesquisador que busca inovações e novas possibilidades durante a regência das suas aulas. Os desafios e contribuições durante a participação no PIBID relatados aqui, deixa evidenciado que a formação inicial dos licenciandos vêm melhorando cada vez mais. Por fim, reafirmamos a importância do programa para o país.
Agradecimentos
À CAPES pelo financiamento do PIBID, ao Instituto Federal do Rio Grande do Norte e ao 56º Congresso Brasileiro de Química pela oportunidade de participar deste evento
Referências
STANZANI, E. L.; BROIETTI, F. C. D.; PASSOS, M. M. As Contribuições do PIBID ao Processo de Formação Inicial de Professores de Química. Química Nova na Escola. Paraná. 2012.
BRAIBANTE, M. E. F.; WOLLMANN, E. M. A Influência do PIBID na Formação dos Acadêmicos de Química Licenciatura da UFSM. Química Nova na Escola. Rio Grande do Sul. 2012
FELÍCIO, H. M. S. Os Desafios e as Conquistas na Formação de Professores Vivenciados Pela Coordenação de Área No PIBID/UNIFAL-MG. Química Nova na Escola. São Paulo. 2012.