ISBN 978-85-85905-19-4
Área
Ensino de Química
Autores
de Alencar Lopes, F.S. (INSTITUTO FEDERAL SERTÃO PERNAMBUCANO) ; Santos Oliveira, J. (INSTITUTO FEDERAL SERTÃO PERNAMBUCANO) ; da Silva, R.C. (INSTITUTO FEDERAL SERTÃO PERNAMBUCANO)
Resumo
O objetivo desta pesquisa se baseia em realizar visitas às escolas públicas na cidade de Ouricuri-PE para fazer um levantamento de quais tecnologias essas escolas utilizam; analisar quais tipos de tecnologias os alunos destas escolas tem acesso; avaliar quais os maiores desafios encontrados na utilização de tais recursos; verificar se escola oferece suporte necessário para tal utilização, e quais competências a sociedade demanda para a escola; analisar a relação professor-aluno perante o processo de ensino-aprendizagem.
Palavras chaves
Educação e tecnologia; Ensino de química; Desafios educacionais
Introdução
São muitos os desafios enfrentados pela educação brasileira, desafios estes comumente encarados nas escolas públicas de Ouricuri/PE, tais como: falta de materiais didáticos, má qualidade das infraestruturas das escolas, falta de capacitação para os docentes, deficiência nos transportes públicos de qualidade para locomoção de alunos da zona rural para a urbana, falta de pagamento para os professores da rede municipal de ensino, violência familiar que trás transtornos para a escola gerando violência escolar, ausência de tecnologias e quando há tecnologias não tem capacitação para utilizá-las. No entanto, a influência das redes sociais é persistente e de forma negativa. Será que o ensino de ciências (química) está sendo efetuado de forma significativa nas escolas? Quais propostas inovadoras estão sendo criadas para superar estes desafios? Tecnologia é inovação, mas o que ocorre eventualmente na rede de ensino é a ausência na utilização destes novos métodos que são fontes inovadoras para a educação. A construção do conhecimento é um processo mais amplo e complexo que a simples obtenção de informação. Neste contexto, vivemos hoje efetivamente a chamada “sociedade da informação”1. A utilização das tecnologias no ensino química é uma forma de superar a desmotivação dos alunos e professores, mas para que isso ocorra é necessário que o Estado além de ofertar recursos tecnológicos, também oferte capacitações para o corpo docente das instituições, onde os mesmos podem tornar suas aulas mais atrativas e motivadoras para os educandos. Como afirma Leão (2011), uma aula planejada com uso do livro ou do quadro pode ser tão boa quanto aquela aula com uso de um computador.
Material e métodos
Para analisar o processo de ensino-aprendizagem dos alunos das escolas públicas de Ouricuri/PE foram realizados questionários com alunos, professores e gestores das escolas Nossa senhora de Fátima (N.S.F), Dom Idílio José Soares (D.I.J.S) e a EREM São Sebastião (EREM S.S). O método utilizado para realizar esta pesquisa auxiliou na compreensão dos desafios encontrados na educação pública, sendo que foram realizados dois questionários, um questionário oral com uma turma de dez alunos de cada escola e outro escrito com 66 alunos do (D.I.J.S), 43 do (N.S.F), e 53 (EREM S.S). Foram entrevistados 3 professores e 1 gestor de cada escola. A partir dos dados coletados no questionário escrito foi possível construir um gráfico.
Resultado e discussão
O interesse dos alunos com o uso do computador traz maior facilidade na
compreensão de certos conteúdos da química, um dos exemplos citados por eles
foi à curiosidade de ver a construção de uma molécula no formato 3D, que é
possível construir através de programas de modelagem. Mas, o que se observou
é que eles não têm acesso a nenhum tipo de tecnologia dentro da escola,
exceto quando eles têm que responder a questionários propostos pela
secretaria de educação. Deste modo, sem o acesso a aulas inovadoras, os
alunos se desmotivam, pois os métodos tradicionais já estão ultrapassados, é
cansativo e leva os alunos a utilizar recursos tecnológicos de forma não
educativa na escola, como exemplo para o acesso de redes sociais. As
questões respondidas pelos alunos de forma oral podem ser visualizadas na
tabela.
Nas entrevistas é constatado que os professores das escolas (D.I.J.S) e
(EREM S.S) utilizam apenas um tipo de tecnologia em suas aulas, à mídia
(projetor multimídia). Na visão do aluno é algo cansativo e desmotivante, já
que as escolas disponibilizam de outros recursos que podem ser utilizados,
como por exemplo, computadores, televisores, som e instrumentos musicais
para o desenvolvimento cultural. Na escola (N.S.F) as tecnologias existentes
estão desativadas, mas os professores desenvolvem jogos lúdicos para aplicar
em suas aulas, projetos que superam certas dificuldades e tornam o ensino de
fácil compreensão. O gráfico demonstra a quantidade de alunos que dispõem de
tecnologias para educação baseado no questionário escrito. Na visão dos
gestores das escolas, eles acreditam que o problema está na falta de
interesse do aluno, mas o que não veem é que esses alunos necessitam de
ajuda e motivação, pois os mesmos já enfrentam desafios e a escola torna-se
um refúgio.
questões respondidas pelos alunos
quantidade de alunos que dispõem de tecnologias para educação
Conclusões
No decorrer desta pesquisa foi constatado o interesse dos alunos para que o uso de tecnologias inovadoras sejam inseridas nas aulas de química e demais disciplinas. Enquanto que na visão dos gestores a falta de tecnologia não é um problema, já que a escola dispõe deste recurso. Contudo, é evidente que o uso da tecnologia traz novas possibilidades para o ensino de química e para a educação como um todo. Porém, para que isso ocorra são necessárias capacitações onde os docentes possam ter domínio dessas novas tecnologias e inseri-las em suas aulas.
Agradecimentos
IF SERTÃO Campus Ouricuri/PE pela oportunidade concedida.
Referências
1. Leão, M. B. C (2011). Tecnologia na educação: uma abordagem crítica para uma atuação prática. Recife: UFRPE.