ANÁLISE DE ANALOGIAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO

ISBN 978-85-85905-19-4

Área

Ensino de Química

Autores

Trindade, M.S. (SEDUC-PA) ; Souza, J.R.T. (UFPA) ; Costa, M.S.L. (SEED-AP) ; Santos, D.L. (UFPA) ; Delgado, J.P.S. (UFPA) ; Pereira, C.R.M. (UFPA) ; Quaresma, J.B. (UFPA)

Resumo

O objetivo deste estudo foi realizar a análise de analogias presentes em livros didáticos de Química da 1ª série do Ensino Médio, investigando as concepções de professores e licenciandos de Química a respeito de analogia como instrumento de ensino como também a relevância de analogias no ensino e aprendizagem. Para tanto, foram realizadas análises quantitativas e qualitativas, descritivas, sobre as analogias presentes em 6 livros didáticos com conteúdo da 1ª série do Ensino Médio. Um questionário aplicado aos professores e licenciandos sobre analogias, por fim uma aula ministrada para 16 alunos da 1ª série do Ensino Médio. Os resultados revelaram a importância de o professor utilizar analogias e as vantagens do uso deste método em vista os benefícios que promovem ao ensino e aprendizado.

Palavras chaves

Analogias; Livros didáticos; Ensino de Química

Introdução

A Química pode parecer complexa para os estudantes devido a muitos fenômenos que podem ser observados macroscopicamente terem a explicação de seus conceitos situada a nível microscópico. Para evitar possíveis obstáculos didáticos e epistemológicos o professor pode empregar os instrumentos disponíveis para o ensino de Química (SOUZA, 2010). Com a diversidade de fontes de informações disponível aos estudantes e professores, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) indicam que se utilizem além do livro didático, materiais diversificados (jornais, revistas, computadores, etc.), como fonte de informação, para que enriqueça o tratamento dado ao conteúdo e faça o aluno se sentir incluso no mundo a sua volta (BRASIL, 1997). Porém, o livro didático tem sido o único instrumento de apoio do professor, realidade da maioria das escolas e, portanto, uma importante fonte de pesquisa e estudo para os estudantes. Um livro didático é considerado um eficaz instrumento para atividade docente e para o aprendizado quando neste, além de haver um tratamento conceitual adequado da linguagem utilizada na explicação de fenômenos, temas desenvolvidos com abundância de informações e linguagem gramatical correta também houver o uso correto de analogias (BRASIL, 2008). Desta forma, é fundamental que os professores estejam preparados para escolher adequadamente o livro didático a ser utilizado em suas aulas (FRISON, 2009). Diante do exposto, esta pesquisa tem como proposta realizar uma análise, quantitativa e qualitativa, das analogias presentes em livros de Química da Educação Básica, verificando a concepção dos professores e licenciandos em química sobre as analogias enquanto estratégia de ensino, bem como identificar o grau de compreensão dos alunos após uma aula com o uso das analogias

Material e métodos

O desenvolvimento desta pesquisa envolveu em sua metodologia uma abordagem quantitativa e qualitativa descritiva. A primeira parte metodológica deste trabalho envolveu análise das analogias presentes em 6 livros didáticos de Química, cujo conteúdo fosse referente ao 1º ano do ensino médio. Destes livros, três abordavam somente o conteúdo do 1º ano e três livros eram de volume único, ou seja, abordavam todo o conteúdo de Química que cabe ao ensino médio. Para entender como a analogia é concebida e percebida enquanto recurso pedagógico pelo professor em sala de aula foi aplicado um questionário de pesquisa a estes, resultando na segunda etapa da pesquisa. Foram sete profissionais participantes, e destes, todos referiram ter mais de cinco anos de regência no ensino de Química na Educação Básica, sendo 4 professores em escola pública, 1 em escola particular e 2 lecionando em ambas. A importância em fazer este levantamento está em conhecer as concepções e opiniões deste grupo acerca de analogias enquanto estratégia de ensino, e a partir de seus relatos identificar se estes estão aptos a utilizar este método de ensino. E a terceira etapa consistiu em uma pesquisa de campo que se deu em dois momentos em uma escola estadual da rede pública de Belém para 16 alunos do 1º ano do ensino médio, no primeiro momento o conteúdo referente ao assunto constituição das substâncias químicas (alvo) foi apresentado e explicado aos alunos, sempre mostrando a teoria e relacionando-a as analogias pertinentes a tal, para tanto, foram utilizadas pulseiras de miçangas (veículo). Como já foi dito anteriormente, esta pesquisa tem caráter qualitativo. Num segundo momento foi aplicado um teste aos alunos, com intuito de avaliar o grau de compreensão e entendimento destes.

Resultado e discussão

Obtiveram-se importantes informações no que tange a frequência e o modo como as analogias são apresentadas em livros didáticos e a função que estas desempenham no mesmo, bem como o grau de domínio que os profissionais e futuros profissionais da educação apresentam com relação ao método de ensino abordado e a relevância que atribuem a este e, como os alunos estabelecem a compreensão de conceitos de Química com o auxílio de analogias. Os resultados evidenciaram que há consciência da importância das analogias como recurso pedagógico por parte dos autores, porém não há preocupação por parte destes em fazer discussões a respeito das relações entre conceito análogo e conceito alvo. Inferiu-se, ainda, destas análises que é delegada ao professor a responsabilidade de explicar o fundamento das comparações realizadas e identificar possíveis erros conceituais, evidenciando, portanto, a importância da qualidade da formação docente deste profissional preparando-o para o domínio dos métodos pedagógicos de ensino e aprendizagem, como no caso a analogia. Por fim, no tocante à aula em que este recurso foi utilizado observou-se o quanto o uso de analogia é válido quando este se dá de maneira adequada, não incorrendo em inadequação de seu uso, superando obstáculos didáticos e epistemológicos.

Conclusões

Os resultados obtidos a partir dos três métodos de pesquisa utilizados permitiram comprovar que há uma enorme dificuldade no uso de analogias enquanto instrumento de ensino pelos professores da Educação Básica, bem como é necessário que se adéque o estudo deste método de ensino, durante o início da formação dos professores. É preciso que haja planejamento para o uso adequado das analogias e o reconhecimento das vantagens e desvantagens do aprendizado através deste recurso. Desta forma estes terão mais sucesso ao promover uma aprendizagem de fato significativa por meio do uso de analogias.

Agradecimentos

Agradeço a instituição UFPA – Belém pelo apoio e aos autores pela parceria.

Referências

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – CIÊNCIAS 1997. Brasília: 1997.

BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Fundo Nacional do Desenvolvimento da educação. QUÍMICA: Catálogo do Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio: PNLEM / 2008. Brasília: 2008.

FRISON, Marli Dallagnol et al. Livro didático como instrumento de apoio para a construção de propostas de ensino de ciências naturais. VII ENPEC - ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS. Florianópolis, 2009.

SOUZA, Jorge Raimundo da Trindade. Prática Pedagógica em Química: Oficinas pedagógicas para o ensino de Química. Belém: UFPA, 2010.

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