A VIVÊNCIA DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM QUÍMICA: Uma análise sobre o uso de metodologias diferenciadas para formação do aluno do ensino médio e o seu impacto na preparação docente.

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Pereira, L.M. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Araujo, E. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Teixeira, E.J.N. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Santos, J.L. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Cunha, D.A. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Garcia, M. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO) ; Marques, G.N. (IFMA- CAMPUS MONTE CASTELO)

Resumo

O ensino de química mudou muito nos últimos anos, mas apesar disso a maioria dos professores utilizam métodos de ensino antigo e que em nada contribuem a aprendizagem dos alunos. O estágio supervisionado apresenta-se como uma etapa importante da formação inicial do professor para a desconstrução dessas práticas pedagógicas. Esse estudo faz uma análise a respeito dos resultados obtidos durante as etapas do estágio supervisionado III do curso de licenciatura em química do IFMA Monte Castelo. Foi proposto uma abordagem lúdica através do jogo para contextualizar os assuntos de química orgânica. De acordo com os alunos o jogo foi uma excelente ferramenta para aprendizagem para os conteúdos introdutórios de química orgânica.

Palavras chaves

Formação de Professores; Estagio Supervisionado; Ludicidade

Introdução

O estágio supervisionado é uma das etapas mais importantes do processo de formação do futuro professor. Segundo Martins e Romanowski (2010), os estágios nos cursos de licenciatura apresentam sempre o mesmo esquema, a observação, a pratica junto ao professor responsável no locus formador e finalmente a regência. De acordo com Noronha (2005), atualmente existe um desafio ainda maior, que é de formar educadores capazes de lidar com uma escola que passa a todo momento por grandes mudanças. Apesar dessa preocupação nota-se cada vez mais uma situação totalmente diferente da esperada, muitos professores se formam e quando começar a lecionar acabam repetindo os mesmos equívocos educacionais que observaram durante o estágio. Um ponto intrigante se dá quanto a busca de ferramentas novas ou pouco utilizadas em sala, mas que ajudam na aprendizagem dos alunos, como é o caso de abordagens lúdicas. O jogo, que está inserido nesse universo, apesar de uma excelente ferramenta ainda é ignorado como tal.

Material e métodos

O estágio supervisionado foi dividido em 5 etapas, a primeira foi a parte teórica e aconteceu no Instituto Federal do Maranhão, Campus São Luís Monte Castelo (Instituição formadora), nas etapas seguintes foram feitas a observação na escola CE Gonçalves Dias, São Luís-MA, e em seguida apresentações de micro aulas em que era necessário desenvolver algum material lúdico que pudesse ser utilizado na abordagem dos conteúdos os quais os alunos estavam estudando. Na última etapa foram aplicadas as metodologias desenvolvidas, juntamente com o jogo sobre química orgânica com regras claras e um objetivo bem definido, conseguir 40 pontos, respondendo diversas perguntas sobre os conteúdos abordados durante as quatro aulas que foram aplicadas durante o período de regência do estágio. Para isso a turma foi dividida em 4 grupos e o jogo em duas etapas, a primeira os alunos respondiam as perguntas que iam surgindo nas cartas que eram escolhidas pelo professor, somava 3 pontos o grupo que acertasse a resposta e mais 2 pontos se alguém conseguisse montar a estrutura com o apoio do kit molecular. Os dados da pesquisa foram obtidos através de questionários, entrevista e do caderno de estágio, onde eram anotados todos os pontos importantes vivenciados.

Resultado e discussão

Ao realizar o estágio durante dois meses na escola CE Gonçalves Dias, foi possível perceber que os alunos não interagiam muito na disciplina, as aulas eram tradicionais e o professor nunca tinha utilizado nenhum tipo de atividade diferente para tentar ajudar os alunos a gostar de química. A partir disso a prática do estágio na escola foi repensada para que os alunos pudessem entender os conteúdos de outra forma, por isso o jogo sobre química orgânica foi aplicado em duas turmas da 3ª série do ensino médio da escola CEM Gonçalves Dias, São Luís-MA, participaram da pesquisa 54 alunos com idade entre 16 e 18 anos. Entre as observações realizadas durante o estágio, um ponto que chamou atenção foi a estrutura da escola, totalmente precária, salas de aula sem ventilador, janelas caindo, quadro pinchado e brechas nas paredes. Segundo o questionário aplicado na etapa inicial do estágio 78% dos alunos já haviam ficado de recuperação na disciplina pelo menos uma vez. De acordo com as respostas dos alunos o que mais influência na efetividade do processo de ensino-aprendizagem de química é a forma como o professor ensina (53%), ambiente escolar (27%), o tempo de estudo pós sala de aula (10 %) e a abordagem do assunto ligado ao cotidiano (9%). Docs alunos que participaram 57% responderam o questionário afirmando que o jogo quebrou a rotina das aulas cansativas e que era mais fácil do que eles imaginavam. Para o professor de química, formado em farmácia mas que já lecionava a 30 anos foi muito bom ter utilizado esse tipo de metodologia, ele nunca tinha utilizado algo parecido antes mais os alunos sempre gostam de coisas novas.

Conclusões

Através deste trabalho pode se perceber o quanto e importante desenvolver o uso de diferentes metodologias em sala de aula e como atrai os interesses dos alunos durante as aulas ministradas, isso contribui na formação dos mesmos apesar da situação precária em que se encontra a escola. Esse estágio e de grande contribuição para o aprendizado de nos futuros professores.

Agradecimentos

Agradecemos ao IFMA CAMPUS MONTE CASTELO. Agradecemos ao CEM GONÇALVES DIAS pela oportunidade dada a nos alunos.

Referências

MARTINS, P. L. O.; ROMANOWSKI, J. P. A didática na formação pedagógica de professores nas novas propostas para os cursos de licenciatura. In: DALBEN, A.; DINIZ, J.; LEAL; L.; SANTOS, L., Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente, Belo Horizonte, Brasil: Autêntica, 2010. P. 60-80.
NORONHA, O. M. Práxis e Educação, Revista HISTEDBR on-line, v. 20, p. 86-93, 2005.

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