ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
Neves, P.A. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Mendes, S.R. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Silva, T.M. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Santos, D.L.F. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Carvalho, F.C.T. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Pombo, M.D. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Pessoa, K.R.C. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Calvacante, D.S. (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAPÁ) ; Oliveira, R.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE) ; Marais, S.S.S. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)
Resumo
O artigo relata a experiência dos bolsistas do PIBID do curso de Licenciatura em Química na UEAP que atuaram na Escola Estadual Jesus de Nazaré no 3° ano do ensino médio com a aplicação de uma oficina que teve como objetivo desenvolver uma atividade experimental de reação de saponificação a partir da reutilização do óleo de cozinha. Para a coleta de dados, antes da oficina, utilizou-se um questionário de cunho investigativo a respeito da temática, onde obteve-se que 100% dos alunos utilizam óleo de cozinha diariamente, porém 82% deles não sabiam a maneira correta de descarte desse resíduo e 18% não souberam responder a pergunta . Desta maneira, a atividade experimental proporcionou a aprendizagem de conceitos científicos e alternativas de reaproveitamento do óleo de cozinha.
Palavras chaves
Educação Básica; Experimentação; Saponificação
Introdução
A buscar por novos métodos de ensino que venham facilitar o processo de ensino-aprendizagem, é visto com primazia por muitos estudioso em educação Química, de acordo com Silva (2011) para ensinar esta matéria, o professor deve fazer uma reflexão sobre o que ensinar e como ensinar Uma das principais vertentes abordadas e discutidas tem sido a utilização da experimentação como estratégia de ensino (GIANI, 2001). Sendo assim, a experimentação busca desenvolver a criatividade e indução, para Freire (1996) não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impaciente diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. De acordo com os PCN’s em Química as atividades experimentais merecem destaque no ensino, Brasil (1999): Qualquer que seja o tipo, essas atividades devem possibilitar o exercício da observação, da formulação de indagações e estratégias para respondê-las, como a seleção de matérias, instrumentos e procedimentos adequados, da escolha do espaço físico e das condições de trabalho seguras, da análise e sistematização de dados (BRASIL, 1999, p. 108). Defendendo a importância da experimentação, os bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência- PIBID da Universidade do Estado do Amapá, elaboraram uma oficina temática que teve como objetivo desenvolver uma atividade experimental de saponificação e destacar a importância da reutilização do óleo de cozinha decorrente de fritura, dando como uma alternativa a produção de sabão. Assim, proporcionando um ambiente favorável para que o estudante desenvolva um censo crítico a respeito dos impactos ambientais gerados por esses resíduos, visto que o óleo residual é descartado no meio ambiente de forma incorreta.
Material e métodos
A oficina temática foi realizada na Escola Estadual Jesus de Nazaré, localizada: Avenida Princesa Isabel Nº: 255, Bairro: Jesus de Nazaré, Cidade: Macapá-AP, tendo como público alvo 33 alunos que cursavam o 3º ano do ensino médio. Para a execução das atividades que envolviam a temática em questão, utilizaram-se os seguintes materiais: Hidróxido de sódio, óleo de cozinha, amaciante, balde de plástico, esponja de lavar louça, prato de plástico, bacia de plástico, forma de pão e cabo de vassoura de madeira, recarga de pincel para quadro branco, luvas, óculos e máscara de TNT, notebook, data show e caixa de som portátil, beckeres de vidro de 200 mL e de 50 mL, balança digital e espátula metálica. A coleta de dados deu-se com a entrega de um questionário padrão com perguntas abertas e fechadas aos alunos, este investigava assuntos referentes a utilização do óleo de cozinha em seu cotidiano e quantidade de óleo utilizado, o questionário buscou conhecer como seriam feito o descarte dos resíduos e se os alunos sabiam qual a maneira correta de descartar dos resíduos gerados pelo óleo de cozinha. Posterior, ocorreu à aplicação da oficina na escola campo, a qual foi dividida em 4° momentos: 1° dinâmica de adivinha, na qual os alunos teriam que identificar uma garrafa de óleo, um sabão em barra e uma garrafa de água, que se encontravam no interior de uma caixa. 2º momento: abordagem expositiva e dialógica, sobre os conceitos físico-químicos do óleo, os danos ambientais. No 3° momento: dinâmica de lava pratos que consistiu em lava um prato sujo de óleo somente com água e posteriormente com água e sabão. O 4º momento: consistiu na realização da prática experimental de reação de saponificação.
