TRILHA DA QUÍMICA ORGÂNICA: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ATRAVÉS DE JOGOS DIGITAIS.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Gama, V.J.P. (UNIFESSPA) ; Santanna, J.S. (UNIFESSPA) ; Leal, L.V.P. (UNIFESSPA) ; Leder, P.J.S. (UEPA) ; Santiago, J.C.C. (UEPA)

Resumo

A presente pesquisa versa sobre a influência do uso de atividades lúdicas em sala de aula e introduz o jogo Trilha da química orgânica como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem de química. O trabalho foi realizado em uma turma de terceiro ano do ensino médio. Foi utilizado como instrumento de pesquisa um questionário contendo cinco afirmativas. A análise das respostas mostrou de que a utilização de jogos como ferramentas facilitadoras de ensino é satisfatória, uma vez que estimula os alunos na construção do conhecimento.

Palavras chaves

Jogos Digitais; Ensino de Química; Química Orgânica

Introdução

O jogo didático é uma proposta pedagógica viável e interessante, pois possui a capacidade de preencher alguns espaços deixados no processo de transmissão-recepção de conhecimentos. Este instrumento tem ganhado destaque em pesquisas educacionais como objeto motivador no processo de ensino- aprendizagem, pois propiciam o desenvolvimento das capacidades cognitivas e sensoriais dos educandos (CUNHA, 2012). De acordo com Melo (2005), o lúdico é um importante instrumento de trabalho quando mediado de forma a oferecer possibilidades na construção do conhecimento, respeitando a singularidade de cada individuo. Santanna et. al (2015) alerta que é necessária uma atenção quanto ao equilíbrio entre o caráter lúdico e educacional dos jogos, para que a prática não fuja do objetivo, tornando-se apenas uma brincadeira, mas que também não seja apenas de cunho educacional. Nessa perspectiva deve-se atentar para que os educandos possam adquirir conhecimento enquanto se divertem e vice-versa. Com o crescente avanço tecnológico os jogos digitais tornam-se uma ferramenta importante na construção do processo de ensino- aprendizagem, pois estão ligados ao cotidiano da maioria dos alunos (LEDER et. al, 2015). O ensino de química ainda é visto por grande parte dos estudantes como algo abstrato, cansativo e monótono, pois resume-se à memorização de conceitos, fórmulas e nomenclaturas (ARROIOS e GIORDAM, 2006). Nesse contexto o presente trabalho analisa o uso do lúdico em sala de aula e introduz o jogo Trilha da química orgânica, com o objetivo de avaliar a aceitação dos discentes e a relevância da metodologia.

Material e métodos

A metodologia proposta para o presente estudo foi aplicada em uma turma, composta por 29 alunos, do 3° ano do ensino médio de uma instituição de ensino da cidade de Marabá-PA. O trabalho desenvolveu-se em três etapas: apresentação dos conteúdos referentes ao tema Funções Orgânicas; aplicação do jogo Trilha da Química Orgânica e aplicação de um questionário, de cunho objetivo, a fim de avaliar a compreensão dos estudantes sobre o conteúdo estudado após a aplicação do jogo e a aceitação dos mesmos quanto a metodologia utilizada. O questionário continha afirmativas as quais os respondentes deveriam concordar, concordar parcialmente ou discordar. O jogo consiste em uma trilha, na qual os alunos devem responder a uma sequencia de perguntas que envolvem os conceitos de algumas funções orgânicas e suas aplicações. A cada casa percorrida pelo jogador o personagem Homer Simpson ganha uma rosquinha ou um copo de cerveja. Este personagem foi inserido com o intuito de demonstrar a aplicações das funções: álcool, aldeído, éster. No caso do jogador errar a pergunta o personagem o encaminha a uma janela contendo algumas pistas para que a resposta correta fosse encontrada pelo mesmo. A aplicação do jogo foi feita no laboratório de informática da instituição e a turma foi dividida em duplas, para que a construção da resposta não fosse individual, dando ao jogo a possibilidade de desenvolver a colaboração e o companheirismo (NARDIN, 2008).

Resultado e discussão

Para a interpretação dos dados foi realizada uma análise percentual das respostas dadas pelos alunos ao questionário. A afirmativa número 1 referia- se se algo havia chamado a atenção do respondente no jogo, 81% dos estudantes concordaram com essa afirmação, 17% concordaram parcialmente e 2% discordou. A afirmativa número 2 tratava da compreensão dos alunos quanto a aplicação das funções orgânicas referidas no jogo, 65% dos respondentes concordaram com essa afirmação, 21% concordaram parcialmente e 14% discordou. A afirmativa número 3 versava sobre a satisfação dos estudantes quanto ao jogo, 76% concordaram com essa afirmação, 23% concordaram parcialmente e 1% discordou. A quarta afirmativa era sobre as dicas que o personagem dava durante o percurso do jogo, se os alunos sentiam-se estimulados a continuar a partir delas, 75% concordaram com essa afirmação, 19% concordaram parcialmente e 6% discordou. A quinta afirmativa era quanto aos benefícios do uso do jogo, 92% dos alunos concordaram que o uso do jogo Trilha da Química Orgânica trouxe beneficio ao seu aprendizado, 6% concordaram parcialmente e 2% discordaram. A análise dos dados demonstrou que a utilização do jogo Trilha da Química Orgânica como instrumento para o ensino das funções orgânicas foi satisfatória visto que a maioria dos estudantes avaliaram bem esta metodologia, isso corrobora com as pesquisas realizadas por Lima e Moita (2011) que indicam que os jogos são aceitos pela maioria dos estudantes.

Conclusões

Os resultados mostram que as atividades lúdicas proporcionam ao aluno induzir o raciocínio, a reflexão e consequentemente a construção do seu conhecimento, além de despertar maior interesse nos mesmo, devido a facilidade que os jogos tem de chamar e reter a atenção dos educandos. Por isso o jogo trilha orgânica permitiu com que os alunos obtivessem uma melhor aprendizagem do conteúdo, e comprovou a importância das atividades lúdicas realizadas em sala de aula, bem como pelos professores, que perceberam maior interação dos alunos em classe.

Agradecimentos

Referências

ARROIO, A.; GIORDAN, M. O vídeo educativo: aspectos da organização do ensino. Química Nova na Escola, v. 24, n. 1, p. 8-11, 2006.

CUNHA, M. B. Jogos no ensino de Química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, 2012
LEDER, P.J.S.; SANTIAGO, J.C.C.; SOUSA, A.C.L.F.; QUEIROZ, L.C.S.; SILVA, M.D.B. Ensino da química com a Historicidade através da utilização de jogos didáticos. 55º Congresso Brasileiro de Química/CBQ, 2015.

LIMA, E. R. P. O.; MOITA, F. M. G. S. C. A tecnologia e o ensino de Química: jogos digitais como interface metodológica. In: SOUSA, R. P., MOITA, F. M. G. S. C., e CARVALHO, A. B. G., (orgs.) Tecnologias digitais na educação. Campina Grande: EDUEPB, p.276 . 2011

MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincadeiras para sala de aula. Petrópolis: Vozes, 2004.

MELO, C. M.R. As atividades lúdicas são fundamentais para subsidiar ao processo de construção do conhecimento. Información Filosófica. V.2 nº1 2005 p.128- 137.

NARDIN, I. C. B. Brincando aprende-se química. São Paulo, 2008.

SANTANNA, J. S.; LEDER, P. J. S.; CARMO, R. N. S.; . Quizmica: estimulando a construção do conhecimento através de uma atividade lúdica. IIERSBQ/Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química, 2015.

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