PRÁTICAS EXPERIMENTAIS DE ELETROQUÍMICA NO ENSINO DE QUÍMICA: APLICADAS COM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PROFISSIONAL DO MUNICÍPIO DE TAUÁ

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Rodrigues, F.I.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Fernandes Filho, F.E. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; da Silva, J.E. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; da Silva, M.A. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; de Lima Neto, A.L. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Nonato, E.C. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; da Silva, M.N.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Pacífico, S.N. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Sousa Neto, V.O. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ) ; Santiago, L.F. (UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ)

Resumo

O ensino de Química é algo que deve transcender os muros do ambiente escolar, visto que a disciplina dispõe de grande aplicabilidade no cotidiano dos alunos. Os conhecimentos químicos são julgados pelos estudantes como de difícil compreensão e sem valor algum, o que é um erro. Surge a necessidade de novas metodologias no ensino de química, que minimizem essa dificuldade. Esse trabalho visa contribuir para educação com experimentos práticos de eletroquímica, fazendo com que os estudantes possam desenvolver a habilidade de aliar o saber teórico com a prática, tornando a aprendizagem significativa.

Palavras chaves

Ensino de Química; Experimentação; Pilhas eletroquímicas

Introdução

A Química como Ciência apresenta um valor próprio que transcende os muros da escola, isso se dar através de sua aplicabilidade nos setores industriais de produção, no cotidiano dos alunos, entre outros exemplos. Algumas consciências estudantis resistem à ideia de que o ensino de Química como parte do currículo e da formação básica do cidadão é de difícil compreensão e desnecessário para o cotidiano do aluno (TARÔCO, 2015). A experimentação como forma de ensino de química faz com que a teoria se adapte à realidade dos alunos, e como atividade educacional pode ser feita em vários níveis, dependendo do conteúdo, da metodologia adotada ou dos objetivos que se quer com a atividade (BUENO et al., 2002). Nesse contexto perguntas sobre a função e a importância da experimentação na ciência levam a três tipos básicos de resposta: as de cunho epistemológico, que consideram a experimentação como comprovação da teoria estudada, revelando uma visão mais tradicional, as de caráter cognitivo, que supõem as atividades experimentais como facilitadoras da compreensão do conteúdo e as de cunho moto-vocacional, que acreditam que as aulas práticas ajudam a despertar a curiosidade e o interesse pelo estudo (BUENO et al., 2002). As atividades práticas de eletroquímica, como o estudo de células eletroquímicas: galvânicas e eletrolíticas possibilitam tratar da aplicabilidade de temas como corrente elétrica, pilhas e baterias, deposição de metais, reações de oxirredução, entre outros. O objetivo do estudo é desenvolver experimentos práticos de eletroquímica de baixo custo aplicados ao ensino de química, possibilita a compreensão de fenômenos químicos e tornando os alunos participantes da construção de seu próprio conhecimento científico.

Material e métodos

O projeto que apresenta natureza qualitativa foi desenvolvido pelos alunos do VII semestre de Licenciatura em Química da Universidade Estadual do Ceará. Foi aplicado com um grupo de 12 estudantes do 2° ano do ensino médio da EEEP Monsenhor Odorico de Andrade. Destes, 8 foram incluídos nos questionários avaliativos. Foram desenvolvidos três experimentos práticos envolvendo pilhas eletroquímicas, a seguir os materiais utilizados: Experimento 1 – Pilha a base de água e sal foi feita utilizando materiais como forminha de gelo, sal de cozinha, 8 parafusos zincado, fios de cobre, lâmpada de led e água da torneira. Os fios de cobre foram descascados e colocados de modo que ficasse o dobro do tamanho do parafuso; conectados com o parafuso em formato de “V”; a mistura usada foi de uma colher de sal de cozinha e água, em cada cubinho da fôrma, as lâmpadas leds foram coladas alternadamente, observar figura 1a. A figura 1b mostra o experimento 2 e 3 – Célula galvânica e célula eletrolítica com os seguintes materiais: Algodão, tubo de borracha, dois béckers, dois fios condutores crocodilo, calculadora simples, multímetro, bateria de 9 Volts, água destilada, placa de cobre, placa de zinco, solução de sulfato de cobre 1 M, solução de sulfato de zinco 1 M e solução de cloreto de potássio 0,1 M. O método de preparo é descrito na figura 2. Antes da realização dos experimentos foi aplicado um questionário de entrada de cunho avaliativo contendo 4 questões, após o seminário de apresentação e a realização das práticas de eletroquímica foi aplicado um outro de caráter avaliativo contendo o mesmo número de questões.

Resultado e discussão

A porcentagem média do rendimento do grupo em estudo com a aplicação do questionário de entrada foi de aproximadamente 9,4%, uma possível justificativa para essa taxa é o alto desconhecimento dos alunos sobre os conteúdos de eletroquímica. Nenhum deles responderam corretamente a pelo menos metade das questões, 62,5% responderam satisfatoriamente a apenas uma questão, isso porque não tinham conhecimento sobre o que estuda a eletroquímica, nem sobre reações de oxirredução ou célula eletroquímica. Após a realização do seminário e das práticas experimentais houve uma ampliação do conhecimento dos alunos sobre os temas tratados, isso se confirma pela porcentagem média de rendimento do grupo que se aproximou de 41,4%, resultado extraído da aplicação do questionário de saída, conforme figura 3. Embutido nessa taxa está à eficiência do método prático empregado e as aplicações eletroquímicas mostradas, confirmando um aprendizado construído coletivamente. Comparando-se as taxas de rendimento de entrada e de saída, houve um aumento de 32% no rendimento dos alunos, confirmando um ganho positivo que é resultado do método de ensino. Analisando separadamente os resultados temos que a maior taxa de desempenho entre os questionários girou em torno de 50% e a menor em torno de 9%, no primeiro caso isso pode ser explicado pelo fato de o aluno não ter antes conhecimento dos conteúdos e após o método de ensino passar a compreendê-los, já no segundo caso uma possível explicação para essa pequena taxa é o aluno no questionário de entrada já dispor de algum conhecimento prévio das perguntas feitas. O objetivo proposto no trabalho foi atendido com uma boa taxa de rendimento, evidenciando a compreensão do assunto exposto.

Figuras 1 e 2



Figura 3



Conclusões

Os experimentos demonstram ser uma poderosa ferramenta de ensino, auxiliando na compreensão de muitos conceitos químicos, e ampliando o senso crítico e a curiosidade dos estudantes, levando os alunos a ter uma participação mais ativa durante as aulas. Os dados mostraram ser uma eficiente metodologia para o ensino de Química, além de possibilitar a integração entre os estudantes universitários e os do Ensino Médio.

Agradecimentos

Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a FUNCAP, ao (IC/UECE) e a contribuição da escola Monsenhor Odorico de Andrade.

Referências

BUENO, L.; MOREIA, K. C.; SOARES, M.; DANTAS, D. J.; WIEZZEL, A. C. S.; TEIXEIRA, M. F. S. O ensino de química por meio de atividades experimentais: a realidade do ensino nas escolas. Universidade Estadual Paulista, São Paulo – SP, 2002;
TARÔCO, J. R. T. A experimentação do ensino de química em alguns artigos de língua Inglesa. Monografia: Grau de Bacharel em Química. Universidade Federal de São João Del-Rei, São João Del-Rei, 2005.

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