Resultado e discussão
Os dados coletados com a aplicação do questionário mostrou que 100% dos
alunos utilizam o óleo de cozinha em seu cotidiano, obteve-se ainda que 37%
utilizam de 1 a 2 garrafas de óleo, 36% em torno de 3 a 4 garrafas de óleo,
18% de 4 a 5 garrafas de óleo, já 9% mais de 5 garrafas por mês.
Como mostra a figura 01, ao fazer o descarte 46% jogam resíduo fora ao lavar
a louça, 27% armazenam em garrafas pets e jogam no lixo, 9% guardam em
recipientes fechados e 18% não souberam responder, considerando a forma
correta de descarte 82% falaram que não sabem e 18% não souberam responder,
a falta de informação da população é um dos fatores que levam ao descarte
inadequado dos resíduos do óleo de cozinha (Castellanelli et. al., 2007).
Posterior, à coleta dos dados aplicou-se a oficina temática. No 1º momento:
os alunos identificaram os produtos que se encontravam no interior da caixa,
despertando o interesse e participação dos discentes, segundo Veira e
Volquind (2002) toda oficina necessita promover a investigação, a ação, a
reflexão; combina o trabalho individual e tarefa socializadora; garantir a
unidade entre a teoria e a prática.
No 2º momento: consistiu em uma abordagem dos conceitos físico-químicos e
dos danos ambientais. A aluna 1 fez a seguinte pergunta: “por que quando o
óleo é jogado pelo esgoto ele fica com aparência de pedra?”, ficando
evidente a importância de se desenvolver metodologias diferenciadas no
ensino.
No 3° momento: ação de limpeza, Atkins e Jones (2012) dizem que essa ação é
uma consequência da regra “igual dissolve igual”. Como mostra a figura 02,
no 4º momento os alunos realizaram cada passo necessário para a realização
do experimento. Santos (2010) diz que o aprender deve ser sempre uma relação
constante entre o fazer e o pensar.
Como você realizar o descarte dos resíduos do óleo de cozinha?
Conclusões
Os resultados obtidos demonstraram que 82% dos os alunos desconheciam a maneira correta de descarte do óleo derivado da fritura e 18% dos alunos que não souberam responde a pergunta, a partir disso a aplicação da oficina foi essencial para se desenvolver a temática. A oficina proporcionou a aprendizagem de conceitos científicos e incentivo para os alunos desenvolverem outras formas de reaproveitamento desses resíduos, além de, contribuir de forma significativa na diminuição dos impactos ambientais provenientes do descarte incorreto.
Agradecimentos
Universidade do Estado do Amapá, CAPES e PIBID.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec). Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC/Semtec, 1999.
ATKINS, Peter e JONES, Loretta. Princípios de Química. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
CASTELLANELLI, C. M. et al. Óleos comestíveis: o rótulo das embalagens como ferramenta informativa. In: I Encontro de Sustentabilidade em Projeto do Vale do Itajaí. 2007. Disponível em <http://www.ensus.com.br/1poster/%D3leos%20Comest%EDveis%20- %20O%20R%F3tulo%20das%20Embalagens%20como%20Ferramenta%20I.pdf.> Acessado em: 22 maio. 2015.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIANI, K. A experimentação no ensino de Ciências: possibilidades e limites na busca de uma aprendizagem significativa. 2010. p 190. Dissertação (Mestrado Profissional Ensino de Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências, Universidade de Brasília. Disponível em: HTTP://ppgec.unb.br/images/sampledata/dissertaçoes/2010/versaocompleta/kellen%20giani.pdf. Acessado em: XXXX.
SANTOS, D. G. dos; et al. A Química do lixo: utilizando a contextualização no ensino de conceitos químicos . In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA. XV. v. 8. Brasília. jul., 2010. p. 421 – 442. Disponível em: <http://www.xveneq2010.unb.br/resumos/R1170-2.pdf>. Acesso em:12 jan. 2015.
SILVA, A. M. da. Proposta para tornar o ensino de química mais atraente. In. REVISTA DE QUIMICA INDUSTRIAL. 2º trimestre. 2011. p. 7-12. Disponível em: <http://www.abq.org.br/rqi/2011/731/RQI-731-pagina7-Proposta-para-Tornar-o-Ensino-de-Quimica-mais-Atraente.pdf> Acesso em: 14 jan. 2015.
VIEIRA, E.; VOLQUIND, L. Oficinas de ensino? O quê? Por quê? Como? 4. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.